Helaina 19/07/2021
Um livro tenso, mas ao mesmo tempo doce
Apesar de ser um pouco fora do que eu costumo ler, a história me agradou e se fossem outros tempos eu teria terminado a leitura até bem rápido. Ultimamente tenho levado bem mais tempo do que o normal para terminar qualquer leitura...
Narrado em 1ª pessoa pela protagonista, o livro começa no presente e nos deixa com o coração na mão para saber o desfecho do que está sendo contado ao voltar no tempo para dizer como as coisas chegaram aquele ponto. Apesar de parecer um recurso que estraga um pouco a surpresa, se bem utilizado como foi o caso, aguça ainda mais nossa curiosidade para saber o que vai acontecer depois enquanto descobrimos o que aconteceu antes.
Gostei muito que o balé tenha sido uma parte importante dessa história, pois consegui me identificar relembrando do tempo em que eu fazia aula.
"Você sabe que o sucesso é superestimado, não sabe? As pessoas estão sempre à procura do próximo projeto, do próximo Graal, como você disse." Pág. 117
"De certo modo, cada aula de balé nos faz percorrer o ciclo de aprendizado de um bebê que dá os primeiros passos. A barra é o equivalente à fase em que ele caminha apoiando-se aos objetos. Em seguida, no centro, demos passos pequenos, lentos, como uma criança avançando entre dois móveis." Pág.123
"A realização técnica é ótima, não nego, e sou muito grato por ela. Mas em primeiro lugar sou um artista, e algo está faltando. Entende?" Pág.165
Além de acompanhar Ana em sua trajetória na profissão também a seguimos em sua busca espiritual. Ela tem muitos questionamentos sobre as coisas que acontecem na sua vida e é bonito a ver descobrindo aos poucos o amor de Deus.
"Claro que há um problema. É da minha vida que estamos falando. Sempre há um problema. Fui logo me preparando para o pior, sem poder decifrar seus lábios torcidos." Pág.154
"Então sabe que Jesus já pagou pelos seus pecados. Tudo o que você precisa fazer é aceitar esse fato. Não perca seu tempo tentando pagar uma conta que já foi paga. Quando alguém em quem você confia oferece um lindo presente, você deve apenas aceitá-lo. Agradeça e aceite." Pág.214
Enquanto tudo isso acontece, Ana ainda luta contra suas dúvidas a respeito de sua vida amorosa. Peter ou Claus? Para ser sincera, não shippei ela com nenhum dos dois. Ambos os pretendentes pensaram mais neles do que nela e suas atitudes deixam isso claro.
"É claro que deve. De que adianta dividir a vida com alguém se não for dividir os fardos também?" Pág.193
Há uma conclusão para o impasse e eu gostei do desfecho. Acho que a evolução dos personagens foi um dos pontos fundamentais para isso. No geral, eu gostei do livro, apesar de não ser um gênero que eu procure com frequência. A leitura flui bem e acho que quem gosta de histórias com triângulos amorosos e sentimentos a flor da pele vai gostar bastante.
Quem quiser conhecer um pouquinho mais do trabalho da autora pode acessar o site: (Patricia Beal Author of A Season to Dance & Desert Willow), onde também estão os endereços para os perfis dela nas redes sociais.
Um aspecto interessante desse livro, li a versão impressa muito gentilmente emprestada por uma vizinha e amiga, são algumas perguntas para discussão colocadas pela autora no final do livro. Eu poderia ter copiado algumas para colocar aqui? Poderia, mas a memória não ajuda muito e eu já devolvi o livro... #sorry.
site: https://hipercriativa.blogspot.com/2021/07/resenha-tempo-de-dancar.html