Úrsula

Úrsula Maria Firmina dos Reis...




Resenhas - Úrsula


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Mariana Dal Chico 11/10/2021

Úrsula” foi escrito em 1859 por Maria Firmina dos Reis, uma das primeiras romancistas brasileiras e segundo alguns estudiosos, precursora da literatura abolicionista e fundadora da prosa negra-brasileira. Ainda assim, o livro ficou ANOS esquecido e está sendo resgatado garças aos esforços de pesquisadoras interessadas na produção literária de mulheres brasileiras.

Essa foi uma leitura que fiz em conjunto com o pessoal do @leiturarte_ , que enriqueceu minha experiência, fez com que eu compreendesse toda a questão histórica, estilística e o peso que a obra carrega, ainda que seu estilo ultrarromântico não tenha agradado minha preferência de leituras por lazer.

A autora foi brilhante ao usar no enredo protagonistas brancos com paixões impossíveis - afinal, grande parte do público que compraria e leria seu livro se identificava com aquela posição social -, mas ampliou a voz dos pretos e os humanizou.

Ela foi além, mostrou que os negros não estavam despidos de sua humanidade, ela os coloca como irmãos, Tulio e Tancredo se conectam pelo mesmo sentimento em alguns momentos. A autora também usa a religião para mostrar a hipocrisia de se escravizar uma alma irmã.

É uma leitura que valeu pelo conhecimento proporcionado e pelas discussões geradas, mas não é um livro do qual vou sentir saudades de seus personagens ou que eu tenha a intenção de fazer a releitura.


site: https://www.instagram.com/p/CSt6isJrl0F/
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Cris 10/10/2021

A mente ninguém pode escravizar
Úrsula é considerado o primeiro romance escrito no Brasil escrito por uma mulher negra, nordestina e daqui do Maranhão, meu estado que tanto amo e que deu a este país tantos escritores maravilhosos.

E nesse romance, percebemos que Maria Firmina dos Reis é bem à frente do seu tempo mesmo! As características do livro me lembravam muito Iracema do José de Alencar, que eu conheci na escola. Mas Úrsula veio antes e talvez inaugurou o que foi o romantismo no Brasil (fiquei me questionando isso ?). O mais ruim disso tudo é que ninguém falava da Maria Firmina dos Reis na aula de literatura. Só fui conhecer sobre a autora anos depois de ter saído da escola (e coloca tempo aí, viu?). Quando tive o primeiro contato senti muita vontade de ler mas até então não havia tomado a atitude de iniciar, até ver essa edição linda da Antofágica. A experiência dessa leitura foi incrível! Amei ter conhecido a história e entendido um pouco mais sobre a autora também.

O romance é daqueles bem ?românticos? mesmo cheio de exageros, o que eu achava sempre muito engraçado (mas aí é uma característica da escola literária que ele está inserido hahahah). É repleto de drama e também de muitas lições que cada personagem nos passa. É um livro que tem muitoooo plot e eu ficava chocada com cada um deles, no início até o fim foi desse jeito (me sentia vendo uma novela em que a gente fica passada quando descobre as coisas). Lembrei bastante também das obras do Shakespeare e também tem referência do mesmo no livro, acredito que a Maria Firmina dos Reis deve ter lido bastante ele hahahah.
Enfim, fica aqui a minha dica pra quem quiser ler, não vai se arrepender mesmo. É uma obra com muita história e que foi muito esquecido por tanto tempo. :/
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Livia1107 22/01/2024

A maldade, belamente escrita
Uma doce e pobre jovem, muito linda e muito branca, cuida sozinha da mãe doente em uma casa isolada no interior do Brasil e, no espaço de alguns dias, se torna o objeto da paixão arrebatadora de dois homens ricos, também brancos, sendo essa sua perdição. Publicado em 1859, auge do romantismo, o enredo tem todos os elementos para ser um sucesso entre as(os) leitoras(es) da época e, quem sabe, fazer chegar até elas(es) - escondidos em meio aos amores de Úrsula, Tancredo e Fernando - os relatos dos sofrimentos das pessoas negras escravizadas no Brasil.

