O fascismo eterno

O fascismo eterno Umberto Eco




Resenhas -


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Vanuza 23/01/2021

O Ur-fascismo ainda está ao nosso redor!
Segundo Umberto Eco, o Ur-fascismo continua a nos rondar, às vezes, em trajes civis. Precisamos ficar atentos e o nosso dever é desmascará-lo e apontar o dedo para cada uma de suas novas formas. O Ur-Fascismo pode voltar sob as vestes mais inocentes.
Cuidado com governantes que atacam a ciência, que atacam quem pensa diferente, que atacam a mídia, que suspeitam dos intelectuais, dizendo que ?as universidades são um ninho de comunistas?.
Se atentem com aqueles que defendem o nacionalismo extremo e que tem obsessão por ?conspiração internacional?.

Um livro pequeno mas com lições grandiosas de um homem que sentiu na pele o que foi viver sob regime totalitário fascista.

Certamente, esse livro é um dos meus preferidos.
?Em nosso futuro, desenha-se um populismo qualitativo de Tv ou internet no qual a resposta emocional de um grupo selecionado de cidadãos pode ser apresentada e aceita como a ?voz do povo?! ? Umberto Eco
Douglas 04/03/2021minha estante
Excelente resenha ?


Vanuza 04/03/2021minha estante
Obrigada, Douglas!




Thales 29/10/2020

Life changing
Sem dúvida um dos textos mais importantes que já li. Tô me cobrando muito por não tê-lo lido mais cedo na vida. Já conhecia o mote central disto que fora um discurso de Umberto Eco, mas, santa mãe, a profundidade - e objetividade, porque este é obviamente um texto breve - com que ele identifica as características disso que ele chama "Ür-fascismo" ou "Fascismo eterno", a forma contemporânea de fascismo, é algo completamente assustador.

Primeiro ele apresenta o que foi o este movimento basilar para o curso do século XX:

"(...) o fascismo de Mussolini baseava-se na ideia de um líder carismático, no corporativismo, na utopia do 'destino fatal de Roma', em uma vontade imperialista de conquistar novas terras, em um nacionalismo exacerbado, no ideal de uma nação inteira arregimentada sob a camisa negra, na recusa da democracia parlamentar, no anti-semitismo (...)"

Nem sempre, porém, o fascismo se apresentava da mesma forma. Ele era como que um amálgama de noções difusas, e apresentava particularidades dependendo de onde se instalasse:

"O fascismo era um 'totalitarismo fuzzy'. O fascismo não era uma ideologia monolítica, mas antes uma colagem de diversas ideais políticas e filosóficas, uma colmeia de contradições. É possível conceber um movimento totalitário que consiga juntar monarquia e revolução, exército real e milícia pessoal de Mussolini, os privilégios concedidos à Igreja e uma educação estatal que exaltava a violência e o livre mercado?"

Complementando:

"O termo 'fascismo' adapta-se a tudo porque é possível eliminar de um regime fascista um ou mais aspectos, e ele continuará sempre a ser reconhecido como fascista. Tirem do fascismo o imperialismo e teremos Franco ou Salazar; tirem o colonialismo e teremos o fascismo balcânico. Acrescentem ao fascismo italiano um anticapitalismo radical (que nunca fascinou Mussolini) e teremos Ezra Pound. Acrescentem o culto da mitologia céltica e o misticismo do Graal (completamente estranho ao fascismo oficial) e teremos um dos mais respeitados gurus fascistas, Julios Evola."

