O construtor de pontes

O construtor de pontes Markus Zusak
Markus Zusak




Resenhas - O construtor de pontes


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César 23/09/2020

Uma ponte feita de Clay
O livro vai contar a história da família Dunbar, narrada pelo irmão mais velho Matthew (recurso já utilizado pelo autor no famoso A menina que roubava livros, em que um personagem secundário tem papel de narrador). Eles são em 5 irmãos, sendo o quarto irmão Clay o personagem central. Após a mãe morrer e o pai abandoná-los, Matthew se tornou o responsável pela casa e por manter todos na linha. Até que um dia o patriarca reaparece inesperadamente, pedindo para que os filhos o ajudem a construir uma ponte. Os irmãos rejeitam de cara a proposta, mas Clay acaba mudando de ideia e os contrariando, decidindo ir atrás do pai para construir a tal ponte, sob a pena de levar uma bela surra caso retorne para casa.
Bem, ao longo das 528 páginas vamos acompanhando, não necessariamente em ordem cronológica, toda a trajetória dos Dunbar, tudo o que aconteceu até chegarem àquele ponto. Cada membro da família tem sua história contada, inclusive os animais de estimação nada convencionais.
Eu confesso que tinha muita expectativa com o livro, por ter amado outras obras do autor, e realmente não me arrependi da leitura, porém tem seus defeitos. A construção da história de forma não linear foi algo muito arriscado, e no início o livro pode parecer um tanto confuso pro leitor. Alguns acontecimentos não muito relevantes tiveram excesso de páginas e outros mais importantes foram brevemente abordados. Mas na minha opinião os pontos positivos se sobressairam. Os personagens são muito bem construídos, extremamente reais. A narrativa poética e cheia de metáforas como ja estamos acostumados dos outros livros enriquece e da beleza a obra. Com o passar das páginas percebemos que a ponte não é apenas algo físico, mas também uma metáfora que servirá para ligar novamente os filhos ao pai.
O construtor de pontes é um livro que precisa de muita paciência, e que o leitor compre a ideia do autor. Caso os requisitos sejam preenchidos, certamente será uma leitura recompensadora no final.

site: https://www.instagram.com/excursao.literaria/
Dutra 14/11/2020minha estante
Ler primeiro esse ou "O construtor de pontes"?


César 14/11/2020minha estante
Vc fala em relação ao A menina que roubava livros? Se for, ambos são livros independentes, então podem ser lidos em qualquer ordem. Como opinião pessoal, se vc não leu nenhum livro do autor ainda, eu recomendaria A menina que roubava livros por ser um livro mais cativante no geral.


Dutra 15/11/2020minha estante
Ótimo, obg. Mas perguntei errado . Ler primeiros esse ou "Nada menos que um milagre"?


César 15/11/2020minha estante
Ah sim, nesse caso os dois são o mesmo livro. O "Nada menos que um milagre" é a edição portuguesa de "O construtor de pontes".


Dutra 15/11/2020minha estante
Obrigada! Kkkk


_San_ 02/04/2021minha estante
Melhor resenha!! Parabéns!!


César 03/04/2021minha estante
Obrigado, San!


Jessica.Xavier 28/09/2021minha estante
Já quero ler só pela resenha ! ??


César 28/09/2021minha estante
Boa leitura, Jéssica! É um livro bem especial ?




anna v. 25/12/2018

Desisti
Li umas 80 páginas e resolvi gastar meu tempo com alguma leitura menos pretensiosa e aborrecida que este livro.
Não foi pra mim.
Vivi.Schramm 28/12/2018minha estante
Dê mais uma chance, depois da página 100 começa a melhorar e as coisas vão se explicando, vale a pena


Ju 29/12/2018minha estante
Mas isso não é resenha!


Thiago Ribeiro 11/01/2019minha estante
O início também não estava me pegando, depois da página 100 a história realmente vai se desenrolando principalmente na história da mãe dos meninos e do Clay.


JuKirchhof 20/01/2019minha estante
Tô na 264 e ainda não rolou a química. Tô cogitando abandonar!


