Diário de um homem supérfluo

Diário de um homem supérfluo Ivan Turguêniev




Resenhas - Diário de um Homem Supérfluo


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Ju_allencar 26/02/2024

Eu me apaixonei pela pessoa errada ??
Eu pensei que o livro seria tipo mais pesado, um homem em leito de morte decide escreve suas últimas palavras. O que esperar disso? Mas o que recebemos é um novelão das 18:00 sobre um trisal. Achei bem de boas a leitura, vale a pena ?
Pazibonum 27/03/2024minha estante
O autor é bom? Me interessei num outro livro dele que vi um colega lendo


Ju_allencar 27/03/2024minha estante
É sim, a escrita é fluida e fácil de entender.




Cinara... 09/08/2021

Quando a felicidade depende apenas de outro.
"Devo dizer que, embora não haja dúvidas de que eu seja um homem supérfluo, não o sou por vontade própria; estou doente, mas não consigo suportar nada que seja doentio... Não tenho nada contra felicidade vergonha inclusive procurava alcançá-la por todos os meios... Desta forma, não há nada de extraordinário no fato de eu sentir tédio com qualquer outro mortal."

Me lembrou tanto Noites Brancas do Dostoiévski como também me lembrou O Sofrimento do jovem Werther.
Esses homens que não vêem vida se não estiverem com aquela única mulher, aquela visão de não futuro se não for apenas com aquela dita cuja que não quer nem limpar os sapatos em seus lenços... ?
Thiago.Calvet 11/09/2023minha estante
Forte essas passagens.




Sérgio 27/03/2021

Imersão na psiqué humana
O livro traz reflexões do narrador à beira da morte. O protagonista vai relembrando eventos de sua vida, atendo-se ao que, possivelmente, tenha sido o clímax dela. Durante toda a narrativa percebe-se que o próprio protagonista despreza a sua existência como algo irrelevante, sem sentido, desprovida de qualquer significado para si ou para o mundo. O avançar das páginas nos permite, em certos momentos, simpatizar ou repudiar o narrador, já que o dilema que é colocado em análise na obra nos revela justamente a faceta decadente do "homem médio" que encontra dificuldade de ter alguma perspectiva de utilidade em sua vida. É uma leitura que recomendo, verdadeiramente enriquecedora!
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Mariella Ayana 21/01/2020


Para entender a profundidade dessa obra, é essencial conhecer o contexto político social em que foi escrito. Em 1812 Napoleão invadiu a Rússia Oriental, obrigando o Czar Alexandre I a mobilizar o exército russo e criando um sentimento de união nacional até então raramente visto e culminando na marcha do exército russo em Paris em 1914.
Os oficiais russos, jovens de famílias abastadas, durante a marcha puderam vislumbrar a diferença cultural e tecnológica entre a Rússia e o restante da Europa, ideias como 'República' que até então não tiveram espaço na Rússia czarista. Porém, em 1925 ocorre o falecimento do Czar Alexandre I e entra em seu lugar Nicolau I, um fervoroso defensor do militarismo e das tradições.
Durante o reinado de Nicolau I, há a formação de uma burocracia quase cômica, aliada a censura dos meios de comunicação e estagnação do desenvolvimento tecnológico e cultural. Assim, os jovens oficiais que marcharam em Paris em 1914, fervem de uma nova ideologia, mas se encontram incapazes de realizar qualquer mudança.
Esse é o conceito do homem supérfluo do livro, jovens de boa condição financeira, geralmente de famílias ligadas a nobreza, com acesso a conhecimento. Porém, incapazes de tomar alguma atitude para mudar a realidade em que se encontram.
O personagem principal dessa história é um homem supérfluo, nunca fez nenhum grande ato, nunca teve um propósito e nunca se destacou em nada. Suas únicas grandes emoções na vida foram a perda do pai e apaixonar-se. Porém, homem apático, fez muito pouco para conquistar a afeição da amada, e o pouco que fez foi desentendido.

