Levantado do chão

Levantado do chão José Saramago




Resenhas - Levantado do Chão


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Gabriel Castro 07/05/2020

As vezes cansativo, as vezes intenso
Saramago com seu jeito único de escrever descreve várias gerações da sociedade rural portuguesa, junto disto traz dilemas familiares e acontecimentos corriqueiros
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Debora.Vilar 11/04/2020

Sustentabilidade e família
Este romance conta a história da família Mau Tempo. Apesar do monótono cenário campestre, tudo transforma-se menos a miséria dos trabalhadores que lutam por seus direitos, e o latifúndio é testemunha ocular das assolações dos pobres.
A família faz o que pode para sobreviver, superando até os genes adulterado de realeza, a tendência ao vício, e a opressão da tortura. O latifúndio é quase um personagem, ali está a observar todo o desenrolar da luta por posse e poder, que nesse caso significam o mesmo.

Este romance mescla fatos sociais da História de Portugal, os fatos poderiam ser também de qualquer parte do mundo que estavam a par da Guerra fria. Nesta guerra ideológica, foi acima de tudo uma guerra de classes, no imaginário de muitos o que estava em jogo era a liberdade (ou a perda dela, com relação a bens materiais), mas na verdade o que se estava lutando era a igualdade de direitos cidadãos, de oportunidade para tomada de decisão ideológica inclusive (sair da tutela do patrão), e no contexto da obra da luta por igualdade em adquirir direitos trabalhistas flexíveis e de Saúde e Educação, o mínimo para o desenvolvimento humano.

Enfim o tempo passa, mas a luta pelo trabalho digno, direito a saúde e propriedade como garantia para manter-se com bem estar e sustentar uma família mesmo que a de Mau Tempo vai ficando na utopia se não lutar com sangue de determinação.
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Sarah 21/03/2020

uma experiência singular
Levantado do Chão é o terceiro romance de José Saramago, publicado pela primeira vez em 1980. Foi o primeiro livro que eu li do autor e demorei um pouco pra me habituar com o estilo de Saramago. Este livro em especial é um romance de transição do autor, e apresenta uma linguagem experimental. O enredo se entrelaça de forma quase indistinguível com a história de Portugal e a linguagem poética utilizada, formando uma mistura singular.
Na minha opinião, se o leitor não conhecer ao menos o mínimo da história de Portugal, corre o sério risco de ficar perdido, então vale a pena pesquisar sobre os séculos XIX e XX português – houve todo um processo de queda da monarquia, governos instáveis, ditadura e, por fim, a Revolução dos Cravos. Levantado do Chão conta a história de algumas gerações da família Mau-Tempo, que mora no Alentejo – região de Portugal – e é explorada no latifúndio. É um livro muito profundo e delicado por contar justamente a história portuguesa de um ponto de vista diferente: dos camponeses explorados. Mais do que só uma sucessão de manobras políticas, a história é humanizada, assumindo-se a narrativa a partir da vida particular de quem sofreu com toda essas conjunções.
Com uma linguagem lírica, conta-se indiretamente a história de Portugal pela história da família Mau-Tempo. De forma geral, o livro é incrivelmente sensível; ele que requer empatia do leitor, pois estamos a todo momento sendo puxados para a realidade dos explorados. Apesar da inegável qualidade do texto, eu julgo Levantado do Chão como um livro difícil, principalmente pelos aspectos históricos – quem não é português, é difícil conhecê-los – e pela linguagem experimental do autor. Mas é uma leitura que vale a pena; provoca muita reflexão e emociona ao ver os personagens levantarem-se do chão (da miséria do latifúndio) a que estiveram presos por várias gerações.
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Erika 12/05/2019

A força da ação
Um mapa de reconhecimento do que nossos antepassados superaram para estarmos aqui. E cadê as feministas de bandeira para levar esse livro embaixo do braço? Um dos livros de mais difícil leitura do portuga por conta do revezamento história x estoria; mas sensacional como tudo que ele fez.
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Babi.Dias 22/02/2018

Um dos melhores livros do Zé ?
Debora.Vilar 11/04/2020minha estante
com certeza!