Cecilia.Alcantara 12/04/2019minha estante
Kkkkkkkkkk está me lembrando "a menina que roubava livros", demorei 4 anos pra terminar de ler kkkkkkkkkkkkk


Luciano.Correa 26/06/2019minha estante
Também achei aborrecido mas vou até o fim. Não empolgou em momento nenhum




RUDY 26/09/2019

ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTOR
Sei que o autor se tornou renomado aqui no Brasil após o livro “A menina que roubava livros” e é tido como uma dos melhores escritores, devido sua narrativa. Não discordo disso após ler “O construtor de pontes, embora no primeiro quinto do livro, até pensei em deixar a leitura (coisa que nunca faço), não porque o livro seja ruim, mas não conseguir me conectar de primeira com a linguagem usada por ele, vagava entre as linhas sem estar entendendo nadinha...(erro meu). Como não sou de desistir de nenhuma leitura, principalmente de um escritor considerado tão bom, dei um tempo, fui ler outro livro mais empolgante e depois retomei a leitura e assim sim, pude me emocionar e aproveitar todo conhecimento transmitido pelo autor em sua fábula bem escrita.
Devo alertar que talvez não seja um livro para todos os leitores, primeiro porque é como se fosse uma colcha de retalhos, um quebra cabeças a ser montado aos poucos, porque vai ao passado, retorna ao presente e vão se confundindo e entremeando os fatos aos quais devemos estar atentos aos detalhes para não perder uma só lógica exposta; em seguida acompanhamos o sofrimento dos irmãos, todo caos familiar que foram obrigados a enfrentar, as perdas, o luto, a briga entre os irmãos para se manterem um pouco sãos diante da total desestrutura que passaram na adolescência; e ainda, toda a linguagem poética que envolve o enredo, além de algumas tiradas mais irônicas e humorísticas que tentam amenizar todos os sentimentos envolvidos aos protagonistas, e isso pode mexer muito com as emoções de quem está lendo.
Quando o livro começa a ficar angustiante diante da vida desses rapazes, confesso que uma vez mais pensei em desistir da leitura. Achei que, ainda vivendo meu próprio luto, não seria capaz de enfrentar tanta dor e sofrimento que as personagens muito bem delineadas mostravam, porém já estava conquistada por eles e resolvi uma vez mais continuar a leitura, mesmo me compadecendo com tudo. E foi muito bom, porque todas as reflexões e quebra de paradigmas que o livro traz, puderam ordenar melhor meus sentimentos e saber que o perdão é o melhor caminho para curar tudo.
Sei que essa resenha pode parecer um pouco diferenciada e talvez menos objetiva dos que costumo fazer, mas é que o livro realmente trouxe para mim, grandes reflexões e algumas mudanças que talvez não esteja conseguindo transcrever para cá, foi bem mais profundo do que esperava e ao mesmo tempo, catártico para minha dor.
Recomendo a leitura sim e com grande prazer.
Paula 29/09/2019minha estante
Não consegui ignorar que seu nome é RUDY! Do menino de cabelos cor de limão... s2


RUDY 29/09/2019minha estante
KKK Na verdade é Rudynalva, mas o nick é Rudy...


Paula 04/10/2019minha estante
Kkkk (:


Michelle 07/11/2021minha estante
a história é linda mas nao me conectei de jeito nenhum


Angela Cunha 29/01/2022minha estante
Então rs eu juro que tentei e prometi a mim mesma, tentar reler este livro em outro momento, pois a leitura dele não funcionou comigo de jeito nenhum e olha que sou fã assumida do autor!
Beijo




Lari 11/01/2019

Não desista..
É um bom título de resenha para este livro em específico pois eu quase o larguei mais de uma vez... Porém com insistência peguei amor pelos garotos Dunbar, e ao seguir com a leitura pude me surpreender (e muito) com todos os significados que não são ditos mas que no final se encaixam com perfeição.
JuKirchhof 20/01/2019minha estante
"PelamordeDeus" criatura, em que página vou começar gostar? Tô me arrastando desde dezembro nele... tá sofrido! Tô na 264... ia fechar e dar como abandonado quando vi o título da tua resenha hahahahaha


Lari 24/01/2019minha estante
no meu caso foi quando as peças começaram a encaixar, não sei em que pagina, mas no momento em que comecei a entender as entrelinhas desta historia.


David 23/02/2019minha estante
Eu também senti o mesmo eu quase larguei mas depois ficou muito bom


Lari 26/02/2019minha estante
Sim! Ele demora a cativar mas no fim ganha corações!


David 26/02/2019minha estante
Sim, me acabando em lágrimas!




Ana Lara 19/10/2020

Que delicia de livro
A história dos garotos Dunbar é impressionante.
O livro tem uma narrativa tão gostosa, tranquila e envolvente que fica impossível de largar sem saber o que vai acontecer com os dunbar.
Me apaixonei por cada detalhe dessa história.