Após as conceituações, Eco apresenta, de forma didática e topicada, como esse tal "Ür-fascismo" poderia de manifestar, quais suas características. Não necessariamente um movimento ür-fascista teria todas as 14 características apresentadas, mas a maioria delas, mais ou menos na linha do que ele já havia dito sobre o fascismo tradicional. Eis um resumo destas características: tradicionalismo hostil, uma busca por "encaixar" clássicos e noções enraizadas na sociedade dentro da "gaveta" fascista; a recusa pela modernidade, expressa na repulsa ao mundo erguido a partir de 1789 ou 1776, considerado o ponto culminante da derrocada da humanidade, o que dialoga com o tradicionalismo; negação da intelecualidade - e desde lá Eco percebia a pecha por dizer que as universidades estavam lotadas de comunistas -, o que dialoga com a supressão de qualquer espírito crítico. O "movimento" é inviolável, portanto criticá-lo é uma afronta, uma aberração, quase uma heresia; racismo, expresso na negação da diferença, pois o ür-fascismo é um movimento de consenso; busca por uma massa de recalcados - Eco já vislumbrava a relevância das "classes médias frustradas"; nacionalismo e uma paranoia com um pretenso "globalismo". "Os seguidores têm que se sentir sitiados", dizia o autor; busca pela coação a partir de um estado de guerra constante, pelo menos na retórica; um certo sentido de heroísmo, que sai do campo do mito e transforma qualquer indivíduo comum em um pretenso ser excepcional cuja maior honraria seria morrer pela causa; obsessão por demonstrações fálicas de poder, expressa nas armas, no machismo, na negação da castidade e etc.; a supressão do indivíduo singular e criação de uma massa una chamada de "povo", cujo líder é porta-voz. Inclusive vem daí um momento chave do discurso de Eco: "cada vez que um político põe em dúvida a legitimidade do Parlamento por não representar mais a 'voz do povo', pode-se sentir o cheiro de Ür-Fascismo."; uma certa "novafala", bem nos moldes de 1984, que limite a mensagem a um discurso parco, encurtado, limitando também a linguagem e, portanto, a capacidade de raciocinar.

É um assombro deparar com tais características, tão presentes no mundo atual. Quando olhamos para a realidade brasileira vemos uma caricatura assustadora deste movimento. Este discurso de Umberto Eco é, portanto, extremamente necessário.
Douglas 04/03/2021minha estante
Excelente resenha ?


Thales 04/03/2021minha estante
Valeu, Douglas!




Paulo 16/11/2021

Algo imperdível
Descobri sobre a existência desse livro em um vídeo sobre Star Wars de todas as coisas e, novamente, aquela velha franquia me aponta ao ouro. Esse ensaio de Umberto Eco, além de sucinto e intelectualmente rico, é capaz de prender o leitor graças a sua escrita, e aprender sobre um tópico pesado como esses, e faz você querer devorar cada página.
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Sophia.Bassi 02/06/2021

Esse livro é tão bom que sessenta e cinco páginas é pouco
E sei que ele é uma parte de outro livro escrito por Eco. Quando eu o comprei, achei que seria um livro de, no mínimo, 400 páginas. É um folheto muito curto, mas é muito esclarecedor. Chegando à parte sobre os sinais do fascismo me senti mais preocupada do que já estava. É algo extremamente sério que não sabemos o porquê. Que na realidade sabemos: falta de estudos de história, conhecimento, leitura, interesse por política, alienação em massa. Vemos isso acontecer novamente no mundo após 90 anos e imagino que isso irá se ocorrer daqui a 60 anos. É um ciclo sem fim de perversidade política e o aproveitamento da ignorância do povo, que ainda faz questão de um messias na Terra.
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Rodrigues Meyer 29/11/2020

Um belo Retrato do mundo atual
Umberto Eco trás de forma simples, detalhada e atenciosa o perigo de fretar com o Facismo nos tempos modernos. Com informações históricas e experiências próprias, o autor de O nome da Rosa, define o Ur-Facismo e nos conta sobre suas características sombrias.

Lendo a história não há como não comparar com o Brasil de 2020!
Douglas 04/03/2021minha estante
Triste realidade




Pandora 18/12/2018

Meu último encontro com Umberto Eco aconteceu com "O nome da Rosa" agora reencontro ele com "O Fascismo Eterno", uma compilação de uma exclarecedora conferência ministrada pelo historiador em 1995.

Aqui Eco discorre brevemente sobre a experiência fascista italiana expondo algumas de suas características de forma didática e lista 14 características do "fascismo eterno" ou "Ur-Fascismo" que podem aflorar em qualquer tempo ameaçando liberdades individuais e transendo a tona uma das experiências mais horríveis protagonizadas pela especial humana nos últimos duzentos anos.