Aione 07/02/2018

Levantado do Chão é considerado um livro de transição na obra José Saramago, no qual, pela primeira vez, o autor apresenta o estilo literário que viria a consagrá-lo e a caracterizar sua narrativa.

Nele, conhecemos a história dos Mau-Tempo, família da região do Alentejo que nos é apresentada durante três gerações. Porém, não apenas a trajetória de seus membros é narrada, mas sim também a própria evolução de Portugal. Assim, conforme acompanhamos as mudanças na família, também vemos a transição do país, que, em menos de um século, passou de Monarquia à República e viveu anos de ditadura militar até conquistar a democracia, após a Revolução dos Cravos — evento que encerra o livro. Dessa maneira, cada geração representa uma diferente etapa dessa trajetória da nação, que passa da submissão ao questionamento até atingir o estágio de luta e revolução.

O interessante é que a história do país não é diretamente contada ou apresentada em um primeiro plano. Ela está lá, presente durante toda a narrativa de Levantado do Chão, mas de uma maneira indireta. Há apenas algumas passagens que fazem menção ao contexto sócio-político do momento, justamente para descrever as conjunturas das quais as personagens fazem parte, uma vez que elas afetam diretamente a vida dos Mau-Tempo.

Se há uma interligação entre a história das personagens e a do país, isso também ocorre entre elas e o espaço onde os eventos se desenrolam. As diversas menções à natureza e a caracterização do cenário como um todo metaforicamente dizem respeito às próprias personagens apresentadas. Assim, a linguagem poética de Saramago é um dos pontos mais notáveis de Levantado do Chão. Ao mesmo tempo, sua narrativa é também crítica e política, sendo a visão do autor e sua opinião sobre os fatos facilmente identificáveis na leitura.

Acho muito difícil não se sentir impactado pela escrita de Saramago. Há beleza em sua narrativa, que nos causa uma admiração imediata. Suas próprias estruturas complicadas, que mesclam narrativa e diálogos em um só período, contribuem para essa beleza e para a própria maneira do livro nos prender, já que nos força a ter uma atenção redobrada. Ainda assim, fiz uma leitura muito menos envolvente do que aconteceu em Ensaio Sobre a Cegueira, talvez pela temática e abordagem do segundo me interessar mais do que a de Levantado do Chão.


Independentemente disso, a experiência de ler Saramago é sempre válida e incrível. Levantado do Chão traz sua essência no próprio título: do chão, o estilo que viria a consagrar o autor se levanta. Do chão, o homem se levanta rumo à luta por seus direitos e por uma vida mais digna. E do chão, levanta-se toda uma nação.

site: http://minhavidaliteraria.com.br/2018/02/07/resenha-levantado-do-chao-jose-saramago/
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Volnei 23/12/2016

Levantando do chão
Este romance de José Saramago conta a cina de uma família humilde e cujo patriarca já começa agindo errado ao se aproveitar daquela que viria a se tornar mãe de vários filhos seus. Depois de casado ele não para em nenhuma das cidades por onde passa, ele mostra sua outra face e se entrega a bebida, transformando a vida de seus familiares em um verdadeiro inferno. A esposa não aguentando mais o abandona e retorna à casa paterna . O marido vai a sua procura e a toma de volta e o pais diz que se ela o seguir não devera voltar mais. Ela passa a viver novamente os mesmos transtornos e abandona o marido de vez . Quando ele a procura de novo ela não o perdoa e ele em um ato insano se enforca . A mãe passa a depender do trabalho do filho mais velho que na época tinha apenas 10 anos mas já consegue algum trabalho para ajudar no sustento da casa. Este cresce, torna-se homem e parece destinado a seguir os passos do pai ao tirar uma donzela de sua casa.Uma das características interessante deste romance é o fato deste estar ambientado em um período bastante turbulento pelo qual passou Portugal nas primeiras décadas com a proclamação da Republica em 5 de outubro de 1910 e a seguir com a ditadura Salazarista que se iniciou em 1932 e durou até 1974 com a revolução dos Cravos que pós fim a ditadura. O livro faz alusão as torturas que o governo fazia a fim de arrancar confissões, muitas vezes sem qualquer prova e depois forjava um suicídio muito mal explicado. Com certeza foi a forma encontrada pelo autor para critica tal época. Uma das características deste romance é justamente a forma encontrada pelo autor de mostrar as atrocidades cometidas pelas autoridades com a intenção de combater o comunismo . A partir da Leitura desta obra foi que compreendemos o motivo pelo qual o autor viveu seus últimos anos de vida no exílio. Mesmo depois de o regime Salazarista ter acabado o autor continuou no exílio e neste livro ele deixa claro sua posição política. O romance é ambientado em varias gerações que sofrerão com o regime . O titulo é uma referencia a posição em que se encontrava o povo português na época do inicio do século XX