"Um garoto Dunbar pode fazer muitas coisas, mas deve sempre voltar pra casa."
asnmendes 19/10/2020minha estante
Da última vez que fui na livraria fiquei na dúvida em levar ou não esse livro. Tão bom quanto A menina que roubava livros? Se sim, acho que já tenho minha próxima leitura ^^


Ana Lara 19/10/2020minha estante
São propostas diferentes. Mas esse autor sabe construir uma narrativa hahaha
Comecei a leitura achando meio lenta, achei até que ia abandonar, mas fiquei feliz em insistir um pouco.


asnmendes 19/10/2020minha estante
Não perdemos nada arriscando ;)

TKS




Inaldo Filho 04/05/2019

Cansativo...
Marcia Tete 09/05/2019minha estante
Todo mundo elogiando mas concordo com vc.


Luciano.Correa 26/06/2019minha estante
To sofrendo pra terminar. Chato


agata52 17/07/2019minha estante
tô desde março tentando ler mas parei na metade de tão cansativa que é a leitura.




gabrielrjf 24/01/2019

Je-sus Cristo
Que livro. Com certeza, meu 2019, lá em dezembro, terá esse livro como favoritado.

Nunca antes um livro me fez chorar em mais de uma cena. E este conseguiu. Na medida com que vamos lendo livros ao longo da vida, começamos a ficar exigentes e um tanto chatos: nada mais nos surpreende, por vezes sabemos o que esperar do enredo...

Mas este não. A começar pela narração que não é em terceira pessoa, nem em primeira, mas em segunda! Não me recordo de livros que li narrados em segunda pessoa.. E por mais que seja complicado se sentir a vontade (por ser diferente num primeiro contato), logo logo nos habituamos e estamos inseridos na familia Dunbar.

Acho que a máxima do "simples é mais" se encaixa perfeitamente aqui. Não é uma história fantasiosa. Nem uma história fofinha!

Nesta obra temos contato com uma família que poderia ser a minha ou a sua, ou (como gosto de pensar) de pessoas que estão longe mas que realmente existem. É a história de um casal e seus 5 filhos, contada na sua quase integralidade de forma poética e sensivel..

Não tenho como dimensionar todas as emoções que senti, e como também me senti parte de tudo: dos lugares, relacionamentos, conflitos, dos animais...

Sorri, xinguei, chorei... construí uma ponte com a família Dunbar (ou melhor, o Mathew construiu)


????

Update

Terminei minha releitura deste livro, dia 30/07/2023

E bem, me tocou novamente. A primeira vez que lia, estava num processo muito chato na minha família, desentendimento com meus pais e tals, e nossa, esse livro me tocou demais.

Nessa releitura, minha avó foi diagnóstica com câncer e vi muito da história da rainha dos erros na minha avó, o que me tocou profundamente.

Mas não tiro as críticas ao livro de que é por vezes muito lento e prolixo. Acho as partes sobre corrida de cavalos da Carey Novac chatas. Mas não ao ponto de me fazer tirar estrelas.

A forma de narrar desse autor é singular; nunca li nada igual ou parecido. Muro real. Muito poético. Muito profundo.

Impossível não ser tocado, impossível passar despercebido.

Reli junto com a Camila, minha amiga de leituras conjuntas, e ela deu 4 estrelas. Sinal de que sim, é uma obra prima.
Webe Santos 04/02/2019minha estante
Chorei, xinguei, chorei, Sorri, chorei, chorei novamente, e de novo...


gabrielrjf 08/02/2019minha estante
Cara, fantástico né?


Rita 22/04/2019minha estante
Simplesmente lindo, envolvente, encantador.




Rodolfo_Domingos 26/11/2019

Arrastado e pedante
Quando comecei a ler, disse nos stories que me lembrava um filme do premiado cineasta Terrence Malick. Assim como a obra do diretor, é muito difícil saber quando se trata de uma história genial e quando podemos defini-la como chato, entediante. Na minha conclusão: decepcionante. E eu explico.
.
A narrativa fragmentada em linha temporal que vai e volta sem nenhuma sutileza, é cheia de cenas casuais em que o narrador tenta imprimir uma ideia de grandiosidade sobre coisas do cotidiano. Mas o livro avança e as explicações são parcas. A própria ideia da construção de uma ponte é nada mais do que um gatilho de metáfora e não coloca nada de concreto sobre a história.
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Além disso, Clay é eleito o protagonista, mas não passa de um rapaz insosso que passa a ideia incômoda de que pais podem ter preferência por um filho. Todos os outros irmãos são pessoas muito mais curiosas. O problema é que eles vivem se batendo, literalmente. E para quê?
.
As partes mais interessantes são as histórias do passado de Michael, o pai, e Penny, a mãe. Se focado nisso, haveria um livro muito mais coeso. São muitos livros num só, e nada é muito bem definido. No final, já se arrastando além do que seria simpático, baixa o Nicholas Sparks em Zusak e tem um melodrama bem se graça.
Kelly 26/12/2019minha estante
Você escreve muito bem! Achei suas palavras muito bem colocadas, escolhidas com esmero.
Iniciei a leitura desse livro há alguns dias e... para o momento, tenho que concordar com você. Insistirei. Vamos ver meu parecer daqui 500 páginas!


