Deyse M. 03/08/2015
Simplesmente adorável!!!
"Um amor de detetive" me surpreendeu muito, mas muito mesmo.
Li a sinopse deste livro por acaso, quando ele apareceu no topo da página de um blog sobre literatura que eu acessei. Gostei da premissa e decidi que seria minha próxima leitura. Ao começar, vi que era em primeira pessoa - detalhe que eu não gosto em livros. O primeiro capítulo não me entusiasmou muito. Pelo contrário, minhas expectativas até baixaram e após algumas páginas a mais, eu o deixei de lado por algum tempo.
Quase fiz uma bobagem. Não gosto de desistir de um livro e raramente faço isso, então resolvi ir em frente com a leitura, que retomei após uma longa espera em uma fila para fazer um exame médico. E de repente, como mágica, os personagens começaram a ganhar a minha simpatia, a história começou a tomar forma e ficar mais envolvente e eu não conseguia mais largar este livro!
Como já foi dito anteriormente, a Holly é, sim, hilária! Mas ela não é só isso. Um dos fatos que me fazem manter distância de histórias em primeira pessoa é o inevitável egocentrismo do personagem que as narra – tudo é visto não só pelo seu ponto de vista como só seu ponto de vista importa. Torna-se cansativo e chato com facilidade e eu acabo me desinteressando pelo livro. A Holly não é nada disso! É uma excelente melhor amiga, gosta de seu trabalho sem ser obcecada por ele, é empenhada nas investigações e inteligente (a pista para descobrir quem andava passando as informações sobre os crimes é dada por ela). Ela tem bom coração e não mede esforços para ajudar quem precise. O carisma de um personagem é fundamental para que a história se torne interessante e, pelo menos para mim, carisma a Holly tem de sobra.
James é daqueles personagens que faz o leitor suspirar! Adoro personagens masculinos que se mostram inicialmente muito sérios e mau humorados mas que, ao passar do tempo, revelam ter bom caráter, coragem e senso de justiça. James Sabine reúne todas essas qualidades além de ser extremamente bonito, forte, charmoso... *suspiros* Enfim, é o "macho alfa"! rsrs. Sim, Holly é muito divertida e trapalhona (também é uma característica que adoro em personagens femininas), mas ele também me arrancou boas risadas com os "foras" que dava em Holly, o modo com a tratava e sua cara sisuda enquanto tentava solucionar o crime do Raposa e lidar com a repórter tagarela e desastrada ao seu lado.
Uma característica do livro da qual eu gostei muito é o fato de que a autora soube construir o relacionamento dos dois de forma crescente, pausada, sem apressar os eventos que os fazem aproximarem-se um do outro. Gosto muito disso. E ambos têm uma coisa muito importante em comum: os dois gostam de investigar, engajam-se para solucionar os crimes e é a partir disso que a cumplicidade entre eles cresce.
Além disso, adorei a parte das investigações, o modo como os crimes são descritos e se desenvolvem. Não ficou excessivamente detalhado, o que tornaria a leitura cansativa. Mais uma vez a autora soube dosar as informações, os eventos e como os personagens iam evoluindo para descobrirem o criminoso.
A ideia da repórter que escreve o diário para o jornal foi outro acerto, de modo que Holly fica famosa sem querer e a quantidade de trapalhadas em que ela se mete aumentam – a cena da primeira entrevista dela para um programa de TV é impagável!
Se os personagens principais são ótimos, o mesmo pode se dizer dos coadjuvantes. Lizzie (a melhor amiga muito engraçada e histérica), Vince (fotógrafo e amigo gay afetadíssimo que me dá vontade de rir só de imaginar a figura!), Callum (policial amigo de James e que tem um papel muito importante na história dos dois), Joe (o chefe estressado de Holly), Teresa-quase-santa (víbora invejosa que não gosta de Holly), Ben (namorado atleta de Holly de quem eu não gostei desde o começo) Fleur (noiva de James a quem eu detestei mesmo antes de ela entrar na história!) e os pais de Holly (duas figuras que são adoráveis!). Aliás, adorei o fato de que o Sr. e a Sra. Colshannon são descritos como pais gente boa, que têm um ótimo relacionamento com a filha e de todos se respeitam. Estou cansada do clichê "pais que não compreendem os dilemas do personagem principal". Chato demais.
Em alguns momentos a história me lembrou do seriado "Jeannie é um gênio" porque Holly não só se mete em várias trapalhadas como arrasta James com ela. A cena em que ela vai parar no hospital após um porre e uma garrafa presa no dedão do pé é uma das mais engraçadas, pois ele fica furioso com ela já que eles têm uma investigação muito importante para ser feita dali a algumas horas e ele tem que levantar no meio da noite para ir até ela. A bronca que ele dá nela e o jeito como ela reage é engraçadíssimo. Parece que ele está falando com uma criança de 5 anos e ela parece realmente uma criança de 5 anos que fez uma tremenda travessura!
A leitura vale muito a pena, a sequencia final é frenética (quase choro com a Holly quando ela procura por James em todos os pubs e chega a pedir esmola para poder entrar em alguns rsrs) e o desfecho é FOFO demais! Fiquei triste porque terminei e gostaria muito de ler uma sequência.
P.S. Verifiquei a biografia da autora - de quem eu nunca havia ouvido falar, e vi que há mais alguns livros escritos no mesmo estilo e que o volume "Alta sociedade" tem a participação de Holly e James. Será minha próxima leitura!