Resenhas -

puppy7 24/03/2024

Estou na beira da piscina
O livro Cloro estava abandonado em uma prateleira do escritório em que eu trabalho,
meus olhos o encontraram pelo azul de sua capa e então eu pensei que o tinha escolhido - mas, na verdade, ele me escolheu - Eu sempre soube que cloro era forte e causava
desconforto, mas ainda não tinha plenitude de sua profundidade.

Constantino era um homem com uma vida estritamente planejada e arquitetada para
esconder sua sexualidade, ele conseguiu ser quem ele deveria ser e quando devia ser, mas em algum momento ele enxergou a possibilidade de viver seus desejos e continuar sendo quem ele desejava - deveria - ser. A partir disso, ele mergulha em uma vida de infidelidade, com o propósito de finalmente se permitir e enfim aos 50 anos ter suas primeiras experiências sexuais com homens.

Quando ele abriu essa porta em que ele podia transitar entre os dois mundos, ele não
contava com a possibilidade de se apaixonar, afinal, como ele mesmo disse: ?Eu não havia
pensado em me apaixonar. A gente nunca pensa nisso?. Tino, que vivia uma relação
cômoda e plenamente contratual, se encontrava em uma paixão envolvente, daquelas que se cria cenários imaginários que você adormece pensando e acorda com saudades. Infelizmente, assim como sua vida, sua história de amor também teve seu fim e, só por isso, ele conta toda sua história, morto, sem nada a temer, se sentiu seguro para se libertar.

Constantino, que ainda muito novo, sentiu afeto por seu professor de natação e que
reprimiu esse afeto durante grande parte de sua vida, sentiu o cheiro de cloro novamente
em seu último dia de vida, em uma realidade onde ele só era ele por completo. O livro se
encerra com versões de pessoas importantes sobre a morte de Constantino, sem nenhum
buraco na história. Cloro me fez enxergar outros tipos de amores e, com os amores, as
tristezas e principalmente, como nunca vamos boiar se não formos nos mesmos. O peso de uma pessoa só sentir à vontade para expor sua sexualidade quando morta e de uma vida inteira se escondendo, é a triste realidade de muitas pessoas. Que possamos sair da beira da piscina e sentir o cloro em cada mergulho.

monazz 20/02/2024

Triste
Homem, branco e supostamente hétero
curiosa a visão do tino ao olhar pra si mesmo enquanto homossexual, porém acho que no fundo e um livro que so demostra certa infelicidade

Nayse 22/01/2024

Um convite para se despir da moralidade. pra quem ou por quem vale salvar a culpa e matar o desejo?

quando a morte ocupa o espaço fica a verdade nua e crua. e tudo o que não foi, poderia ter sido?

Robremir 03/01/2024

Excelente obra
Li Cloro em PDF pelo celular. Estava obcecado pelo autor ( ainda acho um dos melhores entre os contemporâneos). Cloro mexeu em vários sentidos comigo, pois é sinestésico. O cheiro de cloro. Na verdade vivi algumas situações semelhantes às do protagonista, e a forma como o Alexandre vai desenrolando a história, foi surpreendente. Ainda quero adquirir o livro físico para reler. Gosto muito da forma como o livro termina.

adrianlendo 27/12/2023

Um ótimo retrato das consequências de se privar de ser o que é. "Cloro" nos apresenta um personagem já morto e a relação de tudo que o trouxe até esse momento. Não que cada coisa tenha algo específico a se relacionar com a sua morte, mas como cada decisão do protagonista mpactou para que os momentos vividos por ele resultassem na tragédia da morte precoce.

Esse é um livro bastante rápido sobre se auto reprimir e sobre se ver como coadjuvante na vida de milhares de pessoas. Sobre escolher o modo como vai viver sem pensar primeiro em si mesmo. O nosso protagonista entende tarde demais que é impossível se jogar para escanteio durante uma vida inteira, e aprende da pior forma que, ao fazer isso, quando a necessidade de ser realmente o protagonista da própria história vier, talvez seja tarde demais.