site: http://toninhofotografopedagogo.blogspot.com.br/
Yuri Garrido 31/10/2017minha estante
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Rodolfo Vilar 30/09/2016

Saramago e a voz de um povo oprimido
No ano de 1981, numa entrevista para o Jornal O Tempo, Saramago declara:
"Acho que do chão se levanta tudo, até nós nos levantamos. E sendo o livro como é - um livro sobre o Alentejo - e querendo eu contar a situação de uma parte da nossa população, num tempo relativamente dilatado, o que vi foi todo o esforço dessa gente de cujas vidas eu ia tentar falar é no fundo o de alguém que pretende levantar-se. Quer dizer: toda a opressão económica e social que tem caracterizado a vida do Alentejo, a relação entre o latifúndio e quem para ele trabalha, sempre foi - pelo menos do meu ponto de vista - uma relação de opressão. A opressão é, por definição, esmagadora, tende a baixar, a calcar. O movimento que reage a isto é o movimento de levantar: levantar o peso que nos esmaga, que nos domina. Portanto, o livro chama-se Levantado do Chão porque, no fundo, levantam-se os homens do chão, levantam-se as searas, é no chão que semeamos, é nos chão que nascem as árvores e até do chão se pode levantar um livro
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Belas palavras, as de José Saramago, porque é exatamente assim que nos sentimos quando começamos a ler as primeiras páginas de Levantado de Chão: Nos sentimos oprimidos; arrastados pelo peso de nossas culpas, essas que na verdade nem sequer existem; sentimos os olhos da opressão e do fascismo a nos dominar conforme enxergamos que a situação em que os personagens se encontram são calamitosas. Somos esmagados pelo simples desejo oprimido do querer fazer mudança, e não conseguir.

Há um tempo atrás, logo quando dei inicio a me aventurar nos clássicos da literatura, me deparei com um livro chamado "Cem anos de solidão". A descoberta dessa obra me deixou desalentado, não somente porque era algo fora dos meus padrôes de leitura como também porque aquilo me devastou, me deixou cansado e perdido dentro de mim mesmo por experimentar tamanha fotografia de algo ou alguém. Quando li Levantado do chão essa mesma sensação ressurgiu em mim.Não no sentido de que tenha sido uma leitura complicada, apesar de ser nesse livro que Saramago inicia sua escrita peculiar, com poucas pontuações e à frente de seu tempo, não. Me senti novamente estranho porque senti que o autor queria nos teletransportar para o mesmo ambiente de seus personagens, de sua terra, de suas criações e críticas. Ler Levantado do chão foi algo como experimentar estar amarrado a um sentimento de revolta interna, mas na verdade não poder fazer nada.

Para quem não conhece, Levantado do Chão, publicado inicialmente em 1980 e sendo o terceiro romance de José Saramago, conta a história da geração dos Mal-tempo, uma família que vive pelas bandas do Alentejo, um dos pequenos povoados de Portugal, e que sofre os males da repreensão fascista dentre o século XIX e XX. Por se tratar de assuntos um tanto "polêmicos" para aqueles que são delicados com a política, o romance irá tratar de vários aspectos políticos e sociais da população que ali vive, essa prestativa aos trabalhos advindos do latifúndio. Sendo assim, o que José Saramago pretende é dar voz ao lado da história que não teve vez, mostrando o lado oprimido daquelas famílias que viverem sobre constante repreensão das politicas fascistas que obrigavam e não viam o trabalhador da terra como um sujeito de direitos igualitários, abominando assuntos como o comunismo, direitos trabalhistas, greves e etc.. Por isso que o livro é repleto de aspectos da história politica de Portugal, o que faz com que o leitor pelo menos tenha em mente o significado de alguns dos temas citados para situar os primórdios das criticas levantadas pelo autor.

