Um Exu em Nova York

Um Exu em Nova York Cidinha da Silva




Resenhas - Um Exu em Nova York


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Lhyz 02/02/2022

"Água que brota não cessa, mesmo quando cortada."
Acho que é a primeira vez que eu li um livro que é totalmente voltado para o sentir. Normalmente, buscamos entender as coisas e ver seus multiplos significados delas, mas cidinha da silva veio e - com seus belíssimos contos - criou um livro de sentir.

Os meus favoritos foram: I have a shoes for you, o velho e a moça, Kotinha, No balanço do teu mar e Sá Rainha.

É um livro curto, cada conto parece uma bisbilhotada em cenas da vida e o que eles todos tem em comum é o povo preto, sua conexão e Exu.
Ana Sá 02/02/2022minha estante
Adorei a resenha... O livro é muito sensorial mesmo! Só de ler os títulos que você destacou, voltei às imagens e às sensações de quando li! ?


JurúMontalvao 02/02/2022minha estante
?




alineaimee 26/03/2022

Realismo e misterio
Olhares, cumprimentos, encontros, recados fortuitos. Trânsito e interação intermediados por percepções metafísicas e espirituais. É assim que entramos em "Um exu em Nova York", essa coletânea de título assaz magnético, da autora mineira Cidinha da Silva.

Vencedor do prêmio Biblioteca Nacional em 2019, o livro traz textos que unem contemporaneidade e ancestralidade de modo muito eficiente: por um lado, narrativas curtas, ágeis, híbridas, sincopadas e marcadas pela coloquialidade, por certo mistério e pelo humor; ao mesmo tempo, o subtexto das culturas e religiões de matriz africana, o cotidiano violento e precários de pobres e pretos, a história e as lutas dos povos escravizados, que várias vezes são evocadas com beleza poética:

"Como no poema, os dias mais felizes da vida brotavam como erva benfazeja. O céu ruborizou um abóbora iansânico no entardecer dos dias frios. Oxum ria um riso de menina arteira. Os orixás, em festa, criaram um mundo novo, sem aquele trabalho todo que fora carregar o saco da existência."

Pode-se dizer que Cidinha se inscreve numa linhagem de Realismo Mágico, em que o fantástico está relacionado a saberes e crenças locais que são bastante reais para quem os professa. Muito me interessam os livros em que as manifestações metafísicas estão incluídas como parte da experiência humana: sonhos mensageiros, visões, aparições dos mortos e de entidades, inspirações inesperadas, dobras temporais. Sempre se pode tentar oferecer explicações materialistas para esses fenômenos, mas a verdade é que muitos de nós os experienciam, pelo menos em alguma altura da vida, como mistério. E Cidinha espalha toda sorte de vivência mística em histórias que vão do Brasil colonial aos dias de hoje, de contextos complexos que exigiam planejamento a flagrantes da correria pós-moderna.

E essas histórias nos ajudam a lembrar que, por mais descobertas e respostas que a ciência ofereça, boa parte da vida acontece sob outros termos. São textos que nos mostram que podemos assumir alguma humildade, preservando ainda o fascínio. Até porque, como a autora muito bem demonstra em seus contos, é justamente algo de misterioso que tantas vezes nos dá força, resistência e propósito.
Camila.Szabo 26/03/2022minha estante
Esse livro tá na minha lista. Pela sua resenha parece que vou gostar.




Luana 03/05/2020

Adorei. Apesar de não entender muito das religiões afro-brasileiras, achei o livro muito profundo, bonito e triste.
Cada conto tem seu mundo, sua alma.
Gi 15/04/2021minha estante
Também tive um pouco de dificuldade em relação as referências religiosas. Inicialmente achei que iria aprender um pouco mais sobre a religião. Me surpreendi, com os contos, aprendi muito, mas ainda preciso ler mais sobre esse tema.
Os contos são ótimos, gostei da forma que ela escreve.


Luana 15/04/2021minha estante
São demais! Quero reler um dia desses também.