Ao ler Úrsula, eu imaginei que essa foi a estratégia de Maria Firmina dos Reis - maranhense filha e neta de escravas alforriadas, professora concursada do estado, e considerada hoje a primeira escritora abolicionista do Brasil - para que seu verdadeiro objetivo se concretizasse: envolver a(o) leitora(or) em dramas românticos e paisagens idílicas para tocá-las, quase sem querer, com a ponta do chicote.

Discretas, as personagens secundárias Túlio e Mãe Suzana contam suas histórias ali no meio das desventuras de Úrsula, apresentando em momentos oportunos a nada lírica violência sofrida pelos escravizados, ambos contando em primeira pessoa sobre dor, injustiça, degradação, tristeza e morte. O doloroso relato de Mãe Suzana remonta ao seu sequestro, ainda na África, onde foi separada de sua família e embarcou em um tumbeiro, outro nome para as embarcações que, muitos anos depois, Castro Alves - e não Maria Firmina - eternizaria em seu poema Navio Negreiro.

Fui arrebatada pelo vocabulário, pela construção das imagens, pela carga dramática do enredo e pela voltagem sentimental das personagens. Maria Firmina faz a língua portuguesa florescer em um cenário que é ao mesmo tempo sonho e pesadelo, e em que a maldade, infelizmente, pode massacrar a bondade: é o que acontece em todas as tramas que a autora tece nesse romance que deveria estar entre os que são considerados formadores da personalidade cultural brasileira, mas que nunca teve o reconhecimento merecido.


site: www.365livias.com
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Lorena1058 07/01/2023

Uma mulher para ser lembrada.
Maria Firmina dos Reis foi a primeira romancista brasileira; professora, escritora, negra, criou a primeira escola mista do Maranhão, porém, sua obra não é conhecida.
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leiturasdaursula 25/06/2020

Importante!
Eu gostei da leitura com ressalvas. Fiz resenha deste livro no meu Instagram @leiturasdaursula
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Vania.Cristina 13/06/2023

As camadas importantes estão nos personagens secundários
Que boa surpresa esse livro! Achava que ia ser uma leitura cansativa (tenho um certo preconceito com o Romantismo brasileiro) mas fluiu muito bem. Tem que ter paciência com os amores instantâneos e o tom exagerado da fala dos personagens, mas as várias camadas do livro compensam, e muito. A edição da Antofágica está uma delícia de ler, com diagramação generosa, papel macio, notas que esclarecem rapidamente palavras difíceis, textos de apoio que, embora repetitivos, são de leitura fácil e fundamentais para compreensão da dimensão da obra. E gostei das ilustrações, que costumam ser polêmicas nas edições da Antofágica. Pra mim, os desenhos de Heloisa Hariadne, embora não sejam descritivos e "belos", dialogam com a obra, acrescentando novas camadas e parecem colocados de forma a contribuir com o ritmo do livro. E que livro! Reparem bem na construção dos personagens secundários, porque é neles que estão as camadas mais críticas e importantes: As mães brancas vítimas do patriarcado, a velha negra de alma livre raptada na África, o jovem negro que nasceu escravo e mesmo alforriado permanece servil. Maria Firmina trabalha com importantes inversões pra época em que o livro foi escrito: a nação idealizada não é o Brasil mas uma África unificada; é impossível encontrar a felicidade individual ou a liberdade enquanto existirem homens escravizados; bárbaro não é o povo negro mas o europeu escravocrata. Vale sempre lembrar que a escritora era negra e de classe média baixa, e que escreveu esse livro em 1859, antes do movimento abolicionista, ou seja, de forma transgressora. E também é importante dizer que ela foi apagada da história e que, por acaso, foi redescoberta. O patriarcado brasileiro branco achou possível embranquecer Machado de Assis, mas preferiu esquecer Maria Firmina porque seu gênero não era possível mudar.
Carla.Floores 13/06/2023minha estante
Que resenha primorosa!




Paola 15/11/2022

Clássico Romântico
Úrsula é um importante clássico por causa de sua crítica à escravidão, primeiro do tipo e por sua autora mulher e negra, primeiro livro publicado por uma brasileira.