'Os homens podem ser maus, bons, inteligentes, estúpidos, agradáveis ou desagradáveis; mas supérfluos... não. Ou seja, quero que me entenda: o mundo poderia passar sem esses homens... sem dúvida; mas a inutilidade não é a sua principal característica, não é o seu traço distintivo (...) Um homem inútil, eis tudo. Pelo visto, a natureza não contava com meu aparecimento e, em consequência disso, tratou-me como uma visita inesperada e inconveniente'.
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Carla.Floores 17/01/2024

O oposto de supérfluo é vital.
Um filho único, criado exclusivamente em casa por uma mãe extremamente diligente e um pai rico viciado em jogo e submisso.
Quando Tchulkatúrin tinha doze anos o pai morreu e ele e a mãe se viram obrigados a mudar para Moscou.
Pobre, doente e à beira da morte, Tchulkatúrin consegue a oportunidade de passar seis meses na cidade de O*****. Onde conhece e se apaixona por Liza.
Daí em diante tem um desenrolar muitíssimo interessante.
Por estar à beira da morte, há uma transparência psicológica do protagonista. Como num fluxo de consciência. Mas aqui ele é criterioso em não narrar pormenores, e só deu tempo de narrar um fato curioso e digno de nota.
Essencialmente, o conto aborda temas como o impacto dos acontecimentos da infância a longo prazo, rejeição, dificuldade em interpretar a realidade ("quem disse que só o verdadeiro é real?"), sentimento de inadequação, vazio, inutilidade e o principal: a indiferença (chame de calo, se quiser) que é gerada a partir dos desgostos da vida.
"um dia a mais, depois outro, e nada mais será amargo ou doce".
Os trinta anos vividos por Tchulkatúrin talvez tenha sido supérfluo porque ele não teve mais tempo para provar o contrário. O oposto de supérfluo é vital. A vida que ele não pôde desfrutar.
"Durante todo o curso da minha vida encontrei constantemente meu lugar
ocupado, possivelmente porque procurei meu lugar na direção errada."
"Na presença da morte, todas as últimas vaidades terrenas desaparecem."
Um livro comovente!
Moringan 17/01/2024minha estante
Ótima resenha, Carla!
Fiquei muito curiosa para ler esse, agora.


Wercton 18/01/2024minha estante
Excelente resenha, adoro esse tema, já vou adicionar na minha lista.


Carla.Floores 18/01/2024minha estante
Que honra, gente! Fico feliz que gostaram e serviu ao propósito de instigar à leitura. Eu não abordei o contexto histórico da publicação da obra, mas é algo que devemos levar em consideração.


Jardim de histórias 18/01/2024minha estante
Sensacional Carla. É incrível a facilidade de Turgueniev de descrever desilusões amorosas, ele fala muito de si.
Adorei sua resenha.


Carla.Floores 18/01/2024minha estante
Quanta honra ter gostado da resenha, Leonardo! Obrigada por ter me inspirado a ler. Acabo de ler 'Relíquia Viva' e ali também ele mostra uma certa indignação quanto ao insucesso do relacionamento de Lukéria e Vassili. Naquela época, e pelo que vejo em vídeos de cultura russa, eles são educados para formar família como se apenas esse fosse o objetivo da vida. Qualquer coisa diferente disso, se não for caso de sacerdócio, configura fracasso e desonra. E a coisa é/era complicada devido aos costumes de etiqueta, aquela dança do acasalamento fria e formal. É muito interessante a forma como ele transparece isso nas obras. Tô xonada!


Jardim de histórias 18/01/2024minha estante
Opa, muito obrigado pela dica, Turgueniev é sempre uma dica interessante. Já está na lista de leitura. Atualmente estou debruçado em O Duplo de Dostoiévski. Sensacional.


Carla.Floores 18/01/2024minha estante
Quero ler tudo dele. Hehe
Acabo de narrar pro meu canal do Youtube (sem fins lucrativos) o conto e como não tem narrado no YT 'O Duplo', está na minha lista. Se não gosta de audiolivro, o conto tá apenas 3,00 no Kindle. Vale muito a pena! Do Dostô estou lendo e narrando 'Gente Pobre'. Me parece que essa atmosfera de pobreza, doença, rejeição e tragédia permeia os escritos russos. Credo, que delícia.




