spoiler visualizarthapark 20/10/2020
Com a sociedade ficando cada vez mais longeva, aumentam o interesse e os livros que tratam da velhice sob seus diferentes aspectos.
Este, da perspectiva de sua autora - uma juíza que deixou a Vara de Família para assumir uma Vara de Sucessões -, mostra objetivamente aquilo que a maioria prefere ignorar: diante da avançada idade os velhos continuam sendo pessoas e, por isto mesmo, dotados de desejos, relações e histórias que não podem ser subjugados.
A cada capítulo do livro, @andrea_pacha narra as histórias de personagens inventados para exemplificar os litígios que surgem com o envelhecimento. De todas elas extraímos o ensinamento fundamental de que é indispensável discutir a morte, a velhice, e a necessidade de utilizar instrumentos legais como preservação de um mínimo de autonomia de vontade evitando-se, assim, ficar a mercê da lei que muitas vezes é injusta para momentos como estes.
“Compreender o envelhecimento como um processo natural pode nos auxiliar a preparar um testamento, uma diretiva antecipada de vontade, manifestando desejos que devem ser respeitados por aqueles que cuidam de nós, legando o patrimônio, afirmando a quais tratamentos interventivos queremos nos submeter, positivando o destino dos nossos órgãos ou a possibilidade de cremação do nosso corpo, para que nossa autonomia não acabe antes do fim.”
Com uma escrita fluida e cheia de reflexões, este livro é daqueles difíceis de parar de ler.
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