Além disso, Saramago consegue retratar as características culturais de seu povo, seus costumes, as tradições populares e as velhas histórias contadas nas rodas familiares e transmitidas de geração á geração. Apesar do livro ter passagens bastante pesadas, o autor conseguiu nos transmitir um sentimento de esperança que nos renova até o fim do livro, onde o ápice do livro se dá com a futura geração dos Mal-tempo, que reflete os aspetos da nossa sociedade atual. Mesmo escrito em 1980, o livro ainda continua bastante atual em seus assuntos tratados. Uma leitura necessária para qualquer um e que vai te transformar num ser humano melhor. Cada vez me sinto mais apaixonado pela literatura humanista do Saramaguinho.

site: http://bodegaliteraria.weebly.com/biblioteca/levantado-do-chao-jose-saramago
suzanna.oliveir 21/06/2017minha estante
Eu tb sinto muito essa semelhança com Cem Anos de Solidão, não só pelo fato de acompanharmos gerações de uma mesma família, mas tb por aquela sensação de fatalismo nos destinos das personagens, a mordaça social de um lugar que traz, já pronta, a sorte dos que ali nascem... Lindo o livro, ótima resenha. Obrigada




Vivi 22/08/2016

História do povo alentejano desde vida familiar, amigos e sua lida na roça para tirar seu sustento. Muito denso e interessante.
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Bruna 11/08/2016

Conta a história da família Mau-tempo e suas gerações,começando com o casal Domingos Mau-Tempo e Sara, uma história de trabalhadores rurais explorados por proprietários de terras, trabalhando de sol a sol sob condições de extrema pobreza e durezas. Sem direitos trabalhistas,esses trabalhadores tentam ser ouvidos,se reúnem, gritam por seus direitos,fazem greve , mas sob uma ditadura política, são perseguidos,presos e até mesmo torturados.
O livro é uma crítica a exploração da mão de obra braçal, e também à igreja católica que apoiava os proprietários das terras, um livro que serve como denúncia contra um sistema de exploração dos trabalhadores, diferenças sociais, e os sonhos que os trabalhadores nutriam de uma vida melhor.
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ig: rafamedeirosmartins 20/07/2016

O mundo literário se transforma num imenso Portugal: um livro sobre trabalhadores.
Com este romance José irrompeu, em definitivo, no Olimpo da alta literatura mundial. Acompanhamos três gerações dos camponeses Mau-Tempo, que, com a enxada na mão e as dores do corpo, atravessaram da ditadura à República portuguesas sob condições próximas à servidão. As grandes estruturas de poder (Latifúndio-Igreja-Estado) são reveladas ao leitor por meio de parábolas cheias de compaixão e ironia. Temas candentes são enfrentados: a exploração do homem pelo homem, a demonização de quem vindica justas condições de trabalho, as alianças espúrias para manter tudo como sempre foi. Meu romance favorito do Prêmio Nobel português, é um livro fundamental. Mais: necessário.
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ElisaCazorla 15/07/2016

Quando o latifúndio é o personagem principal
Neste romance Saramago discorre majestosamente sobre história recente de Portugal com o governo Salazarista e a Revolução dos Cravos de 1974. O centro de tudo é o latifúndio que parece ter vontade própria e que exerce tremenda influência na vida dos trabalhadores e donos das terras. Saramago consegue, habilidosamente, mesclar a saga da família Mau-Tempo e a história de Portugal sem deixar que um pareça mais ou menos importante que o outro, ou seja, não há pano de fundo, há apenas histórias importantes e centrais. Como é que ele consegue escrever assim??? Como??!! Ele é genial!
Enfim, foi um livro difícil para mim. Difícil intelectualmente, difícil porque é exigente, difícil porque entender as entranhas desse universo terrível (o trabalhador rural) não é fácil. O mundo rural nos parece longínquo, talvez propositalmente não convivemos com o rural e não discutimos o rural nas escolas e não ouvimos constantemente as durezas por que passam os trabalhadores rurais. Sempre que uma batalha acontece entre trabalhadores e latifundiários tais notícias chegam até nós como se as vítimas fossem os 'pobres' latifundiários que tiveram 'suas terras' 'invadidas' por índios furiosos ou ativistas violentos. Trabalhadores lutando por seus direitos básicos são tratados como terroristas pela nossa mídia.
O autor defende um dos lados - o do trabalhador. Defende e nos mostra o seu ponto de vista, suas vidas, seu pensar.
Um livro lindo, emocionante, exigente. Uma obra prima.
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Peterson Boll 26/08/2015

