Ana 16/10/2014
O livro acompanha o detetive particular Tânio Esperança, que é procurado por Lizete, uma antiga amiga dos tempos de escola, para investigar um fenômeno estranho que está vivenciando: ela ouve vozes dentro de sua própria casa, chamando-a de mamãe, pedindo abraços, pedindo que ela cante.
Paralelamente à investigação, o narrador relata várias outras situações sobrenaturais e bizarras envolvendo crianças, que posteriormente se relacionarão com o caso de Lizete, levando o detetive Tânio a solucionar o caso.
Uma das coisas que mais gosto na escrita do André Vianco é a naturalidade. Os diálogos são comuns, permeados por chavões do cotidiano e com alguns palavrões esporádicos, dando um tom de realismo aos seus enredos de terror.
Também gosto bastante do fato dele situar boa parte de suas histórias em Osasco, que é um cenário conhecido pra mim, então consigo me imaginar no meio da ação.
Outra coisa bacana é a correlação que ele faz entre os livros que publicou. Há um trecho por exemplo, em que o delegado Wilson diz:
Tânio, a gente já viu muita coisa nessa vida, não é mesmo? E nesta cidade aqui não falta acontecer mais nada. Neve caindo do nada, gente que vê vampiros () (p.71).
Essa frase faz referência ao livro Os Sete, mas se você não leu Os Sete, essa referência não atrapalha em nada a leitura de Sementes no Gelo, você só vai achar estranha essa menção à neve em Osasco. Rs
Porém, esse não é um dos meus livros favoritos do Vianco. O principal motivo pra esse desgosto é que a capa e a sinopse na contracapa já dão spoilers absurdos da história. Ainda assim, a forma como o autor escreve nos prende desde o primeiro parágrafo, criando tensão e curiosidade acerca do desfecho.
Embora eu prefira os livros O Senhor da Chuva, Os Sete e Sétimo, do mesmo autor, Sementes no Gelo aborda temas interessantes, como reprodução assistida e bullying, garante uma boa distração por algumas horas e se você for muito impressionável, pode até sentir um medinho. Rsrs
site: http://www.faltadefoco.com.br/livros/sementes-no-gelo/