Resenhas - The Exorcist

Igor559 23/02/2024

Uma leitura frustrante, esperava mais desse clássico.
Ao adentrar na trama de "O Exorcista", deparo-me com uma narrativa inicialmente ancorada na análise médica, sugerindo um enfoque em transtornos mentais ao invés de possessão demoníaca. O padre Karras, figura central, resiste à crença no sobrenatural, gerando um conflito que se desenrola ao longo da obra.

A demora na aprovação do exorcismo e a hesitação de Karras em aceitar o caráter demoníaco da situação contribuem para uma tensão progressiva. Contudo, a narrativa carece de momentos impactantes, deixando o leitor em espera por um clímax mais imersivo.

Minha perspectiva ateia influenciou a interpretação da trama, destacando a abordagem secular do autor. A ênfase na explicação psicológica para fenômenos supostamente demoníacos enfraquece o aspecto sobrenatural, tornando a experiência menos visceral.

A ausência de sustos marcantes pode ser atribuída à preferência do autor por uma abordagem mais psicológica, explorando os limites da mente humana. A sugestibilidade cerebral é um tema constante, mas a narrativa poderia ter explorado de maneira mais eficaz os elementos aterrorizantes.

Em suma, "O Exorcista" oferece uma abordagem única ao horror, mesclando elementos religiosos e psicológicos. No entanto, a narrativa pode deixar a desejar para quem busca uma experiência mais intensa e imediata. A nota de 6,5 reflete a sensação de que a obra não atingiu plenamente as expectativas, equilibrando-se entre o sobrenatural e o terreno psicológico.

Bárbara P. 09/04/2023

Tenso
Sinceramente, é até difícil pensar no que escrever sobre esse livro, porque foi totalmente diferente de tudo que eu imaginava.

Eu já assisti o filme muitos anos atrás, e acho que muita coisa do filme ficou na minha cabeça, mas eles são diferentes em alguns pontos bem importantes. No livro, por exemplo, o conflito da fé do padre Karras fica bem mais evidente, e o dilema da Chris, mãe da Regan (menina que foi possuída) de não acreditar até chegar ao ponto de "querer" que a filha estivesse possuída para pelo menos ter alguma esperança com o exorcismo, tem um peso bem maior.

No mais, foi uma experiência de leitura muito esquisita. Eu não tive medo em momento algum, mas perdi totalmente o sono a noite aparentemente sem motivo, de passar uma noite em claro mesmo, só conseguir dormir as 8 da manhã. Só hoje, depois que terminei o livro, eu percebi que com certeza hoje eu vou dormir bem. Bem bizarro.

Senti uma tristeza muito grande lendo esse livro, acho que me cansou bastante mentalmente. Talvez porque era um dos preferidos da Malane, uma amiga minha muito querida que morreu recentemente.

Mas eu acho que não é uma história triste, ou "de terror". Eu diria que é mais sobre fé e espiritualidade e acreditar que o bem vai vencer, algo assim.

Vale a pena a leitura com certeza.

Ingrid.Sombra 26/10/2022

O exorcista
Decidi ler esse livro após ouvir opiniões de diversas pessoas sobre ele ter sido o livro mais assustador que já leram. Já assisti o filme, e por isso nunca havia me interessado por ler o livro que o inspirou. Mas posso dizer que valeu muito a pena porque o livro é infinitamente superior.

Como é um livro antigo (40+ anos), apresenta muitos conceitos de saúde mental defasados, mas isso não prejudica a construção dessa atmosfera que me fez questionar até o final se era mesmo um caso de possessão ou de transtorno mental. Para quem já viu o filme, alguns questionamentos que o padre Karras faz podem parecer repetitivos, mas são extremamente pertinentes.

Vivemos em uma sociedade secular, fundamentada na razão e na ciência (eu, inclusive), e não pude evitar me imaginar no lugar. Muitas vezes, a "possessão" é a explicação desesperada para transtornos mentais graves que distorcem a identidade e personalidade da pessoa, além de fazê-la apresentar comportamentos tidos como desviantes, maus e repugnantes. Esse livro me levantou reflexões sobre o que é o bem e o mal, o que é a loucura, credulidade versus negacionismo, entre outras coisas.

A quem tiver proficiência da língua inglesa, recomendo o audiobook narrado pelo próprio autor, William Peter Blatty. Ele dá vida às entonações e emoções que vislumbrou ao escrever o livro, além de ser bem mais assustador ouvir às encenações. Suas risadas malignas são de arrepiar.

Lidi 21/07/2020

Facilmente um dos melhores livros do gênero que eu já li! Ainda que terror, todo o livro é focado nos dramas pessoais de cada personagem e os diálogos são simplesmente incríveis de tão bem feitos. É, antes de um bom terror, uma boa novella.
Em alguns pontos, pode ser chocante para o público mais sensível, então aconselho cautela pra quem se impressiona fácil.

Maitê 03/11/2019

Nunca vi o filme, mas é impossível não ter a minima noção do que acontece nesse livro, é tão integrado na cultura pop que até pessoas que não gostam de terror vão saber dele.
Mas o livro me surpreende com o seu constante tema de religião vs ciência; não do jeito que imaginamos, mas sim do discurso da negação ser tão forte que até os padres relutam em acreditar na possessão. Preferindo buscar respostas biológicas, psicológicas, paranormais para explicar o que eles estão vendo, e não querem ver.

JPHoppe 13/03/2011

Excelente
Quando peguei o livro emprestado, já fui com um pé atrás.

O gênero de terror/suspense comunica-se melhor visualmente, e aliado a sons (ou a ausência destes), transmite para nós a sensação de inquietude e medo. Não é algo fácil de encontrar por meio da palavra escrita.

Pois bem, William Peter Blatty consegue passar essa sensação com o clássico O Exorcista, adaptado no cinema com direção de William Friedkin, e uma excelente atuação de Max von Sydow (7th Seal). Houve momentos em que fiquei realmente tenso, e não conseguia parar de ler. Talvez tenha sido o único livro que tenha me passado essa sensação.

Leitura recomendada.