Isabella1843 11/04/2024
Orgulho e Preconceito - Jane Austen
Uau. Uau. Uau. Uau!
Eu realmente não tenho palavras o suficiente para expressar o quanto eu gostei desse livro!
'Orgulho e Preconceito' foi o meu primeiro contato real com a Jane Austen e esse livro me fez querer ler todos os outros dela. Por ser um livro clássico, a primeira coisa que me veio em mente é que a escrita seria difícil, complexa e lenta, mas quando eu comecei a ler esse livro eu tive um choque enorme. A escrita é muito fluída, muito fácil, o tipo de escrita que te faz ficar viciada no livro e que te faz querer ler cada vez mais e mais. Eu demorei cerca de vinte dias para ler esse livro (o que normalmente eu ficaria irritada por demorar tanto), mas eu consegui aproveitar ele tanto que sinto que ele não deveria ser lido com pressa. Esse é o tipo de livro que é bom ler devagar para aproveitar os momentos, digerir tudo como se você estivesse lendo um manual da vida. Simplesmente, é lindo!
Eu amei ver como a sociedade era antigamente, principalmente em uma época onde se casar era fundamental, principalmente em uma família apenas com filhas mulheres, xomo vemos na família Bennet. Eu não sou uma pessoa de ler clássicos, mas confesso que fiquei muito mais interessada em ler outros títulos, principalmente com protagonistas femininas. O jeito em que a Jane conseguiu retratar uma sociedade tão conservadora e retratar com uma certa ironia de modo tão leve e que não fique 'absurdamente visível' foi uma das coisas que eu mais gostei. Foi diferente ver como as coisas naquela época funcionavam de um modo totalmente diferente de hoje, com bailes, pretendentes, a necessidade de se casar, a exclusão da voz feminina sob as dos homens, como a estrutura de uma família era diferente e como a sua renda por ano define como você é visto. Teve diversos momentos em que o meu feminismo atacou, e, sendo sincera, apesar de gostar de toda a estética do século 18 e do século 19, se eu estivesse com a minha personalidade naquela época, é bem provável que eu seria considerada uma mulher horrível rsrs.
Teve muitos pontos em que eu achei que a autora iria esquecer e não resolver, e fiquei bastante aliviada quando muita das coisas foram esclarecidas! Uma delas é a pessoa e caráter do Wickham (eu odiei todos os momentos dele, só não mais do que a Lady Catherine). Eu fiquei meio "????" quando ele se aproximou da Lizzy e até achei umas coisinhas, mas no momento em que foi dito que ele aparentemente era um mentiroso, eu sabia que tinha muita coisa errada e que ele não era um santo como acreditavam. Em parte, fiquei com raiva da Elizabeth ter desconsiderado as palavras sobre ele e ser tão cega, mas fiquei muito feliz quando ela caiu na real e percebeu que o orgulho e o preconceito dela à deixou cega demais para ver a verdade. A autora demorou tanto para nos contar se aquilo tudo que Wickham mostrava era verdadeiro ou não, que eu achei que terminaria o livro sem conclusão nenhuma, mas devidamente no seu tempo, tudo foi esclarecido mais do que bem (e fiquei super feliz por Darcy passar de vilão para mocinho nessa história)
Não tenho nada a comentar de bom sobre Lady Catherine e a senhora Bingley, são duas cobras do mesmo ninho. Fiquei feliz pela Jane ter conseguido ficar com o Bingley depois de tanto tempo, mas achei que no final eles deveriam ter o tanto de empenho e desenvolvimento quanto tiveram na primeira parte do livro (A edição da Penguin são dividida em três partes/volumes). Bingley e Jane nos mostrou que nem sempre o amor termina em felicidades da primeira vez e que, apesar de terem se apaixonando à primeira vista e ele conseguir ser separado de Jane pela irmã e amigos, apenas meses e meses depois, ainda com sentimentos por ela, conseguiu conquistar Jane novamente.
Eu gostaria de ter visto um pouco mais sobre a irmã do Darcy e principalmente sobre a amizade dela com a Elizabeth depois de se casar com o Darcy.
Eu amei como a Jane conseguiu desenvolver tão bem o relacionamento da Lizzy com o Darcy. De pessoas que se detestaram à primeira vista, depois para amigos, e depois para pessoas que se amam. Poderíamos dizer até que seria o nosso clássico 'enemies to lovers', mas acho que esse mero título não conseguiria capturar toda a essência deles dois. Como já vi algumas pessoas falando que Darcy se apaixonou a primeira vista, eu discordo completamente, tanto que a primeira impressão dele é que ela não era bonita e que a julgou ser desagradável. Além disso, mais para o final do livro, o próprio Darcy disse que não poderia dizer quando ou onde começou a se apaixonar por Elizabeth. Foi uma relação lenta, desenvolvida muito bem ao longo do livro. Eu amei cada momento ver as interações dele com a Elizabeth, ver como ele passou a gostar dela, a tratar com atenção. E principalmente, a coisa que eu mais gostei nesse livro inteiro e que foi um dos maiores motivos de adicionar esse livro aos favoritos, é como que apesar de todo o orgulho e preconceito do Darcy, apesar dele tentar reprimir o sentimento que ele tinha por ela por Elizabeth vir de uma família não tão afortunada financeiramente e pelos pais dela não serem os melhores em questão de caráter, ele conseguiu contornar tudo e admitir os próprios sentimentos. Só uma pessoa orgulhosa (e posso dizer com propriedade) sabe como é difícil contornar o próprio orgulho e admitir alguma coisa que você abomina profundamente. E ele fez isso. Apesar de ser um homem incrivelmente orgulhoso, o amor dele por ela foi maior do que o orgulho dele, e isso é realmente lindo. A forma como eles se apaixonaram foi construída de uma forma tão perfeita, tão certa, tão uniforme, que é um dos melhores romances que eu já tive o prazer de ler.
O livro por inteiro é lindo. Eu amei demais ver a relação entre as irmãs, principalmente entre a Jane e a Lizzy! Não comentarei nada sobre Kitty e Lydia, mas com certeza eu me identifico com a Mary!
Para todas as pessoas que tem a oportunidade de ler esse livro, leiam! Vocês não irão se arrepender. Esse livro com certeza entrou para um dos melhores livros que eu li na vida e tenho orgulho de falar que o li! Leiam, apenas leiam.