Nada

Nada Carmen Laforet




Resenhas - Nada


128 encontrados | exibindo 61 a 76
1 | 2 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9


Tatiana.Junger 28/05/2021

Os vazios de uma jovem na Barcelona pós guerra civil
Andrea, a personagem principal da trama, chega em Barcelona, no período imediatamente após o final da guerra civil espanhola, como órfã, para viver na casa da avó, na Rua Aribau, após o falecimento do avô, com seus tios e alguns agregados, e lá frequentar a universidade. Sob essa premissa, o enredo conta duas histórias: uma explícita e uma implícita.

A história explícita é a de amadurecimento de uma jovem garota no final de sua adolescência, que devaneia sobre família, amores e amizades com pieguice e irrealismo, em meio a uma trama novelesca que quebra suas expectativas da vida e coloca em xeque a concepção binária que comumente temos das pessoas, porque os acontecimentos se provam diferentes do que inicialmente parecem e as personagens todas se revelam bastante complexas e imprevisíveis.

A história implícita é da Espanha - mais precisamente, da Barcelona - pós guerra civil, impregnada de sequelas daquele evento, com notoriedade a fome. A fome é muito marcante na narrativa, porque Andrea é a narradora - e ela tinha fome. Mas outros aspectos pós-guerra são notáveis, como o aspecto sombrio da cidade, o medo das pessoas, a tristeza, a decadência das famílias que sentiam o vazio das perdas, e a desigualdade social, dentre aqueles que sofreram os impactos da guerra e aqueles que não só passaram ilesos, como lograram lucrar com ela.

O título é adequado, porque o "nada" é a tônica da narrativa. Em Barcelona, a protagonista não realizou nada do que esperava; na casa da rua Aribau, não encontrou nada do que dali lembrava. Ela mesmo disse: "partia agora sem ter conhecido nada do que confusamente esperava: a vida em sua plenitude, a alegria, o interesse profundo, o amor. Da casa da rua Aribau não levava nada. Ao menos é o que eu pensava na época".

A leitura, dividida em três partes, começou e terminou muito bem, porque tanto na primeira parte quanto na terceira esse entrelace entre história explícita e história implícita me pareceu mais equilibrado e perceptível. A segunda parte perdeu fôlego, por dar maior palco à história explícita, com poucas deixas à história implícita, e, ao focar na dinâmica da Andrea com seus amigos, em partes parecia um novelão adolescente. Mas ainda sim interessante, porque a escrita é poética e sensível.

Obs.: para mim essa foi uma leitura relativamente lenta, mas minha filhotinha de pastor devorou - literalmente...
comentários(0)comente



Samila 05/09/2020

a história é contada pela protagonista, a jovem e sonhadora Andrea, que se mudou para a casa da avó em Barcelona para fazer faculdade. São retratadas as relações familiares conturbardas e as amizades que Andrea encontra no decorrer de seu primeiro ano na cidade grande.
Possui várias reflexões adquiridas pela narradora através das experiências inéditas, dramáticas e felizes vivenciadas em seu primeiro ano na grande cidade
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Veronica 02/02/2021

Não vale a pena
Mais uma decepção da TAG. Se soubesse tinha lido somente os últimos capítulos.
comentários(0)comente



Novack 15/05/2020

Nunca me identifiquei tanto com uma personagem... Ena
Nada é um romance limpo, cru e ao mesmo tempo de muita sensibilidade.
comentários(0)comente



Helô 31/07/2022

Sensível, lindo
Este livro me marcou muito; devorei em meio a uma enorme ressaca literária, evidente pelo meu histórico de leitura... É simplesmente incrível, sensível, sensato, profundamente realista e triste, cheio de personalidade e história. Foi definitivamente um achado.
comentários(0)comente



Pudima 27/12/2018

Um "nada" que sufoca.
É essa a sensação que eu fiquei após ler o livro. Fiquei cheia de nada, a ponto de me sentir sufocada.
Esse livro tem tudo. Tanto tudo, que chega a nos encher de vazio.
São tantos sentimentos, tantos acontecimentos, tanta dor.. Tanto tudo! Que ficamos a ponto de explodir.
Mas, ao mesmo tempo, a casa vai ficando vazia. A rua Aribau perde seu brilho, as pessoas vão embora, e o nada toma conta de tudo.
Esse livro é um paradoxo. E me deixou contemplativa a respeito de tudo, de nada, e do que define cada um desses termos e sensações. Acabei que transbordo de vazio, e não sei como explicar melhor.
Paz, amor e bem.
comentários(0)comente



