Sonhos. Mensagens da Alma

Sonhos. Mensagens da Alma Adenáuer Novaes




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Carla.Parreira 14/10/2023

Sonhos: mensagens da alma
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O livro nos lembra de que todos nós sonhamos e isso já é comprovado cientificamente, o que nivela coletivamente os seres humanos num padrão único de atividade psíquica, sem distinção de qualquer natureza. Isso estabelece uma conexão transcendente entre nós. A vida é comandada pelo que se elabora psiquicamente, seja acordado ou dormindo, pois obedece às leis da subjetividade interior.
O mundo psíquico é completamente simbólico.
O que existe em nós são representações de imagens diferentes daquilo que percebemos como sendo o mundo. O inconsciente se faz ativo através dos sonhos colocando-se a serviço de um propósito evolutivo.
Em cada sonho está implícita uma ideia diretora e significativa para a vida do sonhador. Os fatos do cotidiano são apenas fragmentos consequentes do pensar humano enquanto os sonhos, ao contrário, nos apresentam aspectos da totalidade objetiva do viver. Os sonhos exercem fascínio nas pessoas, mesmo naquelas que dizem não se importar ou interessar, pois eles conseguem nos remeter a nossa própria origem. Desvendar mistérios constitui-se num desafio às explicações do significado da vida.
Dessa forma, os sonhos penetram na possibilidade de que, sendo explicados, possa alcançar-se respostas há muito procuradas sobre a essência da vida.
O sonho é um recado do inconsciente (self) para o consciente (ego) de modo direto e regulador da relação dessas duas instâncias psíquicas. Os sonhos são responsáveis pelo estado de humor ou estado de espírito da pessoa após acordar. É o sono com sonhos profundos que nos mantém em contato com nossa natureza essencial e divina.
Tempo e espaço são relativizados nos sonhos assim como a noção de causalidade. Tratam de uma natureza que escapa à maneira ortodoxa e rígida de ver os fatos como o faz a consciência. Todo sonho tem uma mensagem que, enquanto não compreendida ou captada pela consciência, será repetida até atingir seu objetivo real que é propor um crescimento ao sonhador através de uma mudança interior.
Pensar sobre os sonhos, anotá-los, tentar interpretá-los, ou dar-lhes qualquer atenção, disparará um mecanismo psíquico que produzirá novos sonhos criados pelo fato de lhes atribuirmos algum valor.
O objeto observado se altera com a visão do observador. Os sonhos iniciais (logo após dormir) geralmente são carregados de preocupações relativas a eventos ocorridos e pensamentos tidos pelo sonhador. Já os sonhos finais (próximos do despertar) são mais profundos e alcançam conteúdos inconscientes pela pouca influencia cortical.
Os sonhos podem ser abordados do ponto de vista causal, onde a resposta está ligada às tendências e do ponto de vista final, analisando qual a serventia do sonho (e não simplesmente o porquê do sonho).
O sonho só pode ser melhor compreendido pela conjugação dos dois pontos de vista.
A compreensão onírica não é um processo intelectual. Dentro do sonho apresentamos um estado de consciência diferente, livre de censuras e dotado de mais capacidades. Nossa consciência dentro do sonho ou ego onírico pode inclusive aparecer como figuras inanimadas ou mesmo por animais. A situação em que esse ego onírico se encontra é que vai dar um indicativo da mensagem do sonho.
A certeza do acordar com a mesma identidade é uma garantia para se ?perder? a consciência sem traumas maiores, mas é paradoxal acreditar que o ego permanece consciente durante o sono, pois sua volição e propriedade vital desaparece, ou seja, durante o estado de inconsciência do sono, nossa consciência se apaga de maneira que ela em si pode surgir dentro do sonho apresentando formas ou características infinitas.
Já nos sonhos lúcidos e nas projeções astrais ou mentais, em que persiste a volição e uma recordação mais ampla ou clara, o ego onírico dá lugar ao ego desperto (nos vemos e nos sentimos exatamente como julgamos ser em estado normal e desperto da consciência), e as razões disso são desconhecidas.
Antes de anotar um sonho é bom repassá-lo mentalmente antes de levantar-se da cama.
O habito de escrever os sonhos ajuda-nos a lembrar deles de forma mais detalhada. A facilidade de lembrar-se dos sonhos está na predisposição de se fazer associações mentais por uma questão de treinamento ou então por uma capacidade inata.
Quanto mais valor nós damos aos sonhos, mais nos lembramos deles. O cansaço antes de dormir prejudica a lembrança dos sonhos no dia seguinte, assim como a pressa ao levantar por uma obrigação qualquer. Quanto mais significativo for um sonho, mais forte ele será retido na memória do sonhador, podendo ser lembrado durante a vida toda. A não lembrança de um sonho não significa que ele não possua importância ou não tenha cumprido sua função.
