flaflozano 25/07/2023
A little taste
O quanto de sexo tem nesse livro: 2/5
Quão explícito é :2/5
Drama: 4/5
Coerência: 5/5
Romance: 5/5
Dono de perfil da internet que escreve poemas que tocam as pessoas, Jack X Asha , editora a de livros em busca de uma promoção
- Jake... - Deus, isso é difícil. Quebrar algo é fácil. Consertar é infinitamente mais difícil. - Eu não... - Eu solto o ar. Vamos lá, coragem. Venha para mim. - Eu não quero te perder.
Ele franze o cenho. - Como autor?
- Sim, mas também... - Droga, cada palavra engasga na minha garganta.É como se eu tivesse me impedido de dizê-las tantas vezes que elas temem o ar livre. - Eu sinto saudades... do que tínhamos. Eu sei que você acha que não podemos trabalhar juntos, mas... nós costumávamos ser uma dupla incrível. Eu não sei se alguma parte do que tínhamos sobrou pra ser salva, mas se sim... eu quero tentar.
Eu me sinto tão exposta por tudo que acabei de dizer que meu instinto é desistir de tudo. Mas evitar essa conversa não é mais uma opção. Chegou a hora.
Nós nos movemos ao ritmo da música da forma mais básica possível, mas nenhum dos casais em volta está indo muito além. O ombro de Jake está tenso sob minha mão, e sua outra mão aperta a minha de forma vaga e errática. - Você tem certeza que quer fazer isso? - ele pergunta.
- O que temos a perder?
A preocupação na expressão dele demonstra que ele acha que podemos cair ainda mais, mas eu não vejo como isso seria possível.
- O.k. - Ele encara o nada por alguns segundos, como se tivesse ensaiado o que diria nessa situação centenas de vezes e agora estivesse tentando escolher qual fio puxar primeiro. - Você já se perguntou por que eu te chamo de princesa? - ele finalmente pergunta.
- Por que você sabia que me irritava?
Ele parece culpado, o que me diz que em parte estou certa. - É porque você era obcecada por princesas quando era criança. Você não lembra de todas aquelas vezes que fingiu ser a Cinderela, a Jasmin, a Branca de Neve? Uma das poucas brigas que tivemos foi quando você fingiu ser a Bela Adormecida. Você ficou deitada lá, implorando pra que eu te beijasse pra você acordar e eu me recusei. Cara, você quase me matou por causa disso.
Eu me lembro de cada detalhe desse dia. - Bom, você agiu como se eu tivesse te pedido pra tomar água do esgoto. Nenhuma garota gosta de sentir que dá nojo num menino.
- Nós tínhamos sete anos. Como a maioria dos meninos dessa idade, eu era alérgico a beijos. Além do que, sua irmã estava vendo, e você pode ter certeza que ela teria feito da nossa vida um inferno por isso.
- Qual seu ponto?
Ele desliza a mão para o meio das minhas costas. - Quando você cresceu um pouco mais, seus livros favoritos viraram histórias em quadrinhos, e você queria ser a Mulher Maravilha. Mas ainda assim, você se agarrou àquelas fantasias de princesa por anos, e de certa forma, eu entendo.
- Como assim?
- Não era porque você queria achar seu amor verdadeiro. Era porque você queria alguém pra te salvar da sua vida. E eu entendia, porque ter alguém que me salvasse da minha parecia excelente pra mim também. - Ele olha para baixo. - Em algumas noites, quando meu pai estava bêbado e com raiva, tudo o que eu queria era sair correndo pela porta e nunca olhar pra trás. Deixar aquele bairro de merda pra trás e começar do zero. Mas eu nunca fiz isso, porque pra isso eu precisaria deixar minha melhor amiga.
Há uma acusação enterrada sob as palavras dele. - É isso que você acha que eu fiz? Te deixei pra trás?
- Assim que você começou a andar com o Jeremy e os amigos dele, você virou uma pessoa diferente. - Esse era o ponto. - Eu encaro os botões da camisa dele. As coisas mais difíceis de dizer são as verdades que você sempre soube, mas se recusa a admitir.
- O Ensino Médio foi minha chance de começar do zero e, uma vez na vida, eu não queria ser a menina pobre de quem todo mundo tinha pena. Aquela com a mãe morta e o pai ausente. Aquela que passou a vida usando as roupas da irmã mais velha e cortando o próprio cabelo. Eu queria saber como era ser só uma criança normal, pra variar. Varrer meus problemas pra baixo do tapete.
Ele contrai as sobrancelhas. - E eu era um desses problemas?
- Claro que não. Você era a única coisa que eu queria manter. Eu queria que você viesse comigo, mas não importa quantas vezes eu tenha tentado te incluir... te convidado pra festas, pra andar com a gente... você nem tentava. Assim que eu comecei a namorar o Jeremy, você construiu sua bomba atômica e declarou guerra a nós dois.
- Você pode me culpar? Droga, Asha, você poderia ter namorado qualquer um dos garotos do bairro que estavam apaixonados por você.
- E você teria ficado bem com isso?
- Claro que não, porque eram todos uns animais de merda, mas pelo menos não eram a 🤬 #$%!& do meu irmão de criação. Como você esperava que eu reagisse? Desde o momento em que o Jeremy e eu nos conhecemos, aquele babaca me torturou diariamente por anos. Você sabia disso... você testemunhou. Você deveria estar do meu lado.