Úrsula é uma história do período romântico com muita influência religiosa. Aa obra foca no caso de amor entre Úrsula e Tancredo, que se veem desafiados por vários obstáculos em seu amor.

O romance é lindo, com palavras rebuscadas e momentos de puro sentimentalismo. Pata mim, foi uma experiência muito bonita, recheada de tristeza e resignação.

Como uma boa obra romântica possui muita dramaticidade e todos os fatos possuem uma reflexão com sentido religioso, como a resignação à vontade de Deus ou ao amor puro.

As obras dessa época se mostram muito boas de ler, pelas grandes emoções que são capazes de passar. Mas ao mesmo tempo não possuem subjetividade, sendo que não era de interesse dos autores. Para mim isso enfraquece qualquer leitura, por que temos que nos resignar à opinião do artista e é limitado o nosso poder de interpretação e nossa criatividade.

Não que eu esperasse algo diferente deste livro, que é um lindo clássico importantíssimo para a época, que eu com certeza recomendo.
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malu 21/08/2020

Pretos finalmente tem voz!
Maria Firmina dos Reis foi a primeira pessoa a dar voz aos pretos e escravos na literatura brasileira e foi por causa disso que escolhi ler esse livro.
O enredo principal gira em torno de Úrsula e seu triângulo amoroso e eu, mesmo normalmente amando esse tipo de narrativa me entediei com aquele amor exacerbado, a donzela pura e virginal que conhece um moço aleatório e vive aquela paixão arrebatadora sem nenhuma profundidade.
Os personagens secundários Túlio, Suzana e Antero, são o que faz essa história ser verdadeiramente interessante, com seus relatos devastadores sobre a escravidão, a Mãe Suzana em especial me tocou muito e li essa parte com lágrima nos olhos querendo ainda mais, poderia facilmente ler um livro todo só sobre ela.
Tive um pouco de dificuldade pra entender a linguagem extremamente rebuscada e me incomodei um pouco com o fato de que não tem nenhuma distinção em como os escravos e os “ricos” falam.
Mesmo com vários pontos negativos acho que a importância histórica já é suficiente pra que você leia, afinal uma mulher preta escrevendo um romance abolicionista não é pouca coisa, indico bastante.
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Kecia Jolie 28/06/2022

Que livro incrível. Conhecer a história escrita por Maria Firmina dos Reis é conhecer um pouco da nossa história e toda a dor sofrida por àqueles que por muitas vezes foram calados, torturados e tratados como mera mercadoria. Super recomendo essa leitura.
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Lipe 05/07/2020

Ela deu voz aos escravizados, em pleno século XIX
Em "Úrsula", de Maria Firmina dos Reis - primeira romancista brasileira, maranhense e negra - somos agraciados com uma arrebatadora história de amor entre Tancredo e Úrsula, inseridos no moldes do exacerbado Movimento Ultrarromantismo. Mas, o que mais toca o leitor é o fato de Firmina escrever sobre as atrocidades e crimes da escravidão pela perspectiva de negros e negras escravizados, mesmo sendo apenas personagens secundários na referida narrativa. Ela deu a eles projeção, voz e discursos legítimos carregados de muitas dores e brutalidades causadas pelas condições impostas do Brasil escravista do século XIX. Eles ganham o amor e compaixão dos leitores que ouvem sua narração/memórias tão marcantes. Com isso temos um romance romântico com uma rica linguagem poética, de enredo abolicionista com um forte discurso contra a condição feminina social do período e de autoria feminina, pelas mãos de uma nordestina e negra, porém esquecido pela Crítica Literára.
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viih 29/01/2024

Úrsula; Maria Firmina dos Reis
Romantismo, escola literária do século XVII/ XIX. cheia de hipérbole, extremo amor ou extremo ódio; nunca foi uma fase que me mas agradou de estudar e nunca tive interesse de ler os escritores da época, acho que, por conta de saber que boa parte dos autores daquela época eram europeus
indiferentes, ao sofrimento brasileiro - seja as indígena ou escrava apesar da primeira fase do romantismo "exaltar" o Indio e a Terceira (e última fase) buscar justiça social.
Mas ao ler Ursula de Maria Firmina dos Reis, neta de escravos, professora e maranhense, uma mulher que se impôs em 1860, quase 30 anos antes da ?abolição da escravidão" me faz me apaixonar por esse livro e pela escrita.
De maneira clara, objetiva e sensível ela narrou sofrimento dos personagens fictícios, ao expor a crueldade de filhos serem separados dos pais e o sequestro que ocorria de alguns ainda em seu continente de origem-Africa-, que provavelmente são histórias que ela viu e ouviu na época.
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Félix 30/06/2022

