O fascismo eterno

O fascismo eterno Umberto Eco




Resenhas -


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Josy.Stoque 10/09/2019

Nada mais atual do que o fascismo
Escrever as impressões desse livro é muito difícil porque queria grifar e compartilhar o livro inteiro. Foi uma leitura rápida e fluida. O livreto tem apenas 64 páginas. Minha vontade foi começar a grifar o livro pela orelha. Vou colocar um trecho para vocês entenderem:
"O termo 'fascismo' é facilmente adaptável porque é possível eliminar de um regime fascista um ou mais aspectos, e ele continuará a ser reconhecido como tal. Entre as possíveis características do Ur-Fascismo, o 'fascismo eterno' do título, estão o medo do diferente, a oposição à análise crítica, o machismo, a repressão e o controle da sexualidade, a exaltação de um 'líder' e um constante estado de ameaça. Tais características não podem ser reunidas em um único sistema; muitas se contradizem entre si e são típicas de outras formas de despotismo ou fanatismo. Mas é suficiente que uma delas se apresente para fazer com que se forme uma nebulosa fascista."
Fiz vários stories com os trechos que o livro destaca e acredito que deu para vocês terem uma boa ideia do conteúdo do livro. Umberto Eco, do alto de seu conhecimento intrínseco (ele nasceu no regime fascista italiano) e como filósofo, nos apresenta 14 características do fascismo, inclusive a novilíngua de George Orwell apontada no livro 1984, que trazendo para os dias atuais, podemos chamar de fake news, passando pelo nacionalismo exacerbado e a eterna guera que trava com um inimigo imaginário, tanto interno quanto externo, para nos alertar que o fascismo não morreu com o fim da guerra.
A esperança é apresentada como uma fatalidade. Eco garante que o fascismo não tem como vencer nenhuma guerra que trava porque ninguém consegue viver uma guerra eterna contra um inimigo invisível, e por ter uma ideologia rasa e sem fundamento forte o bastante para persistir por um longo período.
Dito isso, só posso recomendar que leiam. Umberto garante que o fascismo encontrou outras formas de se manter vivo no imaginário da população, portanto, estamos em constante perigo de que ele volte ao poder.
Aline 11/09/2019minha estante
Nossa, muito interessante sua resenha e saber sobre esse livro, parece esclarecedor e bem necessário!


Josy.Stoque 11/09/2019minha estante
Muito. Foi ótimo para entender melhor um conceito tão presente e perigoso para a sociedade moderna.




Leila de Carvalho e Gonçalves 26/01/2019

O Ur-Fascismo
Em tempos de polarização política, o termo fascista está na moda e passou a ser empregado para algo ou alguém que mereça alcunha de arbitrário, truculento e desagregador ou até mesmo como uma forma de xingamento, para se livrar da necessidade de apoiar argumentos em fatos.

Sem uma significação clara para boa parte da população, ?O Fascismo Eterno?, de Umberto Eco (1932-2016), é uma boa recomendação de leitura para, em apenas 64 páginas, esclarecer o assunto. Aliás, este mesmo texto pode ser encontrado em outra livro do autor, ?Cinco Escritos Morais? que também aborda conflitos internacionais, o papel da imprensa, o conceito de moralidade além de tolerância étnica e religiosa.

Antes de mais nada, ?O Fascismo Eterno? foi uma conferência pronunciada por Eco durante um simpósio organizado pelos departamentos de italiano e de francês da Columbia University em 25 de abril de 1995, para celebrar a libertação da Europa. Logo, para que não se cometa qualquer equívoco, convém considerar o público para a qual ela foi direcionada, jovens americanos, e o contexto histórico, o recrudescimento da ultra direita nos Estados Unidos e o Atentado de Oklahoma, ocorrido seis dias antes.

Nela, Eco afirmava que o Fascismo de Mussolini não possuía qualquer filosofia, apenas retórica. Foi a primeira ditadura de direita que dominou um país europeu e, em seguida, todos os movimentos análogos encontraram neste regime uma espécie de arquétipo comum, originando uma ideologia que não passa de uma colagem de diversos conceitos filosóficos e políticos, por vezes contraditórios. Por exemplo, o fascismo sem as intenções imperialistas remete às ditaduras de Franco e Salazar e sem o colonialismo ao fascismo balcânico.

A despeito dessa confusão, é possível elencar certas características típicas do que Eco prefere denomina ?Ur-Fascismo?, ou ?Fascismo Eterno?. Elas não podem ser reunidas num sistema, inclusive, muitas se contradizem e são típicas de outras formas de despotismo ou fanatismo, mas basta que uma esteja presente para fazer com que esta ideologia ganhe forma.

