Nat 23/07/2011Levei uma manhã inteira, não consegui parar. Esse livro me surpreendeu bastante. A história é muito boa, e a temática pede a reflexão do leitor sobre certos assuntos que, à primeira vista, podem dizer respeito somente a ciência, mas também a religião. A leitura também foi oportuna, porque estou assistindo a reprise da novela O Clone, que foca em assuntos que também dizem respeito à ciência e à religião.
No começo, fiquei meio receosa com o livro porque primeiro, era ebook (que cansativo que é ler um), segundo, sempre fico com um pé atrás quando a palavra “sobrenatural” é mencionada (apesar de ter gostado da temática do vampiro no livro O Senhor da Chuva).
O detetive Tânio Esperança, no início, parece o “bom” personagem principal, aquele que persegue os bandidos. Ao longo da história, percebe-se que não é bem assim. Não que ele seja “mau”, mas como humano errou bastante e feio quando criança (realmente, crianças, como humanas que são, podem ser bastante cruéis). Ele consegue desvendar o mistério, mas a custa de muitas dores. Não vou negar que não tenha gostado do fim que tiveram os maus na história (exploradores de crianças, estupradores... Aliás, agora acaba de me ocorrer que o que eram as primeiras crianças que aparecem na história. Não vou dizer o que eram, só digo o que NÃO eram: vampiros.).
De modo geral, gostei bastante. Uma temática envolvente, que chama a atenção para assuntos polêmicos, como o da fertilização. E mantenho a minha visão sobre o assunto. Não há nada de errado em apelar para uma clínica se o casal quer tanto um filho, mas tem dificuldades. O problema é: o que fazer com um embrião fecundado que já foi descartado? No livro, afirma-se que os pais devem dar permissão para que o embrião seja destruído. Mas é vida. Já existe uma vida ali. Quem destruir esse embrião não será um assassino também (mas legalizado)? E se não destruir, essa vida ficará congelada para sempre? Sou espírita. Li uma vez que, a partir do momento em que o embrião existe, um espírito já está vinculado a ele. Não é só matéria, não é só o corpo de carne que está se formando, mas o espírito também. Com o embrião congelado, é como se desse uma “pausa” no seu desenvolvimento, consequentemente no desenvolvimento espiritual. Qual será esse sofrimento? É válido? Acho que são questões sem respostas, como a maioria das questões religiosas e científicas são. Mas uma coisa é certa: somos humanos, só isso. Já basta de brincar de ser Deus.
site:
http://ofantasticomundodaleitura.blogspot.com.br/2011/07/sementes-no-gelo-de-andre-vianco-dl.html