- Eu estava do seu lado! Eu te defendia o tempo todo.
Ele olha para o outro lado do salão, não para mim. - Mas então ele começou a flertar com você e você esqueceu tudo o que ele fazia comigo. Você achou alguém em quem projetar suas fantasias de princesa e eu desapareci. E então, ter que te ver se derretendo por ele, como se fosse o cara dos seus sonhos... - Ele sacode a cabeça. - Eu não conseguia ficar perto disso. E fiquei puto por você esperar que eu ficasse. Você nunca pensou que o Jeremy sabia que namorar com você iria destruir nossa amizade e foi por isso que ele fez isso? Aquele babaca tinha um milhão de amigos. Eu tinha uma. É claro que ele precisava te tirar de mim.
Uma pontada de culpa se contorce dentro de mim. Eu estava tão envolvida na minha fantasia adolescente idiota que não notei o que Jeremy estava fazendo? Se o objetivo final dele era machucar Jake, então claro que eu seria a arma mais eficaz. Eu achava que ele havia dormido com Shelley na noite da formatura porque era um imbecil egoísta que não era homem suficiente para ser fiel. Mas e se nada disso era sobre mim? E se o único objetivo dele era machucar Jake? - Eu... eu não percebi.
Ele me olha com desprezo. - Percebeu sim. O Jeremy nunca escondeu quem ele era, mas você era cega a esse lado dele. Era como se você nos olhasse por lentes completamente diferentes. Quando me olhava, só via meus erros, e com ele, você via a pessoa que você queria que ele fosse.
Eu olho para baixo. Quando começamos a dançar, estávamos bem perto um do outro, mas agora há um monte de espaço entre nós. Jake está olhando por cima da minha cabeça e, a julgar pela sua expressão, ele ainda precisa extravasar mais. - Eu achava que iria para o túmulo com raiva de você por isso, mas então, do nada, você me mandou uma mensagem falando em escrever um livro, e... - Ele respira fundo e me olha de cima. - Quando eu recebi aquela primeira mensagem e vi seu nome, eu quase joguei o telefone na parede. - Eu o olho com curiosidade e ele explica: - Achei que fosse o Jeremy me zoando. Ele já tinha feito isso antes. Criou um perfil no Facebook fingindo ser você. Me mandou um monte de mensagens falando sobre como você queria que a gente se reconciliasse, só pra ver minha reação quando ele revelasse que era mentira.
Eu balanço a cabeça, incrédula. Me sinto péssima em saber que a crueldade de Jeremy não terminou com o fim do Ensino Médio. Espero que aquele idiota receba o que merece um dia. E espero que Jake seja a pessoa a entregar isso a ele. - É por isso que você estava tão cético.
Ele concorda com a cabeça. - Eu já tinha aceitado que você estava fora da minha vida pra sempre, mas daí... - Seu olhar parece sofrido. - Eu te liguei, e você apareceu na tela e... 🤬 #$%!& , Asha. Eu achei que estava tendo um ataque do coração. Eu queria estar feliz por te ver, mas não estava, porque você não entrou em contato comigo porque sentia minha falta ou queria compensar o passado. Você entrou em contato com o Professor. Se você não tivesse esbarrado com ele, você teria seguido sua vida sem ligar a mínima se eu estava vivo ou morto. - Isso não é verdade.
- Não é? Quando você perguntou sobre o livro, eu tinha toda a intenção de dizer não, porque parte de mim não queria lidar com você. Mas... - ele suspira. - Eu não fui pra faculdade como você, Ash. Eu não tenho nenhuma habilidade, não trabalho. Tudo que eu tenho é uma paixão não correspondida por uma mulher que me arruinou e uma cabeça cheia de palavras. Então, quando você me ofereceu esse negócio... eu percebi que era o único momento de Cinderela que eu teria na vida, e eu seria estúpido de não aproveitar. O dinheiro do adiantamento vai resolver minha vida.
- Mas você recebeu outras ofertas. Ofertas melhores. Se você não queria lidar comigo, poderia ter escolhido outra editora.
- Acredita em mim, eu tentei fazer a escolha lógica, mas... não consegui.Dinheiro não compra tudo. - A mão dele aperta a minha. - Aquela noite no bar, você me perguntou por que eu abri mão de setecentos mil pra trabalhar com você, e a verdade é... - Ele sorri como se seu raciocínio fosse ridículo. - Eu achei que se tivesse qualquer mínima chance de superarmos nossas merdas e voltarmos a ser amigos, valeria a pena. - Ele tensiona o maxilar e eu vejo o esforço que está fazendo para manter suas emoções sob controle. Ele respira fundo algumas vezes e eu aperto seu ombro enquanto ele se segura. - E aqui vai a parte realmente patética. Nos últimos anos, eu fiquei na merda. Eu tentei me reconciliar com a minha mãe, mas ela não quis nada comigo. Então aconteceu toda a coisa com a Ingrid, e a bebedeira do meu pai finalmente o matou. - Ele me encara e meu peito aperta quando vejo que seus olhos estão molhados. - Houve dias em que eu realmente precisei de uma amiga, Asha. Minha melhor amiga. E 🤬 #$%!& você por não estar lá. E 🤬 #$%!& eu por ainda precisar tanto de você depois desse tempo todo.
Quando ele termina, meu coração dói e minha garganta está apertada. Eu tento parar as lágrimas que se acumulam nos meus olhos, mas não consigo.