Entre elas estão o culto à tradição, recusa a modernidade e a obsessão pela conspiração, enfim, uma pertinente lista explicada com clareza e de fundamental importância, em especial, para entender a conjuntura política atual e a ameaça à democracia que pode estar ?disfarçada em trajes civis e discursos populistas?.

Nota: Adquiri o e-book e recomendo.
Guilherme 28/01/2019minha estante
Peguei esse livro, já estava doido pra lê-lo e com essa resenha passou para prioridade, obrigado!


Leila de Carvalho e Gonçalves 28/01/2019minha estante
Boa leitura, abraços!




vasilisamorozko 22/11/2020

Um Texto Excelente
“O termo "fascismo" adapta-se a tudo porque é possível eliminar de um regime fascista um ou mais aspectos, e ele continuará sempre a ser reconhecido como fascista.”

#68 - A muitos anos eu desejo ler algo de Umberto Eco e quando fui procurar sobre esse tema e esse livro apareceu eu fiquei bem feliz, e gostei muito pois o texto é simples e muito explicativo.
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Gildo 28/04/2019

Um guia para hoje
Em quatorze características do que chama de Fascismo Eterno, Umberto Eco descreve com clareza evidente algumas gestões políticas da atualidade. Mesmo que a intenção não fosse essa propriamente, países que hoje estão sob regimes de direita irão encontrar nas manchetes de jornal recentes exatamente a síntese do fascismo eterno.

Se o regime italiano tornou-se um termo comum para designar formas de sistemas opressores, é porque em tais sistemas, essencialmente, encontra-se algo do fascismo. O autor alerta que o fascismo "ainda está ao nosso redor, às vezes em trajes civis", porque não se trata de movimentos puramente militares, mas de características que denotam um retrocesso de pensamento, de modernidade, de intelectualidade, de cultura e de direitos individuais.

Segundo Eco, o fascismo eterno tem como uma das características, por exemplo, o apelo às classes médias frustradas, desvalorizadas por alguma crise econômica ou por humilhação política. Também há um sentimento de xenofobia, o que gera um nacionalismo exacerbado; e também um ataque direto à cultura, já que "pensar é uma forma de castração. Por isso, a cultura é suspeita, na medida em que é identificada com atitudes críticas." Como consequência, em regimes fascistas, não pode "existir avanço do saber".

A leitura, neste ano de 2019, é um guia essencial. Até porque é um texto é visionário, publicado pela primeira vez em 1997 e encaixa-se perfeitamente hoje à realidade que muitos países vivem.
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Jader Selleri 15/01/2021

As pessoas precisam entender o que é fascismo para não permitir que ele volte.
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PabloAGomes 13/06/2020

Instrutivo e agradável de ler
Esta obra é a compilação de uma palestra de Umberto Eco nos EUA (devidamente explicado no início do livro). Curto (lê-se em uma tarde), fluido e agradável de ler, Eco discorre sobre o Fascismo não como uma ocorrência única e isolada na história, mas, um conjunto de "fascismos" que ele chama de Ur-Fascismo ou, em português do Brasil, Fascismo Eterno. Explica quais as características comuns dos fascismos, e como se diferenciam sem deixar de sê-lo. Leitura obrigatória para qualquer pessoa que queira começar a explorar este universo.
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MF (Blog Terminei de Ler) 14/09/2019

O fascismo que se renova continuamente
Livro "O fascismo eterno" do filósofo e linguista italiano Umberto Eco. Trata-se de um ensaio feito com base numa palestra que Eco proferiu em meados de 1995. Pegando a primeira definição de Fascismo encontrada nos mecanismos de busca temos:

"Fascismo: movimento político e filosófico ou regime (como o estabelecido por Benito Mussolini na Itália, em 1922), que faz prevalecer os conceitos de nação e raça sobre os valores individuais e que é representado por um governo autocrático, centralizado na figura de um ditador".

Diante disso, ao olharmos hoje o contexto político mundial e nacional, podemos nos indagar se caminhamos para isso? Estaria a liberdade individual ameaçada por líderes representando grupos de interesse?

Para responder tais questionamentos, Eco, em seu ensaio, apresenta catorze características que definiriam o Fascismo nos dias atuais, o chamado "Ur-Fascismo".

Aqui está uma versão da lista de Eco (1):

1) O culto da tradição. “É preciso olhar para o programa de todos os movimentos fascistas para encontrar os principais pensadores tradicionalistas. A gnose nazi foi alimentada por elementos tradicionalistas, sincretistas e ocultos “.

