spoiler visualizarMatheus.Maciel 18/02/2024
O quanto estamos dispostos a se machucar para não passarmos frio?
Logo no inicio do livro já é descrito o que é o dilema do porco espinho proposto por Schopenhauer, porcos espinhos que procuram se juntar para não passarem frio mas no processo acabam se machucando ao chegarem próximos, um problema de todas relações, que para não se sentirmos sozinhos temos que enfrentar conflitos para ficar próximos a outas pessoas.
Após a introdução, explica como a visão de alguém solitário passou conforme o tempo é bem legal, como passou de uma obrigação você acompanhar ou ser acompanhado para não ser excluído, ser obrigado pela moral da época de ter uma “família”, atualmente como a moral prega não necessariamente a união regrada mas a felicidade escolhida, mesmo que essa só seja plástica mas não verdadeira.
“O novo imperativo não é case , tenha filhos e siga uma carreira estável. O imperativo absoluto é “ seja feliz ” e, se não for, ao menos pareça nas fotos de redes sociais." Página 25.
Seguindo pegando o gancho da “felicidade” ele comenta como a internet influencia nas relações, o interessante é a visão de como as bolhas que criamos cria um proteção sobre o principal do dilema do porco espinho, se uma pessoa causa uma dor a outra, um “bloq” é a coisa mais simples do mundo, porem essa visão so acaba criando um barreira que não deixa ou permite que as pessoas olhem pra os lados.
“Conviver com a diferença e administrar o atrito inevitável é um ato de maturidade . Ser contrariado, questionado, posto em suspeição, rejeitado, desde que não sejam as únicas experiências que conheça, criam resiliência, moldam personalidade, caráter . O filtro bolha impede tudo isso.” Página 45.
Os capítulos 3, 4, 5 abordam a figura da solidão pela literatura, religião e Cultura Pop respectivamente. Interessante a reflexão sobre como a solidão impacta todas figuras e obras mencionadas sendo a solidão sendo a parte central ou não do que é mencionado e como impacta de formas variadas os personagens, curioso foi como a religião incentiva a solidão para oque eles chamam de iluminação e como no geral o trabalho de todo artista tem um vinculo em certo grau com a solidão em suas obras.
“mesmo que a obra não analise solidão, o leitor que a busca, ao ler, estará, necessariamente, solitário .” Página 52.
“ O artista é um ser estranho. Creio que é seguro afirmar que o artista de verdade sabe que tem uma singularidade que é parcialmente bênção, parcialmente maldição. Um artista usufrui e sofre com isolamento. Como solidão, o isolamento pode nutrir. Também pode destruir.” Página 122.
O ultimo capitulo fala como são os ambientes em que as pessoas solitárias acabam ficando, seja esse ambiente social como em relacionamentos vazios ou ambientes físicos como prisões e como acabam sendo prejudiciais para o individuo.
“Se estar sozinho pode ser bom, a solidão a dois é terrível, uma prisão autoimposta.” Página 141.
— Inicialmente pensei que o livro abordaria muito mais a solidão sobre relacionamentos entre pessoas no tempo atual, porem ele aborda de diferentes jeitos e perspectivas, através do tempo, através de pontos de vista de idades, pontos de vista de gêneros, pontos de vista ideológicos, etc. Realmente um estudo sobre a situação de solidão e os impactos causados e por isso pode parecer que o autor está se repetindo ou até divagando no texto com partes sem relevância, mas acabam se encaixando no contexto geral.