Mel Rodrigues 26/08/2021
Uma jornada para casa (na Grécia antiga)
Tal como seu livro irmão Ilíada, Odisseia é uma leitura complicada - o formato em que é escrito o 'poema épico" não é confortável quando ele não tem sonoridade na leitura, afinal essa não é a lingua original. Apesar disso, um dos pontos mais surpreendentes é que ambos, apesar do salto temporal de milênios atrás onde foram produzidos, não é excessivamente datado de forma desconfortável como alguns clássicos ingleses e franceses de séculos mais recentes.
A Odisseia é mais fácil de ler do que Ilíada - ela segue um personagem fixo, Odisseu, e apesar dele cruzar diversos lugares e povos e novos personagens, não existe o excesso de personagens na narrativa que era confuso em Ilíada. Apesar da relação do herói Odisseu com a deusa Atena, existe uma menor participação dos deus gregos nessa narrativa - e, visto que as interações desses personagens eram uma das melhores partes de Ilíada, isso acaba sendo um contra.
A jornada de Odisseu é fascinante, assim como os desafios que ele encontra pelo caminho, mas é um livro mais calmo e sem tantas cenas realmente animadoras como Ilíada. A edição da Editora UBU para esse livro é ainda mais bonita, com uma capa com material 'liso", sem aquela textura que lembra um pouco de jornal.
Observação: Penelope é perfeita, quem concorda respira.