J.F.Pagotto @biblioteca.eterna 13/03/2020Uma tremenda surpresaInteressante pensar que o apelo emocional que Southernmost tem, e que me impediu de desfrutar melhor sua leitura, tenha se filtrado , melhorado e direcionado em A Filha do Rei do Pantano me fazendo ficar fascinado com a historia do início ao fim.
A escrita da autora e firme, decisiva e crua. Ela conta sua narrativa de forma direta, impactando o leitor nos detalhes. Sua obra tem um grau de emoção que nunca cheguei a ver em outros livros (sabendo que eu não sou muito adepto de livro que grau emocionais mais fortes , então não é tão grande coisa), ela consegue emocionar, entristecer e enraivecer seus leitores em um mesmo capitulo.
Sobrevivência e a maior descrição desse livro e de sua protagonista. Estamos falando tanto da cultura do local que se passa, a cultura da caca, de invernos rigorosos, de tradições indígenas fortes, quanto da força que Helena ganha com a sua vida e história . Sobreviveu nós pântanos, salvou sua mãe de seu sequestrador, que era seu pai. Teve força pra continuar sua vida , sua família e, ainda depois de tudo , enfrentar mais uma vez aquele que ela tanto amou e odiou , que moldou seu caráter e foi um ponto decisivo na sua história.
A Filha do Rei do Pântano talvez não agrade a todos. O tom do livro e muito sério, a tensão estabelecida e tremenda e só aumenta no decorrer da narrativa . As vezes temos que parar e respirar pra não se afogar nessa historia. Como antes dito tem toda a cultura da caça mostrada em detalhes. Temos um dos psicopatas mais realistas que já me reparei na ficção, um sádico e narcisista que dá medo. Vale a pena lê-lo pela força da história, mas não espere nada romântico ou finais felizes de contos de fadas,pois citando a própria obra:
"Coisas ruins acontecem. Aviões caem, trens descarrilam, pessoas morrem em enchentes, terremotos e tornados. Motos de neve se perdem. Cachorros levam tiros. E meninas são raptadas."