Paulicéia Desvairada

Paulicéia Desvairada Mário de Andrade




Resenhas - Paulicea Desvairada


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J. Silva 04/08/2023

Paulicéia Desvairada
Paulicéia Desvairada foi publicada em 1922, mesmo ano da Semana de Arte Moderna, foi um marco da literatura e traçou os alicerces da estética do Modernismo no país.  A antologia de contos do escritor paulista foi a primeira obra realmente de vanguarda do movimento Modernista.

A mim o que impressionou foi o "prefácio interassantísssimo", que traz 66 pequenos textos, com anotações, explicações, questionamentos e divagações. Em meu livro foram muitas as anotações sobre esse capítulo inicial.

Dos demais textos, com certeza "Ode ao Burguês" é o que mais se destaca. Texto obrigatório em qualquer aula de literatura.

Ode ao burguês
Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,
o burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! O homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!

Eu insulto as aristocracias cautelosas!
Os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros!
que vivem dentro de muros sem pulos;
e gemem sangues de alguns mil-réis fracos
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
e tocam os Printemps com as unhas!

Eu insulto o burguês-funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!
Olha a vida dos nossos setembros!
Fará Sol? Choverá? Arlequinal!
Mas à chuva dos rosais
o èxtase fará sempre Sol!

Morte à gordura!
Morte às adiposidades cerebrais!
Morte ao burguês-mensal!
ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi!
Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano!
"? Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
? Um colar... ? Conto e quinhentos!!!
Mas nós morremos de fome!"

Come! Come-te a ti mesmo, oh gelatina pasma!
Oh! purée de batatas morais!
Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados!
Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
sempiternamente as mesmices convencionais!
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Todos para a Central do meu rancor inebriante
Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!

Fora! Fu! Fora o bom burgês!...
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Maria3427 04/11/2020

Viva o desvairismo!
"Escrever arte moderna não significa jamais para mim representar a vida atual no que tem de exterior: automóveis, cinema, asfalto. Se estas palavras frequentam-me o livro não é porque pense com elas escrever moderno, mas porque sendo meu livro moderno, elas têm nele razão de ser".

Este trecho se encontra no Prefácio interessantíssimo, incluido anos depois pelo autor em que expõe e esclarece alguns pontos importantes acerca de sua obra, que desde sua publicação na semana de arte moderna foi alcunhada como precursora do modernismo no Brasil.

O que fica claro durante a leitura dos poemas é o cenário urbano caótico, paradoxal, apresentado por meio de uma escrita influenciada pelo fluxo de consciência do surrealismo e a deformação abstrata da realidade urbana, mostrada em flashes e passagens desconectadas, que no entanto formam um todo que é a imagem da Pauliceia desvairada.

Para aproveitar a leitura desse livro eu indico que a pessoa pesquise sobre modernismo e um pouco sobre Mário de Andrade, pois muitas pessoas têm dificuldade de interpretar seus poemas, que já não são mesmo de fácil compreensão, então quanto mais informação prévia, melhor.
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arthurzito 11/01/2022

Complicado...
Primeiro livro do Mario de Andrade que eu leio, achei a linguagem meio difícil, complexa demais em alguns pontos. Os poemas trabalham temas interessantes, não compreendi todos porém aqueles que eu entendi a mensagem eu gostei muito. Esse livro é daqueles que precisam de um esforço do leitor para entender oq tá acontecendo. Um ponto positivo foi o prefácio, raramente gosto dos prefácios, achei muito diferente oq o Mário escreveu para esse livro. No geral, posso dizer que gostei desse livro, não entendi quase nada de muitos textos mas analisando a relevância literária dele e os poucos poemas que eu entendi e senti fez valer a leitura.
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Luccas.Soares 13/02/2022

"Escrever arte moderna não significa jamais para mim representar a vida atual no que tem de exterior: automóveis, cinema, asfalto. Si estas palavras frewuentam-me o livro não é porque pense com elas escrever moderno, mas porque sendo meu livro moderno, elas têm nele sua razão de ser" (Trecho do Prefácio Interessantíssimo)
Uma importante obra do modernismo brasileiro, muito símbolo fazer a leitura no dia que marca o centenário de um dos maiores eventos da história artística nacional: A Semana de Arte Moderna.
Texto requer várias leituras, não é de fácil compreensão para todos, mas riquíssimo e um marco na nossa literatura.
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Sammara 01/03/2022

Para quem ama São Paulo.
Publicado em 1922 ano de inicio do Modernismo no Brasil , na semana de Arte Moderna de 1922. Em Pauliceia Desvairada você vai encontrar 22 poemas curtos, que cada um passa a visão de uma São Paulo do ponto de vista de Mário de Andrade, cita lugares, bairros e a sociedade que é bem criticada, de uma maneira bem irônica, mas não deixando se ser intelectual.
A Obra é em versos livres que ate então não se tinha , não faz metrificação e nem rimas, fazendo com que as frases não sejam completas. E também foi considerada a 1ª obra que tem característica de uma obra de Vanguarda Modernista no Brasil.
A leitura incomoda por ser diferente a principio, mas vale a pena para você sentir o gostinho do que foi aquela época e pela experiência.
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Alberto 22/03/2022