2) A rejeição do modernismo. “O Iluminismo, a Era da Razão, é visto como o início da depravação moderna. Neste sentido, o Ur-Fascismo pode ser definido como irracionalismo”.

3) O culto da ação por ação. “Ação sendo bonita em si, deve ser tomada antes, ou sem, qualquer reflexão anterior. Pensar é uma forma de emasculação “.

4) O desacordo é traição. “O espírito crítico faz distinções, e distinguir é um sinal de modernismo. Na cultura moderna, a comunidade científica elogia o desacordo como forma de melhorar o conhecimento “.

5) Medo da diferença. “o primeiro apelo de um movimento fascista ou prematuramente fascista é um recurso contra os intrusos. Assim, o seu fascismo é racista por definição. ”

6) Apelo à frustração social. “uma das características mais típicas do fascismo histórico foi o apelo a uma classe média frustrada, uma classe que sofre de uma crise econômica ou sentimentos de humilhação política, e assustada com a pressão de grupos sociais inferiores.”

7) A obsessão com um enredo. “os seguidores devem sentir-se sitiados. A maneira mais fácil de resolver o enredo é o apelo à xenofobia. ”

8) O inimigo é forte e fraco. “por um contínuo deslocamento de foco retórico, os inimigos são ao mesmo tempo muito forte e muito fraco.”

9) O pacifismo está a traficar com o inimigo. “para o fascismo não há luta pela vida, mas, em vez disso, a vida é vivida para a luta.”

10) Desprezo pelos fracos. “elitismo é um aspecto típico de qualquer ideologia reacionária.”

11) Todo mundo é educado para se tornar um herói. “Na ideologia Ur-fascista, o heroísmo é a norma. Este culto do heroísmo está estritamente ligado ao culto da morte “.

12) Machismo e armamento. “O machismo implica desdém para as mulheres e intolerância e condenação de hábitos sexuais não padronizados, da castidade ao homossexualismo”.

13) Popismo seletivo. “Existe em nosso futuro um populismo de TV ou Internet, no qual a resposta emocional de um grupo selecionado de cidadãos pode ser apresentada e aceita como a Voz do Povo”.

14) Ur-Fascismo fala Novilíngua. “Todos os livros didáticos nazistas ou fascistas utilizaram um vocabulário empobrecido e uma sintaxe elementar, para limitar os instrumentos para o raciocínio complexo e crítico”.

É impossível ler o livro e não fazer analogias com governantes atuais brasileiros e estrangeiros. O ensaio de Eco possui caráter didático, inclusive na capa (2), mas representa também um apelo ao bom senso e ao aprendizado histórico. É um grito em favor da liberdade e da humanidade. Trata-se de uma leitura necessária.

(1) https://www.pensarcontemporaneo.com/umberto-eco-faz-uma-lista-das-14-caracteristicas-comuns-do-fascismo/

(2) A capa da edição simula um rasgado, simbolizando o ódio ao conhecimento e à racionalidade.

site: https://mftermineideler.wordpress.com/2019/08/08/o-fascismo-eterno-umberto-eco/
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isa.dantas 17/09/2019

Um discurso de Eco feito em 1995 que é absolutamente atual. Um livro que precisa ser relido constantemente para que o fascismo (nem como ele nasce) não seja esquecido.
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Rafael Almeida 15/02/2020

Recomendo
Apesar de ser um livro breve por ser baseado em uma conferência/palestra proferida pelo autor, o livro nos oferece importantes conceitos para que possamos identificar a chegada do fascismo e os prejuízos de sua mera existência. Vale a leitura!
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Isa 01/03/2021

O facismo eterno é a transcrição da fala de Umberto Eco durante uma conferência da Columbia University em abril de 1995. Posso dizer que a leitura é um pouco complicada pelo fato de que são citados vários acontecimentos diários que Eco vicenciou como criança nascida e criada no regime do Mussolini. Vale a pena a leitura para resgatar a memória e entender porque o fascismo como termo pode ser adaptado a vários acontecimentos do mundo atual, diferente do nazismo e outros regimes com características mais particulares.
Douglas 04/03/2021minha estante
Excelente resenha ?




Suzana Mendonça 03/07/2022

Análise sobre o Fascismo
Livro traz uma visão geral sobre os aspectos inerentes ao fascismo, bem como sobre a consequência do regime sobre a sociedade
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Joaquim 28/01/2021

Recomendo!
É uma leitura bastante impactante que nos faz abrir os olhos.
Douglas 04/03/2021minha estante
Excelente




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