Resenhas - Todos Os Clichês De Lady Olivia

Carous 03/12/2018

Metalinguagem
Não consigo sem disfarçar minha decepção de não ter gostado tanto deste livro como esperei, ainda que partir da premissa de explicar por que romances de época são tão populares entre as pessoas - não eu - tenha sido criativo.

Ainda que eu não seja fã de romance de época (e tinha dúvidas de que Beatriz L. Matero fosse me fazer mudar de opinião com esta história), a sinopse me deixou interessada. E a execução foi boa, mas não foi perfeita. Digo, os personagens são excelentes e engraçados. A Lady Olivia é encantadora, ainda que da metade da história em diante tenha sentido que ela perdeu espaço no próprio livro em que era protagonista. E é óbvio que a veia geek da autora exerceu grande influência aqui com todos os personagens modernos fazendo referências atrás de referências sobre alguma série/livro/filme da cultura pop. Quase me incomodou o exagero de citações, mas também entendi que servia para destacar os séculos de conhecimento que separavam Lady Olivia dos irmãos Balti. (sem contar que um traço de nossa geração é se expressar por meio de memes, gifs e expressões retiradas de filmes, música, novela, livros e séries mesmo).

Mas a explicação para a viagem no tempo, o escritor fantasma ficou a desejar. Melhor dizendo: ficou confuso. Eu posso dizer que li o texto todinho, mas entender essas partes, eu não consegui de modo algum. E teria sido mais fácil acompanhar os clichês de romances de época se, de algum modo, eles estivessem listados. (este livro não foi escrito somente para os fãs desse gênero, pode ser que algum leitor curioso dê chance a ele - e deveria - e vai ficar meio perdido entre o que era ação do personagem e o que ele fazia para cumpri a cota dos clichês)

"Todos os clichês de Lady Olivia" possui tempo cronológico e psicológico assim como ocorre quando leio Virginia Woolf, eu me perdia quando a narrativa começava em um ponto, ia pra trás ou para frente e depois voltava de onde tinha partido. [insira o gif da Oprah Winfrey dizendo "So what is the truth?"]


No fim, pude encontrar no livro traços que me fizeram curtir tanto os contos da autora - dã, deve ser porque todos foram escritos pela mesma pessoa - como os personagens (um melhor do que o outro), os diálogos inspirados e o texto que te prende na história. Gostei que o desfecho tenha ficado em suspense para o leitor, fazendo-o imaginar qual caminho a autora ia seguir (mesmo que no fim tenha optado pelo mais comum)

Mas, sério, reclamei nas outras resenhas e mantenho a reclamação aqui: uma revisão cairia bem. Temos uma quantidade excessiva do uso de "o/a qual" e "obscuro" (tenho a impressão de que às vezes nenhuma dessas palavras eram necessárias na sentença, que dirá ser repetida no mesmo parágrafo). Sendo que no primeiro caso, nem combina com a linguagem descontraída do texto. Dava um puta contraste. E "há alguns dias atrás" e suas variações é redundante.

O que posso dizer é que tive críticas ao livro sim, mas curti a leitura e estou ansiosa para o spin-off focado em Piera e Pedro. And I'm not even sorry.

Maria Beatriz 10/12/2018

Adorei a historia mas...
Eu amo de paixão romances de época, e com viagem no tempo então nem se fala. A sinopse do livro me chamou a atenção, o mocinho iria se apaixonar por uma personagem ficticia? Como isso poderia acontecer? Eles iriam ficar juntos?
Gostei muito das citações sobre Lisa Kleypas, Julia Quinn e sobre o livro Orgulho e Preconceito.
Mas teve certas cenas durante a leitura em que fiquei um pouco perdida, eles estava em um lugar e magicamente apareciam em outro, algumas partes não faziam muito sentido.
Mas no geral adorei o livro e estou ansiosa para saber que fim levaram Piera e Pedro, vi que tem a história da Ana e do Samuel e já quero ler.

Luci 10/01/2019

Procura-se um Theodoro Balti pra chamar de meu
Que livro adorável. Essa é a melhor palavra para definir a leitura.
Desde os personagens principais, até os secundários - principalmente Piera e seu jeito mal-humorado de ser - cada um deles conquista o leitor a sua maneira, nos deixando ainda mais envolvidos na trama elaborada da autora.
Adorei Theodoro. Simples assim. Não me lembro quando foi a última vez que um mocinho me fez sorrir tanto. Sua personalidade bondosa e seu romance com Olivia conquistaram meu coração. Era uma cena mais meiga e carinhosa do que a outra, com descrições simplesmente encantadoras.
A escrita da autora é gostosa de ler e o tom sarcástico que permeia toda a narrativa, é como a cereja no topo do bolo.
Se você procura um romance leve, engraçado, com personagens cativantes e uma leitura rápida, "Todos Os Clichês de Lady Olivia" é a escolha certa.

Laura Soares 17/01/2019

DIVERTIDO E ORIGINAL
Todos os clichês de Lady Olivia é uma história rápida e divertidíssima, que brinca com os limites entre ficção e realidade.

Theodoro Balti, ao modificar o final de um romance de época escrito por sua irmã, acaba fazendo com que ambos entrem no universo literário da Londres de 1880. Sua missão? Conseguir um final feliz para a mocinha da história, Lady Olivia. Para isso, eles precisarão realizar todos os clichês presentes em livros desse gênero!

Enquanto Theo tenta fugir de sua função de bancar o mocinho de uma personagem literária, tudo acaba o impelindo a isso. De repente, porém, ele se vê desejando não só a felicidade de Olivia, mas também que ele próprio demore um pouco mais no livro para desfrutar de seu tempo com ela.

Olivia é uma moça doce e Theo é um amor de pessoa. São um casal perfeito. Foi muito divertido vê-los reproduzir as pérolas dos romances de época, como, por exemplo, o rapaz doente que só consegue ser curado por sua mocinha. Quem é fã do gênero, ou ao menos é familiarizado, não vai deixar de identificar esses momentos e dar boas gargalhadas. Ao mesmo tempo, o romance não é deixado de lado, mas a conotação sexual na história é quase nula - o que achei muito sensato e permitiu que a autora focasse em várias cenas fofas *-*

Certamente, a história toda é bem fantasiosa. Apesar de torcer pelo casal, fiquei em dúvidas de como a autora resolveria tudo. Qual o limite entre o ficcional e o real? Ou talvez o ficcional seja real, apenas realizado em um universo distinto? Soa uma ideia tranquilizadora. É realmente difícil sair de tal situação, então óbvio que houve gafes ou partes mal explicadas, mas isso não tira a originalidade da trama.

O que acho importante é uma maior atenção à revisão - há erros de grafia - e cuidado para que o excesso de informações em uma frase não faça o leitor se perder no raciocínio da autora - o que aconteceu comigo em certos momentos.

Também quero destacar que gostei muito das referências no decorrer da trama, desde Edgar Allan Poe e Julia Quinn até Frozen e Chaves.
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"O problema é que eu não entendo nada disso. Os títulos; as fortunas; as posições sociais; as regras de etiquetas; a importância desses bailes; o que significa estrear na sociedade. Até alguns dias atrás, Lorde para mim era uma cantora e Lady só existia a Gaga."

" - Então? O que você achou dos meus moderníssimos passos?
- Desculpe, pensei que você estava tendo uma convulsão."