Livro de poesias famoso de um dos principais modernistas brasileiros.
Li, porque tento conhecer tudo que foi publicado de importante na literatura brasileira, e porque gosto de poesia. Este livro, contudo, não combina com meus gostos. Recomendaria para mentes muito abertas e pessoas muito fanáticas pela história da nossa literatura.
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Wacinom 29/01/2022

Pauliceia Desvairada é uma coleção de poemas de Mário de Andrade, publicada em 1922. Foi a segunda coleção de poesia de Andrade e a mais polêmica e influente.
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22/05/2020

Ode ao modernismo
Acho que esse livro toca qualquer paulistano, qualquer pessoa que já tenha vivido São Paulo: Paulicéia tem o ritmo da cidade.
Apesar de seus quase 100 anos continua atual, é atemporal como todos os grandes clássicos. Vale ler e reler!
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Danilo Moreira 08/04/2022

Saboroso caos
No começo alguns pode até estranhar a enorme apresentação que o autor faz, contextualizando o livro e o próprio modernismo, de quem é filho. Posteriormente, ao começar a ler os versos, você entende que ali há ima explosão caótica de criatividade, que mescla alguns locais famosos da capital paulista, sua gente, cultura, origens e um fluxo de consciência que ultrapassa até a norma culta, a gramática e a ortografia padrões. É um caos gostoso, mas que, para ser lido, talvez precise de um pouco de conhecimento sobre o que foi o modernismo e a vida e obra do Mário, um gênio.

site: https://plugliterario.wordpress.com/2022/04/12/pauliceia-desvairada-mario-de-andrade-resenha-literaria/
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Gabriel 30/06/2022

Paulicéia Desvairada (Mário de Andrade, 1922)
Em estudo e homenagem aos 100 anos da semana de arte moderna, decido ler neste mês este fascinante livro de poesias de Mario de Andrade publicado justamente em 1922.

O Título "Paulicéia Desvairada" é uma forma de Mario se referir à cidade de São Paulo, palco da Semana de 22 e cenário dos poemas que compõem o livro, nesses são citadas cenas do cotidiano, lugares, pessoas e críticas a sociedade, como é o caso de "Ode ao Burguês" poema que foi recitado na semana de arte.

Um dos destaques do livro é seu "Prefácio Interessantíssimo" onde Mario apresenta diversas de suas visões sobre a Arte Moderna. Ao ler este prefácio me propus tentar me imaginar como as pessoas da época que viam nos jornais fotos em preto e branco do evento coloridíssimo e assim entender o seu impacto social.

Ler este livro me fez perceber o tanto das produções culturais brasileiras atuais que bebem, mesmo sem saber, da fonte da arte moderna e da poesia de Mario de Andrade.

Texto escrito em: 22 de fevereiro de 2022

site: https://idiasall.wordpress.com/2022/02/22/pauliceia-desvairada-mario-de-andrade-1922/
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Alexandre.Roux 20/08/2020

Versos Arlequinais
Cativante desde já pelo prefácio, como nome diz: interessantíssimo. Não me hesitei em destacar com um marcador amarelado os versos que mais estenderam meus olhos e mente, aqueles sobre o contexto de época que se aplicam ao momento contemporâneo e nos dão a sensação de estar lendo um raciocínio atual e embaralhado, mesmo que ainda profundo e passado.

Dito isto, destaco: O Rebanho, Paisagem n°3 e a Minha Loucura, além de Ode ao Burguês.

"Aliás versos não se escrevem para leitura de olhos mudos. Versos cantam-se, urram-se, choram-se..." E reafirmo, Pauliceia Desvairada são um conjunto de páginas a serem lidas e reabsorvidas em alto e bom tom, a se sentir cada verso escrito pelo seu autor.
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Vivi 29/06/2021

O que dizer de Mário de Andrade? Poxa, um autor de tantas facetas! Quando disse ?Eu sou trezentos? não mentia!

Li porque estou estudando sua obra em contexto de Semana de Arte Moderna, tinha a curiosidade desde sempre. Gostei!
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paulapereirar 08/09/2021

esse livro é muito importante para o modernismo brasileiro e isso faz ele ser bem interessante, principalmente, ver a maneira que o poeta quebra com as formas que eram usadas antes. mas, não gostei da maioria dos poemas.
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JosA225 31/12/2023

Paulicéia Desvairada
Com esse livro, seu principal de poesia, Mário de Andrade conseguiu criar um novo adjetivo para a cidade de São Paulo. Mostrou também que entende de poesia como de prosa.
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Camila 12/07/2022

Arlequinal
Mais um "lendo pro vestibular" mas confesso que esse me surpreendeu. Normalmente não leio muito poemas ou poesias, mas Mario de Andrade lido em voz alta com bastante emoção me pareceu o jeito certo de ler, fica incrível. Ah, e minha parte favorita foi o prólogo com os textos curtinhos, muito bom.
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