Rodolfo_Domingos 28/12/2019minha estante
Obrigado, Kelly! Te convido a seguir o Instagram @aqueledoslivros pra ver outras resenhas. Sobre esse livro, eu só consegui ir até o final porque o tempo todo ele prometia, e prometia e prometia... A gente chega a pensar se não tá deixando passar alguma coisa... Mas é que a tal coisa meio que não existe no livro.


RÔMULO. 21/09/2021minha estante
Concordo totalmente!




Elisabete Bastos @betebooks 14/12/2018

O construtor de pontes
O livro é uma ficção em que o condutor narrativo é um irmão de uma família de cinco irmãos, o pai e mãe, bem como, os animais de estimação e demais reminiscências.
O livro com grandes rupturas entre várias fases: atual e diversos momentos do passado não fez com que me envolve-se com a história.
Particularmente, li me arrastando.
Arthur Magnum Mariano 10/02/2019minha estante
Oi Elisabete! Tem interesse em trocar ou vender essa edição?


Nicole 02/12/2019minha estante
Eu tbm me arrastei p terminar.. gostei da história no geral mas penso que o livro poderia ter metade das páginas ..




spoiler visualizar
juulianneee 13/10/2019minha estante
Esse livro não tem ligação nenhuma com A menina que roubava livros??


Renan Jonatas 14/10/2019minha estante
Além de ser do mesmo autor, não. Ainda tem algumas questões de estilo parecidas, mas é uma história completamente diferente.




Jessé 20/04/2019

A força de Clay, a construção de Clay, a ponte de Clay
Eu admiro bastante o trabalho do Markus Zusak desde que tive a oportunidade de ler A Menina que Roubava Livros, em 2009, e a partir de então espero pela oportunidade de ler esse livro. Era sempre uma agonia saber que ele estava trabalhando na escrita, mas nunca dizia quando a sua próxima obra seria lançada. Esperei pacientemente. Então o livro foi terminado e publicado. Saí correndo e o comprei o mais rápido que pude.

Dessa vez, Zusak não me levou para a Alemanha, mas sim para uma cidade pequena da Austrália. Estando lá, fuii apresentado a uma família singular, composta por um pintor, uma pianista refugiada e cinco garotos terrivelmente encrenqueiros. Era a família Dunbar. Uma família que, apesar de seu arranjo diferenciado, era uma célula comum, com seus perrengues e redenções diárias.

Porém, quando a conhecemos, o que era a família Dunbar já não existe mais: com a morte de Penélope, a mãe dos moleques bagunceiros, tudo se desfez. O pai, desnorteado, foi embora e abandonou-os à própria sorte, que passaram a contar apenas com o irmão mais velho, Matthew. Foi aí que ele deixou de ser pai e virou O Assassino. Aquele que terminou de matar cada um dos cinco garotos Dunbar. Matou seus sonhos, suas esperanças, seus afetos e a definição de família que durante tantos anos fora fiada.

Em um dia normal de suas vidas não tão normais, os Dunbar são surpreendidos quando, de repente, o pai deles aparece com um convite estranho: ele quer ajuda para terminar de construir uma ponte na cidade onde mora atualmente. Assim, do nada. Como se fosse a coisa mais aceitável do mundo um pai que abandona os filhos aparecer de novo e ainda fazendo pedidos. Todos os garotos Dunbar decidem enxotá-lo do local, ninguém ali aceitaria tamanho disparate... Ninguém, menos Clay. O quarto Dunbar. O que sempre fora apaixonado por ouvir histórias do pai e da mãe. Aquele que sempre teve uma alma que ressoava numa frequência própria. O generoso Clay.

Mesmo contra a vontade dos irmãos, ele vai. Vai e, junto com o pai, constrói a ponte. Como é dito em uma passagem do livro, aquela ponte estava sendo construída dele mesmo, não apenas de tijolos, cimentos e varas. Clay colocava a si mesmo naquele empreendimento, e nem ele sabia o porquê. Clay era um garoto excepcional, que encarava as coisas de um jeito próprio. E ele realmente fazia tudo a sua volta receber um pouco dele, com a sua doação e força de vontade extremas.