É com uma escrta fluida, pessimista em alguns momentos e divertida em outros que Alexandre Vidal Porto constrói essa história tão eloquente sobre dor, aceitação e coragem de ser você mesmo. Com certeza um dos melhores que li nos últimos tempos.

Marcus 21/12/2023

Não dá para ter pena de um sujeito desse.
A história não é muito interessante, um sujeito branco e privilegiado que sofre, sim, ele até sofre com a homofobia que muitas pessoas LGBTQIAPN+ passam na infância.
Mas bem cedo ele se mostra astuto, confiante, capaz de ler e ter uma visão de tudo e todos, cirurgicamente constrói uma vida profissional e social como todos esperam que homens de bem tenham, sabe, aquele lema: pátria, Deus e família.
É, se estivesse vivo, o calhorda seria bem desses, gay e homofóbico também.
O autor até tenta humanizá-lo, mas nem quando uma tragédia se abate sobre sua família, ele não esmorece. Somente quando encontra algo parecido que lembra o amor, ele parece abalar seus alicerces.
Mas a proposta do livro é interessante, capítulos curtos, de leitura rápida e concisa.

Gilmar 16/12/2023

Um dos melhores livros que li em 2023
Esse livro me deixou fascinado, a ponto de lê-lo em questão de horas... Não sei se eu o devorei ou se fui devorado.

Teca Fernandes 26/08/2023

A vida de um cara de 51 anos, acaba de terminar. Ele tinha uma carreira sólida, uma família e uma vida de mentira.

Ele tinha consciência dessa situação, porque ele passou a vida fingindo ser o que queriam que ele fosse (pelo menos era isso o que ele achava). E agora, no limbo, só restou a escuridão e a consciência.

E é nessa pegada que a gente percorre toda a vida do Constantino, até a sua morte repentina, em meio a suas lembranças, os seus preconceitos e descobertas.

Para mim, foram poucas páginas, só mais uma história. Mas pra algum enrustido pode ser a saída para uma vida mais digna.

Ninguém merece viver fingindo ser outra pessoa.

Mateus.Onofre 18/08/2023

O título impacta e conduz a diferentes possíveis conclusões enquanto se avança pela história, o final é arrematado com coesão, sem pontas soltas. Porém, mesmo sendo o personagem principal pertencente à comunidade LGBTQIAP+, há uma significativa ausências crítica com a realidade da maior parte dos homens gays. Os capítulos são curtos e ?objetivos?, pincelados por detalhes elitistas e pouca vulnerabilidade.
Me faltaram a profundidade e as reflexões que outros críticos encontraram, mas essa é a minha percepção sob uma ótica pessoal de identificação.

Prof Edivânia 13/08/2023

Faltou-me empatia
Parece que esse livro foi feito pra pessoa não sentir muita empatia pelo Tino mesmo... por que manipular todo mundo pra esconder um segredo que aparentemente todo mundo já desconfiava é um pouco demais pra mim.. além das atitudes dele... apesar de não sentir muita empatia, senti muita pena dele. Imagina viver uma vida dessas?

MatthewsVianna 26/06/2023

A proposta do autor é boa, no entanto, não consegui me conectar fortemente com o que Constantino contava.

Talvez fosse realmente a intenção criar esse personagem dúbio, mas é difícil ter empatia com yag que manipula todos a sua volta para se manter no armário.

Ainda assim, a narrativa elucida uma temática pouco discutida de maneira muito pertinente, o que já é, por si, um mérito.

JoAo.Nhan 02/06/2023

Um livro impactante sobre pessoas reais e problemas reias, o livro tem aquela escrita característica de romances contemporâneos nacional, que eu amo. A história do livro e bastante emocionante mais o começo começa muito bom e o final não é tão bom assim, é tudo muito rápido. Mas acho que essa foi a intenção do autor. Uma boa e rápido leitura.

carlineeeee 29/05/2023

Achei o início muito forte, mas depois foi se perdendo, achei o final bem mais ou menos kkkkkkkkkkkk

Lucas 27/05/2023

Queria mais! Queria saber mais do Emílio e da esposa. Mas quando o livro é bom, essas querências ficam na imaginação.