Diego Rodrigues 15/09/2023

"Estou morrendo... Um coração apto e pronto para amar logo deixará de bater"
Concebido durante a forte repressão imposta pelo regime de Nicolau I, "Diário de um Homem Supérfluo" teve que esperar até 1856 para, sob os ares mais liberais de Alexandre II, ser publicado sem cortes. A obra colocou no mapa da literatura russa uma de suas figuras mais emblemáticas: o homem supérfluo. Dentro do contexto russo, "homens supérfluos são caracterizados da seguinte forma: jovens de origem nobre, dotados de grande capacidade intelectual e dos mais elevados princípios morais, mas também incapacitados para a ação, para a luta em nome de seus ideais, tanto devido ao sistema repressor sob o qual estão submetidos quanto à própria educação que receberam." Tchulkatúrin é um desses homens e, em seu leito de morte, decide escrever um diário.

E é a este diário que vamos ter acesso durante a leitura. Seu cerne é o amor não correspondido por uma jovem da província, Liza. Aqui entram em cena todas as nuances da infeliz trajetória de Tchulkatúrin: o lar conturbado, a infância solitária, a falta de traquejo social e a dificuldade em se relacionar. Ele é o perfeito homem supérfluo, um estrangeiro em sua própria terra, e ao longo da leitura iremos acompanhar de perto todos os desdobramentos que isso acarreta na pobre vida dessa alma atormentada. Turguêniev explora o lado psicológico do personagem e também coloca muito de si nele, dotando-o de traços autobiográficos. Afinal, o escritor também cresceu em um lar deturpado, não pôde viver com plenitude o amor de sua vida (sua amada era casada com outro), e, de certa forma, foi ele também um estranho no ninho, forçado a passar longos períodos longe de sua pátria.

A narrativa evoca os tormentos de um homem que está á beira da morte, mas ela, a morte, não é o principal tema aqui. Tchulkatúrin sofre mais pela vida não vivida, pela falta de amor e por não ter encontrado seu lugar no mundo em sua breve passagem sobre a terra. Nas últimas páginas do diário, escreve: "Estou morrendo... Um coração apto e pronto para amar logo deixará de bater. Será que se apagará para sempre sem ter conhecido uma única vez a felicidade e sem ter se dilatado uma única vez sob o doce fardo da alegria? Ai! Isso é impossível, é impossível, eu sei... Se ao menos agora, ante a morte - apesar de tudo, a morte é algo sagrado, ela engrandece toda criatura -, alguma voz amável, triste e amiga entoasse uma canção de despedida para mim, uma canção sobre minha própria desgraça, talvez me resignasse a ela. Mas morrer na solidão é uma estupidez..."

A edição de 34 conta com tradução de Samuel Junqueira, que também assina o prefácio, muito rico em contextualizar a obra dentro da literatura russa. É um livro que não só conversa com o contexto russo do século XIX, sendo uma das obras definitivas dessa literatura, como tem poder de atingir a todos os que se sentem deslocados neste mundo. Embora não traga nenhum alento - o livro é de um fatalismo exacerbado, - ainda assim tem o poder de mergulhar o leitor em um profundo estado de reflexão e, por que não?, de melancolia, convidando-o a refletir sobre a própria existência.

site: https://discolivro.blogspot.com/
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Bruno Palmeiras 13/07/2022

Grande Turguêniev
Confesso que não sou fã de romances curtos, acho q geralmente não há tempo da história se desenvolver em poucas páginas, mas este me surpreendeu. Turguêniev conseguiu, em poucas páginas, transcrever um retrato da sociedade russa autoritária do período Nicolau I e toda a superficialidade na qual a elite da época vivia.
Camila 13/07/2022minha estante
Legal!




Marcos 19/12/2022

Você provavelmente é um homem supérfluo
"O homem supérfluo é um idealista extremamente eloquente, porém incapaz de transformar suas próprias ideias em ação."
Achei interessante essa definição no fim do livro porque justamente hoje em que termino esse livro vi uma entrevista do João Carvalho do Desce a Letra Show e este falava que por mais idealista que o indivíduo seja, a materialidade da vida se impõe. Para um idealista, o mundo das ideias se impõe sobre a materialidade. Mas quando vai se verificar isso, não se aplica. Não só pela impotência do indivíduo, mas também pelo ambiente hostil em que se encontra.
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Marcus Klinger 27/10/2020