Isa Sales 03/02/2024

Bonito e despertador
Achei a escrita de Cidinha bem direta e composta de traços das religiões de matriz africana. Fiquei bem interessada na obra, e ela consegue despertar a curiosidade acerca dos orixás de uma maneira muito natural e implícita. Só gostaria que alguns contos tivessem sido um pouco mais longos, os que mais me conquistaram foram ?Lua Cheia? e ?Farrina?.
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Paty 28/12/2021

Um Exu em Nova York
O livro traz contos curtos, com base no cotidiano, mas com um belo resgate histórico.
Sem dúvida uma riqueza de leitura.
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Camila 11/03/2022

Intenso
Uma bela coleção de contos que transitam entre as tradições de Minas Gerais e as vivências em solo norte americano. Tudo lindamente narrado pela autora que nos dá a sensação de ter assistido ou vivenciado cada uma das histórias contadas.
Destaco e sugiro em especial dois dias contos que me arrancaram um sorriso durante a leitura: "Maria Isabel " e "Dona Zezé".
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sam | @msamlima 21/08/2020

Contos de embates de fascínios
O livro é sobre encontros e partidas. Exuzilhadas.
Cidinha da Silva aqui conta essas histórias de belezas e estranhezas de forma a se fazer sábia. Essa é a palavra pra Cidinha. Sábia. E sábia de saberes que não são valorados como deveriam.
Algumas histórias são maiores e mais completas, outras curtas (ouso dizer que curtas demais) e deixam só o meio de algo que você queria um pouco mais de início e um pouco mais de fim.
Foi uma ótima experiência de leitura, quero mais da escrita de Cidinha.
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fev 27/06/2021

Curtos e interessantes
Eu e minhas questões com contos breves. A sensação é que eu deixei de captar muitas coisas por não conhecer as subjetividades das religiões de matizes africanas que está presente em todo texto praticamente. Nos contos maiores consegui aproveitar a escrita de Cidinha da Silva. Ela percorre por vários temas (ancestralidade, sexualidade, amores, violência, medo, traição entre outros) de maneira interessante.

Meus contos preferidos foram:

- Válvulas;
- No balanço do teu mar;
- Lua cheia;
- O mandachuva;
- Jangada é pau que boia;
- Akiro Oba Ye!;
- Dona Zezé;
- Sá Rainha.
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Leituras di Macondo 12/09/2021

Encruzilhadas femininas
O livro aborda a questão de gênero, a ancestralidade africana, as questões pertinentes à mulher desde o Brasil Colônia até hoje, numa Nova York cosmopolita, mas ainda muito machista, como o resto do mundo, na verdade.

São 19 contos curtos, cheios de potência, sutileza e poética narrativa.

13o. Livro da autora e vencedor do prêmio da Bilioteca Nacional em 2019.
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Leitora Caótica 12/01/2023

Uma delícia de leitura
"Em agonia sangrei, sequei, morri lentamente."
O conto "Válvulas" deveria ser tombado patrimônio nacional. A Cidinha tem um dom com as palavras, eu não tenho a menor dúvida disso.
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lumas 30/08/2021

Os contos são incríveis, são muitas emoções e sentimentos que provocam, alguns revolta, em outros a gente só se movimenta, sente o Exuzilhamento.. São becos, encruzilhadas, transpassam medo, perpassam sonhos e toca tão profundamente cada conto em si. Em especial chorei com o velho Ayrá, eu também tenho certeza que oque brota de mim é memória das águas.
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Taíla 10/06/2020

Valioso
Contos. Está aí um estilo literário que não tenho muito o hábito de ler, mas as duas obras de contos que li nos últimos tempos foram muito gratificantes e valeram muito a pena e as duas foram indicação do Clube de Leitura Leia Mulheres de Caxias do Sul (@leiamulherescaxiasrs) e olha, só livrão. Inclusive, se você não mora em Caxias, fica a dica para seguir o perfil mesmo assim para acompanhar as dicas de livros que são bem relevantes. Eu mesma, li a obra e não consegui ir no dia do encontro, o que foi uma pena, mas a leitura foi muito maravilhosa.

Um Exu em Nova York é um livro de contos da autora Cidinha da Silva, com 18 contos, a obra traz histórias sob o olhar da vivência de pessoas pretas. Esse livro mexeu comigo de uma forma muito potente. Como você imagina os protagonistas das histórias que você lê? Os autores fazem uma descrição? Fazem, muitas vezes sim. Mas nem sempre e, mesmo assim, quantos protagonistas negros você consegue enumerar nas suas leituras? Por que quando lê sobre um personagem o seu primeiro instinto é pensar em uma pessoa branca?

