João Herberth 10/03/2024
Os anos 70 são sempre interessantes de acompanhar
É o segundo livro que leio da Taylor Jenkins Reid (o outro foi Os sete maridos de Evelyn Hugo) e gostei bastante. Tem todos os elementos que sobre o Rock and roll dos anos 70: drogas, situações inusitadas, brigas criativas, egos, mais drogas, e claro, muita música. Quem já esteve em banda, falo por experiência própria, sabe como é quase um milagre um grupo de pessoas, de personalidades bastante distintas, com egos muitas vezes bastante mal resolvidos, conseguirem se juntar para colocar em prática uma criação artística. E as discussões? Meu Deus. Porque, raciocine comigo, como você chega num consenso sobre algo tão subjetivo como se uma música é boa ou não? Ainda mais quando várias pessoas querem dar suas opiniões e as opiniões divergem, muitas vezes levando a discussões sem fim...
O livro capta bastante bem isso, como as relações internas funcionam e são afetadas, sobretudo as amorosas. A sacada do livro ser feito como uma longa entrevista com os personagens é muita boa e faz com que a leitura flua bem, com os pontos de vista discordando sobre os fatos, às vezes com coisas sérias, às vezes com humor. A Daisy Jones é muito interessante, de fato se assemelha a uma série de cantoras reais, tanto pelo talento descrito, quanto por sua história si. Os sentimentos turbulentos da personagem são muito críveis, sobretudo nos momentos onde ela precisa passar por suas escolhas, que não são nenhum pouco fáceis, mas é aquela personagem que você torce por ela. Bom, o nome dela na capa tem um motivo pra estar lá. A relação dela com o Billy, tanto criativa quanto emocional é bastante engajante e acredito que, apesar de não ter muita surpresa no desenrolar, me prendeu até o fim. A personagem da Camilla é incrível, realmente, não tem como desgostar dela, me parece que ela acaba sendo o equilíbrio emocional durante toda a narrativa. Os demais personagens também são bons, mas não vou mentir que levei pro coração o fato de o baterista, Warren, ser um personagem tão Zé Mané, qual o problema que os autores tem com a gente? Não assistiram Whiplash? Nós somos capazes de ser personagens interessantes! (Fim do choramingo)
No geral, gostei do livro, li direto no inglês, fica até a dica para quem está começando no idioma, é um livro super fácil de acompanhar.
Agora vou ver a série, porque realmente fiquei curioso para ver como adaptaram a história.
Um abraço em você que chegou até aqui.