As Obras do Amor

As Obras do Amor Søren Kierkegaard




Resenhas - As Obras do Amor


5 encontrados | exibindo 1 a 5


Dan 01/06/2021

Presente teológico e filosófico mais brilhante já escrito
Tu deves ama;
Ama o teu próximo como a ti mesmo;
O amor é o pleno cumprimento da lei;
O amor não procura aquilo que é seu;
Amar a quem se vê;
Amor que tudo crê; tudo espera; tudo suporta;
A misericórdia é uma obra do amor, mesmo que ela não consiga fazer nada;
O amor para com os falecidos é a forma mais desinteressada, livre e fiel de amar;

Então esses pequenos aforismos outrora destrinchados sob forma de discursos enriquecedores poderiam muito bem serem estertores do último salto para a salvação na hora derradeira onde as luzes se apagam.

Me disseram que o evangelho é transformação, e eu tenho certeza que depois dessa incursão jamais voltarei a ser o mesmo.
O cristianismo só conhece um tipo de amor, o espiritual! enquanto meus olhos transpassavam por essas páginas, fui tomando consciência de como é falho nossa demonstração a esse bem supremo. A tentação do desespero é trazer o amor ao banco dos réus avaliando-o mediante nossa mesquinharia, egoísmo, segregação.

No mundo secular, vemos a diversificação de peculiaridades que a natureza abrange sem ser excludente, mas sendo acolhedora. A flor mais insignificante olha para o amor e diz "me faz ser detentora de tal beleza, me põe características únicas no meio de toda tua vastidão", e o amor responde com a prontidão maior do que a esperada.
E o AMOR ÁGAPE pregado por paulo de Tarso não seria exatamente esse afeto de universalidade? Louvado seja Deus!

Se o amor verdadeiro é autoabnegação de si, o mundo não pode se abrir para ti - tal coisa ja feriria o verdadeiro significado.
A vida no cotidiano é uma guerra, e a vida espiritual, uma batalha. É muito difícil amar não estabelecendo diferenças; e quando essas diferenças não existem, se torna mais difícil amar estabelendo-as. Mas tudo na temporalidade é pra ser vencido e superado.

O AMOR PERMANECE!
comentários(0)comente



Lucas 11/09/2017

Obra-prima 'sub specie aeternitatis'
Concordo com o Pondé: esta talvez seja a mais bela obra filosófica e teológica já escrita. O amor é o pleno cumprimento da lei. É o vínculo essencial entre a temporalidade e a eternidade. É a realidade verdadeira. O amor é a Verdade. Todos que já compreenderam os Evangelhos com o coração, sabem disso. Kierkegaard se propõe a caracterizar os frutos desse amor, e com isso inspira-nos a voltar aos fundamentos do amor cristão revigorados.
comentários(0)comente



Fábio 03/10/2022

Leitura fundamental
Uma grande obra filosófica e teológica a respeito das obras ou dos frutos do amor, como kierkegaard escreve: o amor se conhece pelos seus frutos, ou seja, nas boas obras do amor.

O livro fala sobre o grande dever de se amar o próximo como a si mesmo, regra essa que se colocada em prática pode mudar o mundo. O livro também traz uma explicação sobre partes de alguns versículos de 1 Co 13 onde o Apóstolo Paulo fala sobre o amor agápico.

O livro contém muitas frases realmente inspiradas e empolgantes, há textos e frases que são de cunho bastante instrutor e que traz lições que devem ser executadas.

Em suma, uma leitura super agradável e que deve ser refletida e posta em pratica no que concorda com as Escrituras.
comentários(0)comente



Filino 11/02/2023

O amor sob uma perspectiva diversa do mundano
Um texto riquíssimo sobre o amor, com reflexões que destoam bastante do que comumente é escrito por poeta e filósofos. Kierkegaard, alicerçado numa perspectiva teológica, propõe o eterno como âmbito próprio do amor, ao contrário dos sentimentos mundanos, demasiado mundanos. Amar o próximo não significa amar aquele que nos é próximo, mas todo e qualquer homem. Uma relação amorosa não é constituída por dois elementos, mas três: dois indivíduos mediados pelo próprio amor (Deus, que em sua essência é amor). O amor, então, para ser devidamente compreendido, não é limitado por características e apegos individuais - atinge todo e qualquer homem. E Kierkegaard vai ainda mais longe: o amoroso o é até mesmo quando o alvo do seu amor põe fim ao liame que os unia (sob a ótica mundana). Ora, sendo o amor algo gratuito, o amoroso, ao continuar amando, nada perde, segundo o autor.

Digno de atenção é o contraponto estabelecido por Kierkegaard em diversas passagens, entre os sentimentos, valores e rotinas mundanas e a perspectiva do eterno. A pressa e a inquietação típicas do homem comum - que, em virtude de não levar em consideração o eterno, é conduzido ao desespero - são contrapostas à mensagem do Cristianismo, cujos elementos de amor e perdão constituem, sobretudo nos dias atuais, verdadeiro escândalo. E o autor não deixa de criticar severamente aqueles que tornam o Cristianismo algo um tanto adocicado e palatável, omitindo o quanto de escandaloso e rigoroso a doutrina de Cristo tem a apresentar aos homens.

Uma obra ímpar. Proporciona uma leitura bastante agradável e edificante.
comentários(0)comente



Kaique.Nunes 12/02/2019

É possível constatar a ligação do pensamento de Kierkegaard, tanto com a figura de Sócrates como com a figura de Cristo. O pensador dinamarquês situa-se entre esses dois polos. A temática do amor é algo constante na filosofia desde os antigos gregos cujo a obra O Banquete de Platão tornou-se célebre em toda a tradição filosófica ocidental.

A obra de Kierkegaard, ainda que faça muitas referências aos filósofos antigos, avança em relação a eles. Ela traz ao amor a ideia de dever. Trata-se do imperativo evangélico “Tu deves amar”. Amar, na perspectiva socrática, relaciona-se ao erótico e ao poder da sedução. Aquele que ama por essa perspectiva age de maneira egoísta, pensando sempre em si mesmo e na sua auto-realização. O amor cristão não é procedente do indivíduo, mas de Deus.

Entretanto, cabe ao indivíduo cumprir o mandamento do amor. Todavia, diante de um mandamento, há sempre a liberdade humana para cumpri-lo ou refutá-lo. O amor é imperativo, mas é feito na forma de um convite por um Deus que preserva ao homem sempre a possibilidade, isto é, a vida ética. Não temos aqui um determinismo, mas uma escolha.

O título “As Obras do Amor”, evoca o amor como algo extremamente concreto e para ser vivido entre os homens. No entender kierkegaardiano, assim como no entender cristão, o amor deve sempre estar acompanhado de obras ou gestos efetivos. Elogiar o amor é importante, e isso já o fizeram muitos poetas, tais como o próprio Platão ou Shakespeare.

Todavia, o amor cristão exige a prática. Curiosamente, Kierkegaard, formado dentro de uma tradição do protestantismo clássico luterano, que sempre foi, ao menos, tímida com a relação entre a fé e as obras, afirma sua posição em defesa de uma fé que se mostre sempre viva através de suas obras.

site: https://www.instagram.com/kaiquekhan/
comentários(0)comente



5 encontrados | exibindo 1 a 5


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR