Canaã

Canaã Graça Aranha




Resenhas - Canaã


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Clio0 14/07/2022

Esse é um dos livros em que a composição da capa original mais detrata do que aprimora e facilita a venda, pois não é sobre algum malfadado romance, mas sobre como a religião modifica ou não os parâmetros sociais.

Em especial, Canaã busca retratar as diferenças entre a fundação de uma colônia alemã e as colônias portuguesas. Para isso temos Milkau e Lentz que, detentores de ideologias opostas, esmiúçam os particulares das famílias, das produções culturais e da religião.

Essa última é a que merece mais atenção, pois o autor faz questão de descrever as bases do luteranismo em oposição ao catolicismo vigente e é com o primeiro que temos o traçado da segunda parte da trama - uma reformulação da história de Maria pela sociedade formada.

O que antes apresentava um quê de maravilha se torna então uma crítica expositiva em que vemos que não obstante as diferenças ocasionadas pelo cisma religioso e outros pontos culturais, aquela pequena colônia ainda corrompia, julgava e oprimia a figura da mulher.

Um dos pontos mais interessantes da obra é ver a evolução de Graça Aranha em sua escrita, a forma gradual como vai transformando uma leitura descritiva e filosófica em algo alegórico. O final, por exemplo, onde há um tribunal, basicamente não oferece nomes aos Poderes lá representados... quase todos os personagens vão se despersonalizando e assumindo apenas os epítetos de suas profissões ou modos-de-vida.

É uma leitura que foge ao já conhecido e repetido "Engenho" da literatura nacional.

Recomendo.
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Heitoraudaco 27/11/2021

Tocante como a realidade.
Obra tocante, onde o autor expressa de forna profunda uma visão clara e profunda da realidade das relações humanas. Com fina sensibilidade constrói personagens sem vilanizá-los por sua origem racial. Brasileiros e estrangeiros são revelados em seus aspectos bons e ruins. A obra revela o fundamental no modo como a sociedade se organiza e o poder se estabelece e se mantem. A reveladora essência da crueza da realidade nas relações humanas de poder mostra se com toda clareza e sem misticismo de superiodade racial. Gratificante entrar em contato com tão clara visão de mundo. Rara oportunidade de nos lermos como brasileiros na obra de um autor de espírito nobre, sincero, agregador e corajoso.
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bibicortez 23/07/2023

Esse clássico estava na minha estante fazia um tempo, comprei pro vestibular da UEMA e no final nem fiz a prova, mas resolvi ler o livro e gostei. Achei que o autor para ressaltar as maravilhas do Brasil descrevia muito as paisagens o que pra mim se torna um pouco chato, mas ainda sim é interessante e aborda vários tópicos que até hoje são relevantes: a nossa síndrome de cachorro vira-lata kk (só gosta do que é internacional e menosprezar o nacional) e as questões de como funciona o nosso governo/política em que as relações não são feitas de forma legal, mas de acordo com amizades e acordos extrajudiciais.
De modo geral, senti que essa é uma obra ainda mais profunda do que eu posso imaginar e gostaria de ter discutido com meus professores de literatura na época do colégio, eu tive profs incríveis que imagino que poderiam ter tirados várias dúvidas que tive durante a leitura, mas depois vou ver resenhas explicativas para tentar absorver o máximo desse livro. Não irei dar spoiler, mas o final me deixou em choque.
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Nivia.Oliveira 26/08/2022

Seguindo minhas leituras de modernistas, foi a vez de Canaã de Graça Aranha. E para representá-lo eu escolhi a escultura da modernista Maria Martins, denominada “A estrada; a sombra; longa demais; estreita demais.”
Por que esse livro foi moderno se foi publicado em 1902? Porque o autor propõe um romance para debater ideias, algo inusitado na época.
Assim, o livro inicia com a chegada de dois imigrantes alemães numa fazenda do Espírito Santo (inclusive as descrições das paisagens são belíssimas!). Cada um num pólo, iniciam um debate sobre a miscigenação de culturas, a migração, a europeização e a decomposição dos brasileiros (um pouco enfadonho, apesar do tema ser interessante). Talvez pelo fato de o autor ter sido juiz, ele deixa as falas dos personagens categóricas, mas como viveu no local, tudo parece verídico.
Vencida essa barreira, você vai conhecer o drama mais dramático (sim, vou manter o pleonasmo!) da maternidade que já li, baseado num fato real. Maria, vai carregar o peso mariano: eleita, julgada e sofrida; passa a viver literalmente um Apocalipse!
Como vê, a referência bíblica não está só no título, Canaã, a terra prometida dos israelitas, numa alusão ao nosso país onde “a terra que tudo dá”. Contudo, toda promessa carrega consigo a ilusão de não haver angústia... É isso que nos conduz até o final dessa história essencialmente brasileira e atual.


site: https://www.instagram.com/niviadeoliver/?hl=pt-br
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Lucas1429 10/03/2024

Salva pelo final
Livro importante na literatura brasileira, Canaã conta a história de Milkau, alemão radicado no Brasil que vai parar no Espírito Santo, em busca de uma nova vida.

