Amelie 14/03/2023
Fantasia e distopia nacional que te prende do início ao fim
Juntar esses dois gêneros não é uma tarefa simples, mas o autor aqui faz de forma empolgante e envolvente. O mundo de Krystallo é apresentado pelos olhos de dois protagonistas que, a princípio, não chamam tanto a atenção, mas logo se tornam queridos pelo leitor. gostei o quanto Tomé e Gray são protagonistas realistas, cheios de dúvidas, cheios de incertezas, mas que ainda sim constroem sua jornada de uma forma corajosa.
Outro ponto importante, e muito satisfatório, é como tudo se encaixa. O autor não deixa nenhum detalhe pra trás, tudo tem uma conexão. em Krystallo, não têm nenhuma ponta solta, o que é bem difícil de ver em livros de fantasia. os plots são coesos e muito, muito bons. além disso, os povs (a história intercala em pontos de vista de personagens diferentes ao longo das páginas) se complementam constantemente.
Pra mim, o que não me deixa dizer que esse livro é perfeito envolvem um pouco da distopia e um pouco da abordagem do final do livro. a parte da distopia referencia capitalismo e socialismo a partir dos dois principais países, Econ e Opus. achei ela um pouco mais superficial do que gostaria, com esteriótipos meio estranhos que parecem vir diretamente das propagandas da guerra fria. talvez fosse proposital, mas algumas características não condizem com a realidade. além disso, o final me pareceu um pouco irrealista também, mas boto fé no segundo livro. sem falar na abordagem estilo fim de filme dos anos 2000, que não narra o final como toda a história foi narrada, mas sim descreve o que aconteceu com cada personagem no final. acho que não combinou tanto, mas ainda sim continuou bom!