Maria.Neves 06/11/2022

Difícil

Não pela escrita. Muito agradável.
Mas pelo tema.
O pós guerra na Espanha pelo olhar de uma menina órfã de dezoito anos que sai de sua terra natal rumo a Barcelona para estudar.
Cheia de sonhos e planos, se depara com a realidade de uma família decadente e cheia de traumas.
Nos mostra como era a vida das mulheres daquele país naquela época e como a violência doméstica era vista.
Valeu a leitura.
comentários(0)comente



Rafael Arce 05/02/2021

Uma boa leitura que te leva até Barcelona com profundeza e fascinação sendo um dos mais comoventes clássicos europeu contemporâneo.
comentários(0)comente



Edmar Lima (@literalgia) 04/03/2019

Um "Nada" que contém tudo!
A leitura de Nada é enriquecedora por diversos motivos. Primeiramente, temos a voz de uma autora como Carmen Laforet que, em sua estreia literária, nos presenteia com uma narrativa densa e emocionante. O tom do livro é sério, assim como o estado em que Espanha se encontrava após a guerra civil. Os cenários e os personagens da história também exibem as cicatrizes deixadas quando uma disputa se finda. Marcada pela pobreza extrema, a casa da avó de Andrea, protagonista de Nada, é um lugar inóspito e rodeado por brigas e desentendimentos. Diferente das lembranças que a personagem guardava do lugar que costumava visitar quando era pequena. O ambiente sujo, sufocado pelos móveis, roupas e livros reflete a desorganização em seus moradores que, por sua vez, vivem em pé de guerra e se comportam como animais uns com os outros. As constantes brigas entre os familiares de Andrea permeiam toda a narrativa e causam certo mal estar durante a leitura do romance. Porém, através dessas discussões, conseguimos desvendar as personalidades de alguns personagens como, por exemplo, Gloria, a esposa do tio de Andrea que lamenta ter se casado com um homem agressivo e que sonha com um futuro onde possa desfrutar de sua beleza e juventude longe das garras possessivas do marido. Juan e Ramón, os tios de Andrea, são inimigos declarados e por isso protagonizam incontáveis cenas de violência e não suportam dividir o mesmo espaço sem causar constrangimento nos outros membros da família que ali estiverem. E, não menos importante, temos a figura autoritária de tia Angustias. Essa é uma personagem que, particularmente, me deixou intrigado durante a minha leitura. Tia Angustias controla Andrea com mãos de ferro e, ao mesmo tempo que parece se decepcionar frequentemente com a sobrinha por ela não corresponder às suas expectativas, nutre uma afeição enorme pela menina e até sente ciúmes de sua relação com Gloria.
A Rua Aribau, onde os personagens dessa história vivem, é o lugar no qual essa aventura se inicia e, igualmente, se encerra. Andrea vem para Barcelona com o objetivo de cursar Letras na faculdade local e traz consigo uma mala cheia de sonhos, inseguranças e dúvidas. Apesar dos estudos serem o motivo da chegada da menina na cidade, a trama não foca nesse aspecto da vida dela. Os diálogos do livro ocorrem, em sua maioria, na casa da avó, no quarto de Román ou nas ruas de Barcelona, onde Andrea passa a maior parte do tempo refletindo sobre os acontecimentos do dia e apreciando a arquitetura dos prédios. Também nos bairros da cidade, Andrea encontra uma distração para a fome que sente, pois, devido à pobreza da família, as refeições da casa eram escassas. Essa fome faz com que a protagonista sinta muitas dores e se estresse com as outras pessoas com rapidez e, a partir disso, ela começa a entender as constantes discussões entre seus parentes. Mas, retornando ao ambiente de ensino, é na faculdade que Andrea conhece Ena, uma menina sedutora e rica. Uma amizade improvável nasce entre as duas e, à medida que o tempo passa, percebemos como a nova amiga se torna parte da vida de Andrea e de outros personagens da Rua Aribau.
Concluindo, Nada é uma obra espetacular, com uma narrativa simples e direta, sem floreios ou divagações. Infelizmente, mesmo com o sucesso estrondoso de seu primeiro livro, Laforet não persistiu na carreira como escritora devido aos problemas que a trama gerou em sua vida privada. Porém, a singularidade dos personagens e a construção dos cenários ficarão marcadas por um bom tempo em minha memória. Contrariando o título, Nada contém tudo que uma história precisa ter para prender seu leitor e emocionar. Apesar de a protagonista dizer que não levará consigo nada da pequena casa da Rua Aribau, eu, assim como Andrea, percebo que é impossível sair dessa leitura sem nenhum aprendizado!
comentários(0)comente