Uma vez na colônia alemã, nos arredores de Cachoeiro, conhece Lentz, filho de um general alemão e que se encontra solitário na colônia capixaba.

Daí se desenrola a história, dois recomeços e ideais opostos para o futuro do Brasil: país do futuro por si só, ou berço para uma europeização?

Nesse meio tempo, surge Maria, cuja história é tocante e traz luz ao livro.

A cena dos porcos é absurda de abismal.

O livro traz discussões filosóficas e políticas, contracenando xenofobia, interesses, o jeitinho brasileiro, política e filosofia através de seus personagens, traçando um retrato da região e das discussões ali na aurora do séc XX.

Não é um livro ruim, mas é arrastado. Fica bom no último terço, com o desenrolar da história de Maria. Até chegar lá, foi difícil entrar no ritmo.

As descrições do espírito santo e dos costumes alemães são legais, bem poéticas em alguns momentos.

Em suma, um livro difícil para iniciantes, que vale mais pelo seu apanhado final, mas que, embora curto, é bem maçante.

Tentei ler a versão original e foi inviável pelo português arcaico, daí migrei pra uma versão com um português mais próximo do nosso, feita apenas algumas décadas atrás.

Importante para conhecer mais de nossa literatura tupiniquim, muito embora no mesmo período, acredito que tenham autores melhores como Machado, cuja leitura é tão rica, mas mais atrativa.
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Isabelly389 10/09/2022

Canaã??
Considerado o primeiro romance ideológico nacional, Canaã (1902) se constrói ao redor da metáfora bíblica da Terra Prometida. Retratando a imigração alemã no Espírito Santo, a narrativa nos leva a conhecer Milkau e Lentz, alemães que se estabelecem às margens do rio Doce, e cujas ideias se antagonizam. Permeada por conceitos naturalistas e pertencente à fase Pré-Modernista da literatura brasileira, Canaã tem uma narrativa rica, objetiva e densa, firmando seu espaço como obra indispensável para o leitor de todas as épocas.
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jamilly__m 26/02/2023

CANAÃ ? A terra prometida?
Não a livro mas difícil de se fazer um resenha do que este. Nesta obra que NÃO é um romance encontramos dois rapazes alemães que se tornam ótimos amigos. Tendo em mente ir para uma nova terra onde querem alegria e recomeçar a vida. Essa ótima historia que é um tanto complicada para se ler é um história emocionante com ótimos pesamentos e ideias que são desenvolvidos entrem os dois personagens principais, temos uma parte triste e emocionante ligando o seu modo humano quando Maria aparece na historia.
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Isa 04/03/2022

Obra literária para a UEMA 2022
Canaã conta a história de Milkau e Lentz, dois jovens imigrantes alemães que se estabeleceram no Porto do Cachoeiro. Amigos e Rivais. Enquanto isso, Milkau é sobre fusão e paz, apreciando o novo mundo, e Lentz é sobre conquista e guerra, pensando no dia em que a Alemanha invadiu e conquistou aquela terra. No entanto, os dois lados estão unidos, trabalhando juntos nesta terra e prosperando. Mais tarde, aparece Maria, filha de imigrantes empobrecidos, abandonada quando seu protetor morre e deixa o que acredita ser o amante de seu futuro marido. [*****], considerada louca e prostituta, chegou a ser salva por Milkau antes de ser rejeitada pela igreja, certa vez conheceu Milkau em uma festa e foi morar em uma fazenda. Lá, ela continuou a ser abusada até que um dia seu filho foi morto por um porco e ela foi acusada de infanticídio. Enquanto está na prisão, Milkau começa a visitá-la, e ela é negada por toda a cidade. Finalmente, ele escapou no meio da noite e a salvou.
Além de retratar imigrantes alemães e o então corrupto governo brasileiro, a história em si é apenas o pano de fundo para uma discussão ideológica entre Milkau e Lentz. Em termos de conteúdo, o livro é amplo, pois aborda raça, relacionamentos, cultura, colonização e progresso. Desenvolve alguns aspectos sociológicos e fisiológicos.
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Rodrigo 26/12/2020

Natureza exuberante
Uma das leituras mais significativas de 2020, repleta de belezas naturais e uma narrativa marcante.
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valreiss 22/05/2009

Um excelente Livro
O livro foi tão marcante para mim, que quando terminei de ler, inconformada com o final, criei um novo final para ele!
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Jefferson Fernando 15/04/2010

Bastante interessante
Esse livro não é pra quem quer encontrar uma bela história.
Fiquei admirado em ler uma obra do meu conterrâneo. Seria, como diz Milkau, que vivemos num progresso em que vamos encontrar a paz -Canaã- entre os homens? Ou como Lentz, voltado para o pessimismo, em que a solidariedade e o amor não valem a pena?
Confesso que não fiquei no lado de nenhum dos dois, mas essa obra me colocou pra pensar. Podemos separar homens em raças? Seria sua junção ou sua separação biológica influiria em alguma coisa? Existe raça brasileira?