Não há como não sentir medo, arrepios e um comichão na coluna vertebral lendo essas poucas dezenas de páginas. Estamos encarrascados amigos e amigas, entramos em um buraco e sabe-se lá como vamos sai dele. Poderíamos dizer que o texto de Umberto Eco soa profético, mas aqui está apenas o olhar do historiador sobre os eventos, sobre a sociedade e toda a perspicácia.

Em dias como o nosso considero esse livro fundamental, exclarecedor e didático. Aconselho a quem deseja saber um pouco mais sobre esse espectro que se apoderou do Brasil.
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GIPA_RJ 04/01/2019

Esclarecedor
Fascismo : esta palavra vinha sendo observada por mim nos últimos anos como um grande saco de gatos onde cabia tudo , bem simplificadamente. Joga dentro e rotula.
Lendo este livro , vi que não tem como ser diferente , pois o fascismo é uma colcha de retalhos caótica sem qualquer filosofia por trás. Junta-se nacionalismo com igreja , capitalismo e conservadorismo e ...está pronto. Outros adicionais podem entrar também.
Eu não tinha ilusão de que mais cedo ou mais tarde poderia se consolidar no nosso Brasil. Estava ali sorrateiro , velado... e se manifestou .
A contracapa do livro descreve este disfarce. Tentou alertar, mas foi tarde demais. Em tempo , não sou petista.
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Notas da SubLinha 07/12/2021

Um livro imprescindível
Esse livro curtinho, fácil de ler, deveria ser leitura obrigatória pra toda juventude. Compreender o fascismo e as formas como ele se apresenta, por incrível que pareça, é necessário. Se fala muito em fascismo, mas como uma coisa abstrata, e aqui Umberto Eco demonstra coisas tão concretas que é assustador ler o livro vivendo no Brasil pós-2018.
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Tuts 15/10/2020

Interessante
Um bom livro para se discutir a questão do fascismo e de seus alicerces.Recomendo,uma leitura muito interesante e rápida
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@lucasmascarenhas 12/10/2020

O livro procura conceituar o fascismo eterno já que não se tem uma ideologia delineada. Mas, sim, algumas características principais, como o culto à tradição, um suposto passado glorioso, mesmo que seja apenas folclórico, uma nostalgia. O irracionalismo, contra a ciência e evidência científica. Recusar a diferença, a diversidade, xenofóbico (“nacionalismo”). O heroísmo, regime populista. O machismo com desdém às mulheres, a homossexualidade. O elitismo popular em época de crises econômicas, “o apelo às classes médias frustradas, desvalorizadas por alguma crise econômica ou humilhação política, assustadas pela pressão dos grupos sociais subalternos”. Valorizam a guerra permanente, combate a um "inimigo". Busca uma suposta vontade geral do povo, um regime populista.
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ValAria 16/01/2023

Livro minúsculo com letras gigantescas hahahaha Tenho esse livro há algum tempo mas só decidi ler agora. É esclarecedor (mas nem tanto). Quando comprei esperava mais.
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Leandro 03/04/2021

Direto ao ponto
O livro sintetiza as principais características do fascismo e, assustadoramente o Brasil atualmente preenche todas: defesa da tradição e luta contra a modernidade e ciência, a utilização de um conceito de povo para cumprir suas vontades e as constantes teorias da conspiração.
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none 24/04/2021

Necessário
Só uma ressalva a este livro: poderia vir com notas explicativas em futuras edições. O texto de Eco se espalhou pela internet através de gráficos e um número maior de pessoas tem acesso ou vontade de ler, no entanto acredito que pelo excesso de informações históricas e palavras estrangeiras, ou termos técnicos da política, ciências sociais, uma nova edição com notas sanaria em grande parte as dúvidas com relação ao texto. Eco proferiu essa palestra a um grupo de estudantes de uma universidade americana, pessoas mais ou menos conscientes dos problemas e questões levantadas no livro. O que não é o caso aqui de nós leitores brasileiros, mais ou menos entrosados com o texto de Eco, mas totalmente órfãos de explicações e vítimas do discurso autoritário.
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Thamires de Fátima 28/03/2020

O fascismo eterno
Sinceramente esperava mais kk o livro se trata na verdade de um texto apresentado numa conferência. Achei a abordagem sobre o assunto superficial e breve, as características do fascismo só são exemplificadas a partir da página 44, já no final do livro. Fiquei decepcionada.
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