Kmilab 13/05/2019

Carregado de emoções e conflitos
Nada estava na minha estante quietinho fazia uns meses. Não sei porquê mas decidi lê-lo esse mês e para minha surpresa me surpreendeu. O título eu creio ser irônico porque do termo "nada" essa história não possui. Ela tem muito do termo "tudo". Andrea chega a Barcelona cheia de expectativas assim como qualquer jovem inicia um novo emprego, o primeira faculdade, o primeiro amor ou o primeiro intercâmbio. O que ela não esperava era a loucura que encontraria na casa de seus parentes. A autora descreve a casa e a personalidade de cada morador de forma única e percebemos como cada indíviduo é um mundo cego cheio de conflitos, medo, egoísmo e paradoxos. E que cada um têm seus motivos pra ser do que jeito que é e aguentar o que passa.
Andrea é uma expectadora da sua própria vida. Eu mesma já me vi nesse papel diversas vezes e portanto me indentifiquei muito com a personagem.
Carmem consegue descrever a angústia e os conflitos de Andrea de forma impar e bem carregada. Eu recomendo esta obra para os fortes de coração!
comentários(0)comente



Rafael Mussolini 08/12/2019

Nada
Eu não estava esperando nada de especial do livro "Nada" (TAG - Experiências Literárias, 2018) da Carmen Laforet e acabei diante de uma das melhores leituras desse ano. Só consegui me desgrudar do livro depois que o terminei.

"Nada" foi escrito no ano de 1944 quando Carmen tinha apenas 23 anos de idade e hoje é considerado um dos grandes clássicos da literatura europeia. Venceu a primeira edição do Prêmio Nadal.

"Nada" se passa numa Espanha pós guerra civil, portanto, a história é permeada por situações limite de um país que está renascendo das cinzas e dos destroços. Na história acompanhamos Andrea, uma jovem orfã que se muda para Barcelona para poder estudar o curso de Letras. A moça chega à cidade com esperanças de viver uma nova vida e o que encontra é uma família desestruturada e doente por conta das consequências da guerra, sendo um dos principais desafios a própria fome.

O livro possui passagens bem violentas, mas que Laforet descreve com uma banalidade que chega a nos incomodar e que pode ter sido com a intenção de representar a violência como cotidiano e o anestesiamento emocional de mentes que passaram pelos horrores de uma guerra.

A genialidade da escrita de Carmen Laforet está ao falar de política sem falar de política. Ao descrever a casa da avó de Andrea em todo seu estado decrépito, Carmen está descrevendo a própria Barcelona do pós guerra. Quando descreve a avó de Andrea aquebrantada e seus tios e demais parentes com sérios problemas psíquicos, de convivência e que explodem em episódios dramáticos de violência moral e física, Laforet está descrevendo um país vivendo os resquícios de uma guerra. É como se aquele casarão decadente, sujo e com pessoas desesperadas fosse um microcosmo para representar a própria sociedade adoecida pela guerra e seu jogo político.

O título "Nada" representa muito bem a obra e pode ser interpretado de diversas maneiras. Na minha visão como leitor o que ficou mais forte do nada é a capacidade de cada personagem de continuar seguindo suas vidas sem possuir nada, sem esperar nada e sem ter nada mais a perder.

#LeiaMulheres
comentários(0)comente



Livia Barini 26/11/2019

Ruinzinho
O livro conta a história de uma órfã, Andrea, que vai morar de favor na casa de familiares. E encontra uma família totalmente disfuncional, onde todo mundo se agride o tempo todo.
A relação com a amiga é sem graça. A guinada da página 200 é previsível.
O título do livro é totalmente apropriado.
comentários(0)comente



Adriana1161 06/10/2019

Desilusão
Nota inicial: "Bons romances são atemporais por obra da intuição do escritor" .
É bem isso mesmo, o livro é bom, mas achei um pouco sem graça...
Uma vida doméstica cômica, risível, angustiada, triste e vazia...E não sai muito disso, apesar dos personagens serem intensos e interessantes.
No meio do livro, ele dá uma engrenada, mas o que fica mesmo são ilusões desfeitas, e a personagem enlouquecida pela fome!
Gostei de uma citação sobre as mulheres de meia idade: "Uma idade tão estranha para o corpo quanto a adolescência"
Escrito em primeira pessoa.
Personagens: Andrea, Ena, Gloria, Angustias, Juan, Román, Pons, Jaime, Bonet, Gerardo, Iturdiaga, Guíxols, Pujol
comentários(0)comente



128 encontrados | exibindo 61 a 76
1 | 2 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR