Úrsula e outras obras

Úrsula e outras obras Maria Firmina dos Reis...




Resenhas - Úrsula


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Bru 11/02/2024

Exagerado
Sei que o exagero é uma característica intrínseca das obras românticas dessa época, mas fez com que eu não levasse a sério a história e a obra em vários momentos. Como que um cara vê a sobrinha uma vez e passa a amá-la no mesmo momento? É totalmente irreal. Os comentários sobre a obra e a autora no início também estragaram minha experiência. Não sei o sentido de contar milhões de spoilers logo no início. Comecei a leitura do livro em si já sabendo tudo que aconteceria. Seria melhor se os comentários estivessem ao final. Apesar disso, é um livro rápido de ler e, mesmo tendo uma linguagem rebuscada, possível de entender. Também reconheço a importância da obra e gosto da magia dos clássicos de transportar o leitor para uma época diferente.
Lala 13/02/2024minha estante
Dica: nunca leia os textos introdutórios da Penguin antes de ler o livro, SEMPRE tem spoiler. Aprendi isso quebrando a cara, agr em qualquer livro leio os textos de apoio por último, acho nada a ver fazerem isso, poderiam deixar como posfácio que seria mto melhor




Julia2332 10/02/2024

Um clássico gostoso de ler
O enredo do livro é bem característico do romantismo, muitas vezes me senti em um universo parecido com Iracema. Mas o jeito como Maria Firmina construi os personagens escravizados torna o livro mais que especial. Demorei um pouquinho para finalizar por causa da rotina, mas é uma leitura rápida.
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Leonardo1087 01/02/2024

Minha opinião a respeito de Úrsula não importa.
Tendo a não dar nota a livros no fingimento de uma plena capacidade de rotulação, avaliação e análise objetiva. Essas duas estrelas e meia também não dizem respeito ao que acho do livro, e aí vão-se as duas maneiras mais comuns de classificar. Eu, na minha máxima consciência de ser um parvo e um bocó que inicia relativamente agora na literatura e na vida, dou notinhas pela experiência de ler o texto e gostar ou não. Mais uma vez, não necessariamente de gostar ou não do livro, mas sim de gostar ou não de ler o livro.
Essa distinção é algo que apresento com os panos quentes de quem está concluindo a faculdade de Letras este ano e ficou tentado a ler Úrsula pelo que chamamos no meio científico de "vergonha na cara". Úrsula é o primeiro romance escrito por uma mulher brasileira, que crime eu estaria cometendo se não lesse para minha formação enquanto leitor? E que pecado maior ainda seria omitir a existência desse texto para meus futuros alunos e, principalmente, minhas alunas de Ensino Médio. Meio que não importa a ambivalência que sinto sobre a experiência de ler Úrsula, que é um texto que acerta e erra em mesma medida (na minha opinião) e isso o torna uma leitura bem bem bem opcional para esses alunos hipotéticos. Não vejo como algo que os fará ler mais literatura brasileira. Mas eles ficarão sabendo por mim? Com toda certeza. E tecerei linhas e linhas de dissimulação para convencer que é uma obra-prima e que no seu período livre eles deveriam prestigiar a leitura desse clássico (incontestável) e inovador (incontestável) e importantíssimo (incontestável) livro, mesmo que o veja como um agrupado de papel meio preenchido de romantismos que desgosto e meio recheado de uma crítica eternamente contundente e prosa densamente lírica. O que há de melhor e pior no Romantismo.
Minha opinião a respeito de Úrsula não importa, e justamente por fazer tão pouco dela, dou-me o direito de ser a vozinha ignorável na multidão do Skoob.
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Laikui 30/01/2024

Uma leitura necessária
O enredo principal da obra reúne todas as características típicas do estilo literário do romantismo brasileiro: um casal apaixonado tem seu amor ameaçado por um grande vilão que disputa pela guarda e pelo afeto da moça pura, bela e frágil. Além disso, forte presença de marcadores linguísticos temporais do século 19, emocionalismo, sofrimento amoroso, narrativa ágil, presença de elementos da natureza que se fundem com os estados emocionais dos personagens, etc.

