Renata | @am0r_p0r_livr0s 24/03/2024
Pois é... saí da fase dos livros de suspense e entrei na dos reflexivos, e que tem como assunto principal a velhice e a morte. Dois dias depois de “É Sempre a Hora da Nossa Morte Amém”, depois termino esse outro, que me foi recomendado por um amigo querido, que já se designa velho (apesar de não ser... rsrs).
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A juíza Andréa Pachá, depois de trabalhar muitos anos na Vara de Família, se viu diante do desafio de assumir uma Vara de Sucessões, onde lidaria com processos de intervenções, testamentos e curatelas. Nesse livro, ela desenvolve os contos a partir de suas experiências nesses tipos de audiência.
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Por meio de contos curtos, alguns divertidos e outros nem tanto, a autora, além de narrar os fatos e contar as causas e desfechos de cada um, faz suas análises e reflexões sobre a velhice, acerca das dificuldades, angústias e sentimentos dessa fase da vida. Os contos são intercalados com depoimentos de idosos que funcionam como um respiro entre as histórias e fazem o leitor se colocar em seu lugar.
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São muito grifos que fiz, postei alguns nos stories, mas esse merece destaque: “Deixar de refletir sobre a nossa condição humana, transitória e com data de validade, não nos torna imortais”. Essa frase parece óbvia, mas vivemos como se não fôssemos morrer e isso pode fazer com que não façamos o que nos faz feliz, adiando coisas para preservar outras e, então, nós é que morreremos infelizes.
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No fim do livro, Andréa escreve seu “testamento” e um de seus desejos é: “Desejo não sofrer. Muito menos fazer sofrer a quem amo. Se não conseguir, desejo que os danos sejam reduzidos pela compreensão de que nossa condição humana nos faz precários e provisórios”. Esse é meu desejo também.