Um dos mais panfletários livros de Saramago, mas nem por isso deixa de perder a sua característica principal: a poesia escondida nas entrelinhas escritas pelo autor.
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Lívia 19/06/2015

Quem é rico mora na praia, mas quem trabalha não tem onde morar

Eles se levantam bem antes do sol nascer e voltam para cama quase à hora de se levantar. Pegam na enxada e só a largam bem depois do sol posto. Eles não conhecem domingos, nem feriados, nem dias santos. Eles só conhecem o trabalho. E a fome. E a miséria. Mas ainda assim, sonham.
Levantado do Chão é um romance sobre a formação do Alentejo, região no sul de Portugal, a partir da narrativa da vida uma família de trabalhadores rurais, os Mau-Tempo. Além da história dessa família até quatro gerações, Saramago também denuncia a fome, a miséria, a exploração do trabalho e o desemprego a que os trabalhadores rurais estavam submetidos no começo do século até algum tempo depois da Revolução dos Cravos, em 25 de abril de 1974. Ao mesmo tempo, comoventemente, a tomada de consciência política por parte dos trabalhadores que, embora miseráveis, fatigados e famintos não deixaram de sonhar com a liberdade, e foi o sonho que os moveu a lutar bravamente por oito horas de trabalho diário, por quarenta escudos de salário, por melhores condições de trabalho, por ter a liberdade de comemorarem livremente o primeiro de Maio, e, sobretudo, por dignidade.
A história se passa na pequena vila de Monte Lavre, onde vivem trabalhadores rurais e para onde vão os fundadores da família, Sara da Conceição e Domingos Mau-Tempo.
Seria redundante dizer que Saramago é brilhante em suas metáforas e sua ironia, o livro é repleto delas. Mas o que me chama atenção são as mulheres da história. Ele cria mulheres fortes, submissas e trabalhadoras, mas, ao mesmo tempo, doces e apaixonadas, como Gracinda Mau-Tempo e sua linda história com Manuel Espada, um amor prático, real, sem idealizações dignas de poesias, mas linda e sublime como nunca vi em nenhuma outra história.
Levantado do Chão, como o próprio nome sugere, é uma história de superação, de luta, de sonhos. Homens e mulheres que se levantaram do chão e a ele nunca mais retornaram.
“Todos os dias os homens se levantam de suas camas, todas as noites se deitam nelas, e dizer camas é dizer o que de cama faz as vezes, todos os dias se sentam diante do alimento ou da vontade de o ter suficiente, todos os dias acendem e apagam uma luz, debaixo da rosa do sol não há nada de novo.” (p. 319).
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Valério 29/09/2014

Apoteose da luta no campo
Saramago é o poeta do sofrimento humano.
O livro transborda sofrimento. Semelhante à obra de Sthendal, "As vinhas da ira", mostra o sofrimento do trabalhador rural, ao acompanhar as desventuras de 4 gerações da família Mau-Tempo principalmente na primeira metade do século XX.
A diferença está na poetização de Saramago.
Cenas comoventes permeiam o livro, levando-nos a profunda consternação (especialmente por lembrar que houve e ainda há milhões de trabalhadores na mesma situação e até pior).
As humilhações, a existência de ignorância e desprovida de proteção dos humildes.
História comovente, triste.
E que fecha grandiosamente.

"Todos os dias são iguais, e nenhum se parece"
Saramago - Levantado do chão
Peterson Boll 26/08/2015minha estante
Só uma observação, "As Vinhas da Ira" é obra do escritor John Steinbeck




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