Mas o grande valor desse que é o primeiro livro de Maria Firmina dos Reis se revela muito mais pelo contexto que envolve a gênese de sua obra do que propriamente pelo roteiro em si. O descortinar de um mundo paralelo à grande e arrebatadora história de amor entre os personagens principais - a escravidão- aparece pela primeira vez na ficção brasileira. Ou seja, muito antes de Castro Alves, a autora já denunciava a questão da escravidão e a luta pela abolição.

Por meio de toda uma galeria de personagens secundários, com voz própria e conscientes de sua mazelas - com especial destaque para Mãe Susana, Túlio e Antero - a autora joga luz sobre a questão que durante quase 4 séculos oprimiu populações inteiras. É o que se pode observar no registro da memória da África para os escravizados que vivem no Brasil; bem como a descrição do navio tumbeiro e as condições de vida dos escravizados na fazenda; além dos relatos dos instrumentos de tortura com que os escravos são supliciados. (Esses elementos poderiam, inclusive, ter sido melhor aprofundados na narrativa).

"Trinta dias de cruéis tormentos, e de falta absoluta de tudo quanto é mais necessário à vida passamos nessa sepultura até que abordamos às praias brasileiras. Para caber a mercadoria humana no porão fomos amarrados em pé e para que não houvesse receio de revolta, acorrentados como os animais ferozes das nossas matas, que se levam para recreio dos potentados da Europa. Davam-nos a água imunda, podre e dada com mesquinhez, a comida má e ainda mais porca: vimos morrer ao nosso lado muitos companheiros à falta de ar, de alimento e de água." (p.68)

Assim, por ter sido o primeiro romance escrito por uma mulher, e uma mulher negra. Por ter sido esta a primeira obra abolicionista brasileira, concebida num contexto social e cultural em que a escrita era privilégio quase exclusivo dos homens. E por ter-se mantido "desconhecido" de estudiosos e do público em geral até 1962, é tão importante conhecer e reconhecer o valor da escrita de Maria Firmina dos Reis.
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Beatriz Leonor 29/01/2024

Um clássico precursor do abolicionismo!
É o primeiro livro publicado por uma mulher no Brasil, em 1859. Maria Firmina é preta, nordestina e percursora do abolicionismo.

O livro é um romance e sendo sincera o romance em si não é o foco (pelo menos pra mim), além de que, para nós leitores do século XXI seria apenas mais um clichê. Mas se focamos no ano que foi escrito, onde é a primeira ficção que da voz aos escravos, que detalha suas vivências antes da escravidão e seus sentimentos, colocando-os par a par entre brancos e negros na narrativa.

Outro ponto interessante aqui é que temos um mocinho que foge das regras patriarcais da época colonial, que é abolicionista e que também se preocupa com a vontade de sua amada.

Acho que todos deveriam dar uma chance nesse romance, ele vai te surpreender.
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viih 29/01/2024

Úrsula; Maria Firmina dos Reis
Romantismo, escola literária do século XVII/ XIX. cheia de hipérbole, extremo amor ou extremo ódio; nunca foi uma fase que me mas agradou de estudar e nunca tive interesse de ler os escritores da época, acho que, por conta de saber que boa parte dos autores daquela época eram europeus
indiferentes, ao sofrimento brasileiro - seja as indígena ou escrava apesar da primeira fase do romantismo "exaltar" o Indio e a Terceira (e última fase) buscar justiça social.
Mas ao ler Ursula de Maria Firmina dos Reis, neta de escravos, professora e maranhense, uma mulher que se impôs em 1860, quase 30 anos antes da ?abolição da escravidão" me faz me apaixonar por esse livro e pela escrita.
De maneira clara, objetiva e sensível ela narrou sofrimento dos personagens fictícios, ao expor a crueldade de filhos serem separados dos pais e o sequestro que ocorria de alguns ainda em seu continente de origem-Africa-, que provavelmente são histórias que ela viu e ouviu na época.
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Thamiris.Treigher 28/01/2024

Essencial na literatura brasileira
Aqui está um clássico que deveria ser muito mais lido e conhecido. Não só por sua história, mas também por sua autoria, significado e representatividade.

