Gabriela 06/01/2010"Não esqueça, Vera, que os iguais se reconhecem!" A história é narrada em primeira pessoa por Leonardo, um homem de trinta e cinco anos, casado e pai de um menino. Somos introduzidos ao momento em que, mesmo com o sucesso em sua carreira profissional, o protagonista se sente incomodado com o rumo que sua vida tomou e acaba de tomar uma decisão para acabar com a apatia que se instalara nela.
Somos apresentados à vários homens, mas para não estragar a surpresa, cito apenas Adriano e Lorenzo - que ao meu ver foram os mais marcantes. O primeiro com seu temperamento imprevisível e um quê de autoritarismo e o segundo com sua personalidade adorável, que aos poucos se transforma tanto que, no fim, não é possível diferenciá-lo de uma ex-esposa vingativa.
O livro começa - e continua por uma boa parte - ao estilo "100 escovadas antes de dormir", depois desacelera até conseguir um ritmo semelhante ao "A Cartomante" até findar do jeito que ele deveria ter sido escrito desde o início. Às vezes, a narração torna-se embaralhada enquanto a personagem divaga e se põe a relatar acontecimentos passados quando no parágrafo anterior estava narrando uma ação presente.
E não posso esquecer de endossar uma observação que a Bruh fez na crítica dela e eu ri na época: Por que raios Apartamento 41? Passei várias páginas imaginando o que ele seria, qual daqueles ele seria, o que ele teria de tão especial, para o título ser citado uma só vez de uma forma banal. Concordo em gênero, número e grau que o título é sem sentido.
Para quem aprecia o estilo da Melissa Paranello, vá em frente e farte-se com o livro.