Eu tinha como padrão imaginar pessoas com tipo físico parecido com o meu e ia adaptando as feições conforme a descrição e acho que falta muita criatividade da minha parte, mas bem, não me lembro de ter imaginado uma pessoa negra a não ser que o autor mencione. E em Um Exu em Nova York realmente vi como isso é diferente, como, mesmo sem descrever, você percebe pelas situações que se decorrem, como o meio reage a essas pessoas e isso choca. Você percebe que a vivência é diferente, que o sofrimento é diferente, as prioridades mudam e o tratamento recebido é muito diferente do que eu vejo no meu dia a dia, nas minhas vivências. E, quando a gente percebe isso de verdade, choca.

A gente sabe de ouvir falar, entende quando as pessoas falam, mas o fato de você entrar na história e se colocar no papel dos personagens faz com que quando você perceba a força do livro que está nas suas mãos, você fique realmente impactado.

Mas não falo de uma obra triste, Um Exu em Nova York é uma obra rica, uma obra real. Traz contos sobre lembranças, sobre mistérios, sobre dor também, uma dor bem específica do povo negro, mas traz riqueza, magia, encanto e uma narrativa tão boa que dá vontade de continuar se deliciando nas páginas nas palavras da Cidinha.

Junto das narrativas negras, a obra traz os elementos da cultura afro, riqueza, fé e bondade para enriquecer ainda mais essa obra. E, no final da obra, a autora traz um glossário sobre os termos relacionados à cultura afro-brasileira. Ótimo para quem não tem a vivência e o contato e deseja saber mais.

Acolher, entender, estar aberto a conhecer o outro e mais, a conhecer e reconhecer uma parte muito valiosa da cultura do nosso país, é necessário, é essencial. Sem dogmas, sem pré-conceitos e de coração aberto.

Minha dica: leia mulheres e leia mulheres brasileiras. São tantas vivências ricas, tantas narrativas que se encaixam com as nossas vidas que encantam e emocionam. Saia da sua zona de conforto literária e conheça novas autoras. Você vai amar!

site: https://www.prateleirasemfim.com.br/posts/livros/resenha-sobre-o-livro-um-exu-em-nova-york
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Eduarda.Ferreira 28/02/2022

Interessante
Meu primeiro contato com esse tipo de literatura, achei um pouco confuso, mas interessante.
Contos foram legais, alguns eu entendi quase tudo e já outros não consegui compreender acho que nem 2%, depois pretendo ler novamente pra vê se muda a minha percepção.
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Charlene.Ximenes 11/04/2021

"Tudo é político e fazer essa leitura é ler pelo certo."

A obra ganhou o Prêmio Literário Biblioteca Nacional de 2019, na categoria conto e é publicada pela Editora Pallas. Conhecer Cidinha, mineira de Belo Horizonte, por indicação de uma das minhas autoras contemporâneas favoritas, a Maria Valéria Rezende, foi de uma felicidade imensa.

"Um Exu em Nova York" traz ao leitor 19 contos que se encerram por si e que mostram uma autora madura nesse estilo. Por mais desejosa que eu tenha ficado em saber mais sobre algumas histórias, senti-me contemplada ao ler contos curtos e alguns de uma só página. O panorama contemporâneo, as relações humanas, a cultura afro-brasileira e tantos outros temas permeiam o emaranhado poético e profundo dos textos da autora.

Dona Zezé, Sá Rainha, Maria Isabel...
Ficou tudo aqui guardado.

São personagens que percorrem espaços, comunidades, casas, terreiros, avenidas e um lugar íntimo que nos permite perceber diversas identidades.

"A vida que dá certo remoça".

Leiam Cidinha!
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Gustavogl 30/05/2021

Um livro curto de contos curtos. Cidinha da Silva começa com histórias que trazem bastante da cosmologia africana e de diáspora. Eu que tenho estudado os mitos e rituais não entendi muita coisa das primeiras histórias acredito eu por me faltar vivência em terreiros. Há coisas que não são só para ser entendidas mas também sentidas e a Cidinha começa com uma prosa poética que é tocante. Lá pelo meio ela vai mudando o caminho e exalta as histórias que todos nós pretos já ouvimos falar. Aquelas que trazem a nossa ancestralidade e que mostram a força da mulher preta.
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