Antes de falar sobre o enredo de "Úrsula", é muito importante comentar sobre a autora da obra, Maria Firmina dos Reis, mulher maranhense, negra e uma das primeiras romancistas brasileiras. Tudo isso já explica muito sobre sua invisibilidade e anonimato por tanto tempo.

O romance, escrito em 1859, escandalizou a sociedade da época. Ele trouxe uma abordagem crítica à escravidão e à sociedade escravista e patriarcal, além de destacar personagens africanos e afro-brasileiros escravizados, escancarando aquela realidade injusta e tirana.

Úrsula foi um dos primeiros romances abolicionistas brasileiros. Por meio de um estilo ultrarromântico (que eu amo!), conhecemos a história do par romântico Úrsula e Tancredo, que se apaixonam perdidamente mas logo veem esse amor cercado de obstáculos e desafios.

Outros personagens em destaques são Túlio e a velha Susana, ambos escravizados. Túlio ganha sua liberdade ao salvar a vida de Tancredo, mas Susana não tem o mesmo destino. Conhecemos sua longa e sofrida vida, que nos sensibiliza fortemente.

O monstruoso comendador P., tio de Úrsula, também se apaixona pela moça, e isso leva a uma sequência de acontecimentos intensos, dramáticos e revoltantes, enfatizando o terrível sistema patriarcal e senhorial da época. Esse é realmente um romance repleto de emoções e complexas tramas familiares.

Um destaque dessa edição maravilhosa da @penguincompanhia é sua introdução, contando muitos detalhes sobre a obra e a vida de Maria Firmina dos Reis, o que é importantíssimo para entender o lugar único que esse romance representa para a literatura brasileira.

Amei muito! Todos deveriam ler! ?
Fabio 30/01/2024minha estante
Belíssima, resenha, Thamiris!


Thamiris.Treigher 31/01/2024minha estante
Muito obrigada, Fabio. Fico feliz que tenha gostado!




Renata.Mieko 25/01/2024

Muito bom.
Infelizmente não conhecemos tanto assim as obras de Maria Firmina Reis, mas todos deveriam.
São obras importantíssimas à nossa literatura.
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Livia1107 22/01/2024

A maldade, belamente escrita
Uma doce e pobre jovem, muito linda e muito branca, cuida sozinha da mãe doente em uma casa isolada no interior do Brasil e, no espaço de alguns dias, se torna o objeto da paixão arrebatadora de dois homens ricos, também brancos, sendo essa sua perdição. Publicado em 1859, auge do romantismo, o enredo tem todos os elementos para ser um sucesso entre as(os) leitoras(es) da época e, quem sabe, fazer chegar até elas(es) - escondidos em meio aos amores de Úrsula, Tancredo e Fernando - os relatos dos sofrimentos das pessoas negras escravizadas no Brasil.

Ao ler Úrsula, eu imaginei que essa foi a estratégia de Maria Firmina dos Reis - maranhense filha e neta de escravas alforriadas, professora concursada do estado, e considerada hoje a primeira escritora abolicionista do Brasil - para que seu verdadeiro objetivo se concretizasse: envolver a(o) leitora(or) em dramas românticos e paisagens idílicas para tocá-las, quase sem querer, com a ponta do chicote.

Discretas, as personagens secundárias Túlio e Mãe Suzana contam suas histórias ali no meio das desventuras de Úrsula, apresentando em momentos oportunos a nada lírica violência sofrida pelos escravizados, ambos contando em primeira pessoa sobre dor, injustiça, degradação, tristeza e morte. O doloroso relato de Mãe Suzana remonta ao seu sequestro, ainda na África, onde foi separada de sua família e embarcou em um tumbeiro, outro nome para as embarcações que, muitos anos depois, Castro Alves - e não Maria Firmina - eternizaria em seu poema Navio Negreiro.

