Nati 28/01/2024
Para alguns erros não tem Reparação, ainda bem que não é o caso do erro de ainda não ter lido esse livro.
Se eu pudesse dar uma dica para quem está pensando em ler esse livro, além de comece logo, é: não procure saber muito da história. Isso porque Ian McEwan foi tão genial ao escrever esse livro, que ele brinca o tempo todo com nossa percepção dos fatos lidos, como os personagens viram brinquedo nas mãos de um destino cruel.
Além de uma história de amor linda e trágica, tão doce e amarga ao mesmo tempo, também temos o sentimento predominante do arrependimento, mas não qualquer arrependimento, aquele que nos faz reviver o mesmo fato todos os dias, como um inferno pessoal.
Esse livro narra em primeira pessoa, então vemos os acontecimentos, e na primeira parte, os mesmo acontecimentos, pelo olhar de diferentes personagens, seu mundo interior se encontrando com o exterior, chocando-se com outros mundos interiores, como acontece na realidade, e como isso, mas que tudo, constrói e destrói destinos, como a realidade é mera ilusão, já que cada mente forja a sua.
É um livro muito intimista e reflexivo, às vezes agoniante, mas nunca sem ser envolvente. É impossível largar a leitura depois de começar, mesmo nas partes bastante descritiva da guerra. Esse livro tem como pano de fundo a Segunda Guerra Mundial e até essas partes ganham o toque da escrita única McEwan , levando o leitor por um caminho pouco observado quando lemos lidos com esse mesmo pano de fundo.
É um livro para ler e reler, tenho certeza que terei outro olhar para diversas partes relendo, mesmo sabendo, ou mesmo por isso, do recurso usado pelo autor para surpreender o leitor.
Só digam uma coisa, leiam, não há como se arrepender da experiência. Não há como não se encantar, se enfurecer, torcer, se entristecer, se apaixonar pela história e odiar um pouco mais alguns personagens. E duvidar, claro.