Resenhas - Memórias do Subterrâneo

Dani Ramos 15/02/2019

Marcante!
Sabemos que Dostoiévski era uma autor único e genial. Em cada obra feita por ele, sempre encontramos referências, mensagens subliminares ou simplesmente a ideia e opinião exposta clara e direta.

Em “Memórias do Subterrâneo” não foi diferente. Na primeira página somos apresentados com esse trecho:

“Eu sou um homem doente… Sou um homem mau. Sou um homem nada atraente. Penso que sofro do fígado. Aliás, não percebo patavina da minha doença nem sei ao certo de que é que sofro. Não me trato e nunca me tratei, embora respeite a medicina e os médicos.”

O personagem narrador — ao contrário de um narrador autor — nos conta a história de uma forma peculiar e não tão linear assim. A obra é apresentada do final para o começo, mencionando os detalhes de cada passagem da vida do personagem até o atual momento. Mas a escrita é rápida e fluída e a profundidade e camadas que o personagem possuí, é incrível! Não sabemos de cara se lemos um relato de um psicopata, um homem deprimido, àquele que têm um caráter delicado ou apenas um ser egoísta e frio. A forma que Dostoiévski desenvolve a trama é brilhante! A única coisa que me arrependo é de não ter começado antes a lê-lo. Esse ano com certeza tentarei ler todos os livros dele.