É utópico, mas coloca a gente pra pensar sobre questões antropológicas.
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naluisa 17/05/2022

Que leitura DENSA!!
Não sei como dar nota pois eu li por pura obrigatoriedade. A obra é realmente incrível e trás a visão da época sobre debates raciais, a hipocrisia da sociedade, corrupção, abuso de poder público e a constante busca por uma identidade nacional. As partes que retratavam discussões políticas eu achei extremamente confusas, com palavras rebuscadas e o narrador se referia a eles utilizando cargo, nacionalidade, nome ou outra característica o que tornava ainda mais difícil de acompanhar os diálogos. O livro é realmente muito marcante, é uma leitura que você jamais será capaz de esquecer. As cenas de crueldade e abuso eram desenvolvidas de uma forma extremamente descritiva, foi muito desconfortável de ler. As discussões eram realmente monólogos pautados na filosofia que o autor queria passar de cada personagem o que tornava a leitura maçante e cansativa. Acho importante pautar também que, depois que você analisa que as falas do Milkau, apesar de representarem a confiança no futuro do Brasil e do amor, ele tinha sim um pensamento racista, pois ele nunca acreditou que o povo brasileiro em si fosse evoluído e capaz, ele via como primitivos e sempre se referia dizendo que precisava de uns ajustes e da ajuda do povo europeu, o povo evoluído.
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Marvko 14/06/2022

Um retrato do Brasil recém republicano.
"Canaã" é um livro muito denso. Não é profundo no sentido de ser indecifrável; todas as intenções da obra são captáveis para um um leitor atento. Seu valor se dá na forma como Graça Aranha explora questões nucleares da identidade nacional do Brasil, com grande riqueza filosófica e sociológica. Aborda temas como a miscigenação, as classes sociais, o racismo, o patriarcalismo e machismo, o patriotismo, a corrupção, dentre outros. O autor se vale da sua experiência como jurista no interior do Espírito Santo, onde entrou em contato com a cultura local e colônias alemães, e pelas suas viagem para a Europa. Assim, Graça Aranha, escritor de grande bagagem cultural e intelectual, conhece e analisa o Brasil como ninguém.

Dito isto, todas as críticas de que o livro menospreza o Brasil, superestima os alemães, etc, não se sustentam. Só diz isso quem não entendeu o livro. É verdade que a leitura pode ser arrastada em certos momentos, mas isso não se deve a um defeito do livro, e sim ao fato que os leitores de hoje (eu incluso) não estão habituados a uma linguagem mais rebuscada, descritiva e enigmática como a de Graça Aranha, cheia de alegorias e figuras de linguagem. Para quem sabe apreciar, é uma escrita bonita.
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Brina 25/02/2021

Ate difícil fazer resenha
O q era pra ser trágico ficou cômico pra mim, muito drama sem sentido. Esse livro Coloca o Brasileiro abaixo de 0, pra mim so eleva o nosso sentimento de vira lata( que temos ate hoje), onde so o que é de fora que presta, os alemães são uma raça superior e tal...
As vezes senti a narrativa tão desconexa que custava a encaixar na história. Não recomendo, vou ler Machado de Assis que é melhor ?
ajsjad 15/07/2022minha estante
Vejo canaã como um registro histórico. Viu como o posicionamento de Lentz se encaixa perfeitamente com o daquele partido alemão que causou a Segunda Guerra Mundial? Além disso Milkhal representa fielmente o que seria o culturalismo racista de Jessé de Sousa, que já é um conceito bem atual. Fora o antissemistismo, racismo, corrupção, misoginia, corrupção e objetificação dos animais que são retratados na obra...porém nem tudo isso foi abordado com viés crítico do autor; a intenção de Graça Aranha foi justamente menosprezar o brasileiro.




thaisdandaro 13/12/2020

não superei alguns estranhamentos tidos com a leitura. os diálogos filosóficos acabam sendo monólogos, porque não há diálogo entre as diferentes perspectivas e o próprio narrador segue com o posicionamento discursivo sem falar diretamente com alguém.
na busca da terra prometida, acabamos encontrando uma tragédia horrorosa se desenrolando em acontecimenros narrados de uma forma crua e brutal.
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