Casos de família
Um clássico interessante, é bem escrito, tem começo meio e fim, e que fim hein. É engraçado que se trata de uma dupla história, a história seria sobre a Úrsula, mas tanto a escritora como o leitor estavam mais interessados nas passagens onde conta mais sobre os personagens negros e escravizados, querendo ou não a gente sabe que o foco é eles já que Maria Firmina foi a primeira autora que inseriu na literatura diálogos e pensamentos críticos dos escravizados. E as partes mais tocantes são essas, inclusive acho que um dos trechos mais fortes é quando se compra a liberdade, a liberdade que lhe devia ser um direito.
Essa edição tem a apresentação por Preta Ferreira e textos de apoio por Conceição Evaristo, Fernanda Miranda e Régia Agostinho, que estão simplesmente maravilhosos.
Acredito que é um clássico que está renascendo, lembro que ele tinha uma nota bem mais baixa aqui no skoob sendo que é um romance muito bom.
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Duda 26/04/2022

Úrsula
Um romance leve com personagens interessantes como Túlio, Susana e Antero. Que apresentam pontos de vista diferentes da vida dos escravizados.
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Mandark 22/05/2022

Riqueza histórica.
Grande presente que a universidade me trouxe esse ano foi conhecer Maria Firmina. Das obras disponibilizadas nessa edição, sem dúvidas Ursula é de longe a mais surpreendente. Fez com leveza e precisão o papel de dar voz aos escravos da obra, que narram suas próprias histórias e escolhas. Mesmo limitados por sua posição social, tem a chance de contar suas jornadas. Encantadora. Sua poesia e seus contos são belos e uma experiência feliz. Uma obra pra marcar meu ano.
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Paloma 20/12/2021

Havia um total desconhecimento da minha parte sobre a existência desse romance, da autora e da representação social e histórica que ele traz. Diria que isso, por si só, já fez a experiência de leitura da obra ser incrível, porque me engrandeceu de muitas formas ter contato com um livro tão potente e que passou tanto tempo sendo invisibilizado.

A trama e estilo de escrita da autora fazem jus ao movimento romântico em que a obra se insere. Há um excesso de descrições das paisagens, dos sentimentos dos personagens, o que pode tornar a leitura inicialmente monótona e cansativa. O ritmo do livro muda a partir da segunda parte, especialmente com a participação ativa de Susana na narrativa.

É arrebatadora a forma como Susana, escravizada, tem lugar de destaque, com sua própria voz, histórias, tradições dentro da narrativa. Assim como também o são Túlio e Antero, um ex escravo e um ainda escravizado que tem todo um poder de agência na construção dessa trama toda. Nunca tinha lido nenhum livro que desse tanto lugar de destaque e de voz ativa a personagens escravizados como Maria Firmina dos Reis faz em seu romance. Esse, para mim, foi o maior dos encantos com a obra.

Os imbróglios do romance entre Úrsula e Tancredo, apesar de serem o cerne da narrativa, acabaram sendo secundários para mim. A crítica à escravidão, ao autoritarismo dos senhores, ao patriarcado é o que esse romance tem de mais interessante e engrandecedor. Vale super a pena se enveredar pelo livro de Maria Firmina dos Reis, primeira mulher negra a ter um romance publicado no país, a precursora do abolicionismo na literatura brasileira.
Jéssica 20/12/2021minha estante
Uma pena a escritora não ter tido seu dedivo reconhecimento em vida.


Paloma 20/12/2021minha estante
Uma pena mesmo, Jess. Mas fico feliz que nos últimos anos tem havido esse resgate da obra para dar visibilidade a ela, é importante.




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