Aggretsuko0 05/09/2023
Eu, Mecan?
Uma leitura gostosinha sobre aventura espacial, inteligência artificial e religião.
Não parece, mas o livro tem vários conteúdos religiosos, mas isso não deixou a leitura negativa ou tendenciosa , porque apenas mostrou como a religião pode influenciar num tipo de sociedade ou em todos. Aqui nesse livro temos que a terra no futuro, como todos sabemos está fadada ao fracasso: sem recursos, muitos poluentes, porém com a viagem espacial avançada, fazendo com que pessoas consigam explorar as galáxias e procurar outros planetas habitáveis para salvar a população do planeta terra.
No caso do livro, com a viagem pelo buraco de minhoca sendo possível, são encontrados vários planetas que poderiam ser habitados pelos seres humanos, porem não por eles todos, porque ainda tem o grande problema populacional: bilhões de pessoas pra poucos planetas. Com o tempo foram surgindo alternativas pra solucionar esse problema: alguns planetas viraram locais para estudo e desenvolvimento de cientistas para salvar a terra, outro para desenvolver super soldados capazes de trabalhar duro para defender o planeta e outro serviu de férias perfeitas para os mais ricos e fonte de entretenimento para poucos milionários. Apenas um único planeta foi considerado perfeito e propício para a habitação terrestre: um verdadeiro oásis que lembra muito a terra dos primórdios: gênesis foi como foi chamada e aí com medo das pessoas na terra habitarem ele e estragarem tudo de novo, ela foi fechada para apenas alguns, os defensores do planeta vamos dizer assim, e acabou iniciando uma guerra entre os que moravam la e os da terra que queriam morar la. Eu não entendi muito bem quem foram as pessoas que foram morar em genesis, mas de toda forma como eles se isolaram e era todos vibes natureza, meditação, religião e desenvolvimento sustentável, acabaram ficando fracos tecnologicamente falando e em minoria contra a grande potencia armamentista da guerra, que nesse futuro possui robôs super desenvolvidos capazes de desenvolver varias funções humanas, inclusive claro, o de soldados na guerra. Dentre esses robôs foi desenvolvido apenas um com inteligência superior e ele é o nosso protagonista, juntamente com uma soldado do genesis que está perdida dentro de toda a religiosidade do seu planeta sem conseguir se encaixar nem fazer amigos. Assim, contra as chances prováveis de se matarem à primeira vista, eles embarcam numa jornada em busca de salvar o planeta genesis da derrota iminente contra a terra graças a informação vazada pelo robô Abel, que tinha uma relação muito íntima com seu criador: o inventor de toda a robótica inteligente do universo. Por que ele ajudou ou porque eles embarcam juntos ja é spoiler demais e apesar do começo meio tedioso e explicativo demais e da falta de romance (quem leu ate aqui querendo saber se tem, digo logo que é escasso) eu gostei bastante da história, começou a me envolver da metade pro fim e traz umas reflexões e enredos instigantes que é uma característica da Claudia Gray. Gostei muito da trilogia firebird e comprei esse livro de olhos fechados pensando que ia ser tão bom quanto. Não foi, porém traz um lado dela que não conhecia, porem com os mesmos traços empolgantes e que te prendem na leitura. Como os personagens vão se desenvolvendo e descobrindo mais sobre eles mesmos é muito bom e os diálogos são muito incríveis e realistas. Pode ler sem medo, me passou uma vibes aventura espacial estilo o guia do mochileiro intergaláctico e nunca mais li nada sobre viagem espacial dessa forma o que foi bem divertido e diferenciado. Ansiosa pra saber como tudo acaba no segundo livro, porque apesar de ter adivinhado o plot do primeiro, não deixou de ser empolgante e eu não faço ideia do que vai acontecer agora no segundo. A criatividade da Claudia realmente me surpreendeu.