Fui arrebatada pelo vocabulário, pela construção das imagens, pela carga dramática do enredo e pela voltagem sentimental das personagens. Maria Firmina faz a língua portuguesa florescer em um cenário que é ao mesmo tempo sonho e pesadelo, e em que a maldade, infelizmente, pode massacrar a bondade: é o que acontece em todas as tramas que a autora tece nesse romance que deveria estar entre os que são considerados formadores da personalidade cultural brasileira, mas que nunca teve o reconhecimento merecido.


site: www.365livias.com
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qingxin 21/01/2024

Uma leitura avassaladora
A escrita de Maria Firmina dos Reis é maravilhosa, extremamente fluída e prende com facilidade o leitor. Ainda bem que grupos de pesquisa existem e impediram que essa perfeição de livro fosse apagado da literatura brasileira!

O livro é ultra-romântico, a história principal gira ao redor da paixão avassaladora entre Úrsula e Tancredo que lutam muito para ficarem juntos, o que, apesar de ser narrado com maestria, não possuí necessariamente algo que o destaque de demais livros do mesmo período. O destaque, no entanto, está nas personagens secundárias Túlio e Susana, um que nasceu escravizado e a outra que foi capturada e trazida da África para viver como escravizada. O livro é o primeiro romance brasileiro a dar voz a um escravizado falando sobre escravidão. Os testemunhos de Túlio e Susana são escritos de maneira extremamente sensível, apesar dos relatos estarem repletos de crueldade, o ponto em evidência é a humanidade dos personagens, suas dores e o anseio pela liberdade. Apesar de serem personagens secundários, eles possuem profundidade e sua trajetória é ansiada pelo leitor tanto quanto a do casal principal ?talvez até mais.

A narração, de modo geral, é muito bem feita e nada exaustiva. Em diversos momentos é atribuída voz narrativa para que os personagens relatem acontecimentos passados a história narrada, o que aproxima o leitor dos personagens e cria empatia e repulsa por determinados personagens. O leitor anseia pelo desfecho da história e de todos os personagens. Assim como o restante da história, o final é carregado de emoção.?

Apesar da luta do cânone para excluir da nossa literatura qualquer obra que não seja produzida por homens brancos ricos, que escrevem de forma condizente a uma moral pré-estabelecida, é gratificante ver que graças a luta de muitos pesquisadores hoje temos conhecimento dessa obra belíssima que vale muito a pena ser lida.
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Felipe 21/01/2024

Úrsula
Em um primeiro momento tive dificuldades com a narrativa. Achei uma leitura difícil pela forma de escrita da autora, mas o que é compreensível tendo em vista que o romance foi escrito em 1859.

Quando vamos adentrando a narrativa, vamos percebendo a riqueza de detalhes dos personagens e suas histórias. Maria Firmina dos Reis, uma escritora negra, coloca os negros como protagonistas junto com os brancos, mostrando que ambos estão lado a lado. Um marco para a literatura brasileira, ainda mais para a época em que o livro foi escrito, no qual a abolição da escravidão não tinha acontecido.

Na história temos Úrsula, uma jovem, muito sonhadora que se apaixona por Tancredo e tentam viver um amor proibido uma vez que o tio de Úrsula tem o desejo de casar com ela. O tio, na história, faz o papel de vilão. Temos ainda a personagem de Suzana, muito importante para o livro pois ela vai falar sobre a liberdade que tinha antes de ser trazida a força para trabalho escravo no Brasil. O relato de sua história é forte. E temos Túlio, outro personagem importante que representa o escravo alforriado, que acredita ser livre, mas que no dia a dia, não acontece.

São muitos debates que esse livro trás para a nossa sociedade, ainda mais nos tempos de hoje. Gostei muito da história.
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