O que é dispensável, que apresenta caráter desnecessário: sugeriu que limpasse o texto de questões supérfluas.
O Diário de um Homem Supérfluo trata-se da confissão de um coração atormentado e infeliz que, durante toda a vida, não encontrou sua vocação nem um propósito para viver. Infelizmente a história chega em uma versão consideravelmente limitada pelas censuras de Nicolau I, que implementava um regime opressor na época em que o livro foi escrito. Nesse contexto, o romancista utiliza de palavras melancólicas para expressar a dor de Tchulkatúrin, um homem que sucumbe ante a dor de ter vivido uma vida supérflua morando com seu cachorrinho em um casebre caindo aos pedaços, em meio aos resmungos insuportáveis de uma velha que espera ansiosa sua morte para poder vender suas botas por uma pechincha.
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Leila 03/06/2023

Diário de um homem supérfluo do russo Ivan Turgueniev, é uma novela curta que aborda de forma intensa e profunda a natureza humana e a sensação de alienação que permeia a sociedade. Através de uma narrativa introspectiva e melancólica, Turgueniev nos apresenta a história de um homem que, desiludido e desencantado com a vida e próximo da morte, busca um sentido para sua existência em meio a uma realidade superficial e vazia.

Ao ouvir sobre essa obra e seu tema na biografia de Dostoiévski, escrita por Joseph Frank, foi o suficiente para despertar em mim um interesse imediato em lê-la nesse momento, mesmo não tendo tido uma boa experiencia com o autor de primeira (não curti muito o aclamado Pais e Filhos). Mas, fui atraída pela promessa de uma reflexão profunda sobre a condição humana, especialmente em relação à superficialidade e à busca por significado em um mundo aparentemente vazio.

Ao adentrar nas páginas de Diário de um homem supérfluo, deparo-me com um protagonista anônimo que compartilha seus pensamentos, dúvidas e angústias através de um diário íntimo. Essa forma de narrativa confessional permite ao leitor mergulhar na mente do personagem e acompanhar suas reflexões sobre a sociedade, o amor, a morte e a própria existência.

Através de uma escrita lírica e carregada de melancolia, Turgueniev transmite a sensação de isolamento e alienação que permeia a vida do protagonista. A superficialidade das relações humanas e a falta de propósito são temas recorrentes que permeiam o enredo e estabelecem uma conexão com a obra de Dostoiévski e seu estudo da psicologia humana.

Ao longo da história, o personagem principal enfrenta um constante embate entre suas emoções, seu desejo por autenticidade e a dura realidade que o cerca. Suas reflexões sobre a passagem do tempo, a efemeridade das experiências e a inautenticidade das relações interpessoais revelam uma crítica profunda à sociedade superficial e materialista em que está inserido.

Diário de um homem supérfluo é uma obra que, ao abordar questões existenciais e sociais, convida o leitor a uma reflexão sobre a superficialidade da nossa própria vida. Ivan Turgueniev nos transporta para a mente de um homem desencantado, despertando em nós a necessidade de questionar nossas próprias convicções e o significado que atribuímos à vida.

Enfim, gostei desse segundo contato com o autor e estou animada para os próximos (ouvi um Amém?!)
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natália rocha 07/08/2020

O termo ‘’supérfluo’’ apareceu na literatura pela primeira vez - como característica de alguém - na obra de Turguêniev com a novela ‘’Diário de um Homem Supérfluo’’, publicada em 1850.

A figura do homem supérfluo pode ser caracterizada por um jovem nobre, inteligente e com bons princípios morais, mas que se mostra incapacitado para lutar por aquilo que acredita ou por quem ama – isso devido às repressões sociais da época ou ao nível de educação que recebereu. Para resumir, são aqueles que possuem inúmeras ideias, opiniões, pensamentos; mas que, na hora de se manifestar, se calam e deixam os outros falarem por ele.

‘’Um homem inútil, eis tudo. Pelo visto, a natureza não contava com meu aparecimento e, em consequência disso, tratou-me como uma visita inesperada e inconveniente. ’’

A novela, escrita em forma de diário, nos apresenta um jovem chamado Tchulkatúrin, que nunca encontrou seu lugar no mundo, e agora se encontra à beira da morte. O personagem, infeliz e sem propósitos para viver, decide escrever um diário quando sente a morte próxima para contar-nos sobre a sua vida – mas logo desiste da ideia por julgar sua vida comum demais.

‘’Mas não é cômico começar a escrever um diário a, provavelmente, duas semanas da própria morte?’’

