O Corrompido

O Corrompido Dionatas José




Resenhas - O Corrompido


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Acervo do Leitor 18/01/2019

O Corrompido de Dionatas José | Resenha | Acervo do Leitor
RESENHA – O CORROMPIDO
Existe uma melodia proibida. Um som que encanta os corações e aflige as mentes. Uma música capaz de invocar os mortos e deixar reinos de joelhos. Frente a tal poder só resta o silêncio. Em uma terra onde canções são proibidas o silêncio clama aos ouvidos dos oprimidos. Essa é a história de um jovem em busca de sua identidade e que cruzará o mundo dos mortos para consegui-la.

“Todos os dias, eu era agraciado com pelo menos um sorriso dela. Com o tempo, aprendi que esse é o tipo de pessoa que melhor esconde suas angústias.“

Baldo foi abandonado em seu nascimento. Destinado a morrer viu nos braços de Dina, uma prostituta, a vida, proteção e valores. Criado em meio a rotação de homens, bebidas e almas perdidas, teria o acaso por pai se não fosse um velho mercador. Suprindo um vazio em seu ser e servindo de norte em sua formação, Baldo viu nesse mercador, e sua protegida Lilien, um local seguro para depositar todo seu coração. Mas uma separação brusca e uma desgraça marcarão seu caminho para sempre.


“Você só passa a conhecer o mundo depois de ser forçado a caminhar com seus próprios pés. No começo, vai doer, mas logo ficará calejado pela jornada. Então, quando menos esperar, estará dando piruetas e chutando bagos.”

Há um silêncio que impera em todo continente. A “Igreja da Paz” impôs a proibição de músicas e canções devido ao medo mortal da estranha magia necromante de bardos que, no passado, barbarizaram os reinos com suas hordas de mortos. Onde o som de um banjo e uma flauta é escutado, chicotes e penitências são impostas. Qualquer um que já escutou a doce melodia de um bardo é um “infectado” e Baldo já teve o privilégio, ou a maldição, de fazê-lo. Um encontro por acaso com o bardo necromante Dan garantirá uma ida sem volta ao coração da maldita Igreja que a todos controla. Entre o dever da igreja e o desejo do coração, Baldo terá que lidar com traições, a derrocada de um reino, exércitos e mercenários que vivem entre os mortos. Uma fenda que rasga nossa realidade está para ser aberta pelo jovem Baldo, e ele caminhará entre os mortos para encontrar seu destino entre os vivos. Nos ombros deste jovem andarilho aprendiz residirá o destino de nações.


“O tempo ensina mais do que qualquer palavra.”

SENTENÇA

O livro de estreia de Dionatas José impressiona pelo ritmo veloz da escrita. Confesso que me vi devorando essa história em aproximadamente três dias! Impossível não se envolver com os dramas pessoais do protagonista e ficar curioso com o mundo criado (worldbuilding). Mas fiquei com uma impressão conflitante ao final da obra. Um estranha e desconfortável sensação de “potencial não realizado”. As partes mais intrigantes e fantasiosas da obra, por assim dizer, acabam sendo pouco exploradas deixando provavelmente para o segundo volume. Toda a musicalidade, necromancia e o mundo dos mortos que permeia a obra e traz peso a trama, distinguindo-a das demais do gênero, é explorada de forma bem tímida. Infelizmente poderia ser uma estreia de peso de um jovem autor nacional, mas acabou deixando a sensação de um diamante bruto pouco lapidado. Ficará para o próximo volume vê-lo brilhar em toda sua plenitude… mas farei questão de estar por aqui para ver essa luminosidade.

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