O ato de sonhar permite um equilíbrio de tensões entre o consciente e o inconsciente.
É um resultante compensador e que propõe alívio imediato. Vale lembrar que, quando acordamos durante um sonho e nos lembramos dele com intensidade de limpidez (impacto), significa que ele tem uma importância maior do que se imagina.
Trata-se de um recado importante que não devemos desprezar. Deve-se levantar, mesmo no meio da noite, e escrever o sonho, bem como as impressões que ele causou, e só então voltar a dormir.
As associações universais tendem a incorrer em equívocos cuja correção ficará sobrecarregando a psique para a necessidade da produção de novos símbolos a fim de consertar o resultado das interpretações anteriores. Quando o sonhador valoriza determinada imagem de um sonho, pode-se deduzir que ele se incomodou com aquele aspecto, mas não se pode dizer que ali está o significado total do sonho. Cada personagem de um sonho é uma parte nossa que está sendo exposta na encenação onírica.
Os sonhos começam com uma exposição de lugar, personagens e situação inicial. Depois passa para o desenvolvimento da ação onde surge uma tensão cuja veemência pode variar bastante.
Daí acontece algo decisivo ou uma mudança que leva o sonho a etapa final onde uma solução ou resultado é apresentado. Sonhos sem conclusão representam um problema especial a ser decodificado em sonhos futuros.
O inconsciente também envianos uma espécie de intuição para a compreensão dos significados simbólicos e dos sentimentos a eles subjacentes.
Os sonhos não ocorrem para serem interpretados. Eles são produtos espontâneos da atividade psíquica cuja interpretação visa auxiliar o sonhador no seu processo de individuação. Interpretar um sonho é como deslindar um enigma, cujo significado transcende, às vezes, a própria vida do sonhador, atravessando fronteiras inimagináveis ao senso comum bem como às nossas concepções de verdade, de tempo e de espaço.
Os sonhos se prestam a reconstruir fatos passados que se estruturaram no inconsciente sob a forma de complexos autônomos; servem também para dar novo significado a eventos recentes que se encontram desconectados no inconsciente e influenciando a consciência; e, por fim, apresentar possíveis cenários para o desenvolvimento de prognósticos.
Sonhos considerados muito claros trazem, geralmente, aspectos superficiais da vida psíquica do sonhador. Os considerados difíceis ou complexos, provavelmente estão penetrando em regiões mais obscuras de sua vida inconsciente.
Nos sonhos, geralmente, a raiva de si mesmo é representada por uma ameaça ou uma agressão contra o ego onírico.
A ?presença? dos mortos nos sonhos, com a finalidade de tratar de assuntos de seu interesse, com o fim de resgatar algo que ficou obscuro, reflete também, do ponto de vista subjetivo, uma necessidade do sonhador de libertar-se de alguma culpa em relação àquele indivíduo do sonho. Quando ocorre a paralisia do sono, tida como um pesadelo, deve-se desconcentrar a atenção psíquica ou força mental direcionada a tentativa desesperada de mover o corpo, gritar por socorro ou acordar. Deve-se buscar pensar em outro local, em estar num outro lugar da casa ou da cidade. Imediatamente a ?pessoa? se deslocará para lá.
O indivíduo não deve temer coisa alguma. Nada vai lhe acontecer em tal momento onde o corpo adormece antes da mente consciente obscurecer-se. A maioria das pessoas (inclusive eu no princípio), por desconhecimento do processo, teme que advenha a própria morte, pois a sensação do corpo em si estar inerte e de sermos incapazes de reativá-lo é amplificada. Não há perigo. Experimente. Será uma sensação indescritível, extremamente agradável e prazerosa, além de dar a você a certeza de que não se reduz a seu próprio corpo.
E o melhor de tudo é que a decorrência onírica é totalmente lúcida uma vez que a consciência adentra no sonho sem estar no estado de torpor do corpo físico. Os desdobramentos são mais comuns no início do sono, onde o indivíduo não alcançou o sono profundo. Às vezes, os desdobramentos ocorrem em momentos de vigília do indivíduo, antes da entrada no sono. A consciência é dual.
O sonho é mono (unidimensional). Não há separatividade nos sonhos. Eles apresentam imagens instantâneas e globais. Para alcançar sua compreensão única é preciso meditar sobre eles, continuá-los, dialogar com suas figuras, desenhar suas imagens, enfim viver com elas. A grande maioria dos pesadelos diz respeito aos conflitos do sonhador e lhe indica como resolvê-los. Os sonhos são complementares e operam como um (supra)senso de orientação da consciência, uma espécie de comentário supra-racional.
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