No meio de suas narrações, Tchulkatúrin prende-se na história de um amor não correspondido e doloroso que sentiu por Liza, filha de um rico proprietário de terras da província. Claramente percebemos que é um episódio de sua vida que o personagem nunca superou e guarda amarguras até o momento.

Turguêniev descreve o psicológico de seu personagem de uma forma surpreendente. Os sentimentos humanos, como frustrações, sofrimentos e desamores, são postos em palavras de maneira muito poética e realista – é como se o autor tivesse transcrito aquilo que sentimos e não conseguimos definir.

É um livro curto de 96 páginas e uma ótima escolha para aqueles que querem começar a consumir literatura russa mas estão sem um norte: a escrita é muito bonita e de fácil compreensão.
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Fer Paimel 01/07/2021

Bom começo
Primeiro livro de Turguêniev que leio e posso dizer que foi um bom começo. O posfácio me ajudou a entender a importância dessa curta obra, que nomeou o ?homem supérfluo?, figura tão presente na literatura russa do século XIX.
A história em si não me envolveu muito, mas o narrador é instigante, me fez lembrar do personagem principal do Memórias do Subsolo do Dostoievski.
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Luiz Pereira Júnior 25/04/2021

No final das contas, todos somos supérfluos
Percebi que é bem melhor começar a resenha (crítica, se você preferir) escrevendo um pequeno resumo do livro lido. Não que eu vá fazer um “control c, control v” dos resumos de outros ou das próprias editoras. O que eu escrever como resumo servirá apenas para situar quem estiver me lendo, e nada mais do que isso.
“Diário de um homem supérfluo” é uma história curta (uma novela, no sentido literário), que pode ser lida em uma tarde para quem já tem o doce hábito da leitura. Um homem outrora bastante rico se encontra à beira da morte e resolve fazer um diário de seus últimos dias. No entanto, acaba por voltar ao passado e relembrar (ao que parece) seu único amor. E unilateral talvez seja a melhor definição desse amor.
Em poucas páginas, o autor nos mostra a definição de um homem supérfluo, um homem que não fará falta a ninguém quando sair desse mundo. Nas palavras duras e cruas do autor, um homem inútil.
O pior para o leitor é justamente essa a revelação que o autor faz de um modo que parece não intencional (afinal, quem sou eu para saber o que havia na mente de um mestre russo – ou de qualquer outro escritor?): todos somos homens e mulheres inúteis.
Sempre temos a imagem de que, quando de nosso desaparecimento, o mundo parará por uma fração de segundo e as pessoas com quem convivemos se tornarão petrificadas pela dor de nossa partida ao menos por algumas semanas, ou meses, ou anos. Ledo engano...
Sim, é uma dor monstruosa, que nenhum idioma consegue exprimir e não há palavras suficientes em qualquer dicionário que existiu ou que possa existir, quando da perda de nossos pais, de nossos avós, de nossos irmãos, de nossos filhos, de nossos netos e, para alguns sortudos, daquele amigo que foi um irmão de pais diferentes dos nossos...
Mas, talvez a mais difícil verdade a ser aceita seja justamente aquela frase que acabou se tornando um chavão (e todo chavão sempre tem algo ou muito de verdade) que alguém sempre diz quando perdemos alguém: “vida que segue”, “precisas procurar um jeito de seguir a vida”.
E, sim, todos somos homens e mulheres supérfluos, pois o mundo não se acabará por nosso desaparecimento, mas também somos eternos. O mundo prossegue sem nossos pais, sem nossos filhos, sem nossos avós e irmãos, mas eles se tornam eternos em nossas lembranças. E esse é também um sentido de imortalidade, daquilo que permanece, daquilo que não é supérfluo...
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Jaqueline791 14/11/2021

Compondo um romance sentimental
Cara, gostei muitíssimo da leitura. Concluído em um dia de tão curtinho que é. Uma leitura bem fluída, exceto pelos nomes que pelo amor hahaha, tive que ficar pulando por não saber pronunciar. Fora isso, tudo ótimo!

Acredito que se eu disser mais, estaria dando spoiler, então é isso.
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Gabrielli 09/12/2023

Novela maravilhosa
Ninguém escreve como Turguêniev! As descrições mais palpáveis da literatura russa são dele. Aqui temos o protótipo do homem supérfluo, que está muito presente na literatura russa da época justamente por refletir a situação histórica e política daquele povo.
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