Nesse ponto da narrativa, Matthew, que é quem nos conta a história, intercala a vida de Clay e Carey (sua vizinha-quase-namorada-hipista) com a de Penélope e Michael (o pai dos garotos). Dessa forma, podemos entender as sutilezas dos relacionamentos de cada um e também ver como o amor, apesar de se manifestar das mais variadas formas, é sempre igual ao amarrilhar duas pessoas diferentes que acabam por se tornar uma só.

Acho que não devo prolongar mais quanto aos detalhes do enredo, pois a ideia não é dar nenhum spoiler nesse texto, porém quero ressaltar alguns pontos que foram cruciais para a minha leitura:

1. Clay é um dos personagens mais fortemente humanos que eu já conheci. A sua coragem em não fugir da dor, mas abraçá-la e fazer dela sua parceira, me inspirou de modo tão intenso que até hoje (quase um mês após a leitura), eu ainda me pego pensando na sua trajetória. Um moleque forte, mas que tem a sua fortaleza em reconhecer a própria inaptidão e fraqueza. Um garoto apaixonado por histórias, que sempre estava em silêncio, mas sua alma mantinha um murmurar intenso e contínuo que infelizmente poucas pessoas no mundo eram capazes de compreender. Felizmente, Carey era uma dessas pessoas.

2. O Dunbar mais novo, Tommy, e sua coleção nada convencional de animais que contém uma mula, um cachorro, um gato, um peixe e um pombo são uma pincelada de ar fresco na história, que muitas vezes assume um tom muito pesado.

3. As referências aos clássicos gregos, como a Ilíada e a Odisseia, acrescentam um pano de fundo heroico à narrativa. Assim como Aquiles e Odisseu enfrentaram seus demônios, a vida dos Dunbar é uma eterna guerra em um ambiente hostil, onde a garra e a força de vontade são determinantes para garantir que todos sobrevivam. Clay é aquele que carrega dentro de si o heroísmo mais exacerbado, que desafia convenções e até mesmo a própria definição de força.

Por fim, preciso terminar esse texto dizendo que imaginei Clay como a personagem da música behind blue eyes, da banda The Who. Quem olhava pra Clay não sabia como era ser o homem triste, o homem mal (sic); Não acessava a essência daquele que estava a sua frente. O acúmulo de tristezas e culpas (a maioria delas infundadas) fez de Clay uma das personas que mais conversou comigo entre todas a que já conheci, sejam através de livros, filmes, animes ou qualquer outro tipo de narrativa. Eu conseguia praticamente materializar Clay na minha frente e conversar com ele. Eu passei a sentir as dores que ele carregava. Eu cheguei ao ponto de quase sair correndo enquanto outras pessoas tentariam me segurar a troco de algumas moedas, como Clay. Eu vi Clay em mim, porque acho que no fundo somos bem parecidos. Dois garotos enternecidos tentando enfrentar a fúria do mundo. E construindo coisas, sejam pontes ou mundos paralelos, cheias de nós mesmos. Dando a cara pra bater e até mesmo gostando do estalo do soco, da dor, do sangue que escorre. Assim vamos cumprindo nossa missão e, quem sabe, quem nos acompanha na jornada sinta um pouco dessa tempestade harmoniosa que é a nossa vida e decida participar dela também.

site: https://sobreoquelievivi.blogspot.com/2019/04/a-forca-de-clay-construcao-de-clay.html
Kelly Oliveira Barbosa 20/04/2019minha estante
:)


bennett 20/04/2019minha estante
aaiiii tou demorando muito para conhecer esse construtor.




Rodrigo1001 08/06/2019

Sobe, desce e sobe de novo (Sem Spoilers)
Catapultado ao topo de vendas com o seu multipremiado livro A Menina Que Roubava Livros, o escritor australiano Markus Zusak ressurge depois de 13 anos e 10 tentativas diferentes de narração com seu mais novo tijolo de 500 páginas intitulado O Construtor de Pontes.

Lançado internacionalmente em outubro passado, o livro causou frisson no mundo literário e levou multidões às livrarias. Naturalmente, todos estavam ávidos por uma nova catarse literária nos mesmos moldes da de 2005, quando seu primeiro livro ficou 80 semanas na lista dos mais vendidos do New York Times.

E lá estava eu, logicamente, nesse grupo da catarse.

Pois bem, pensei bastante antes de iniciar essa resenha. Deveria elaborá-la fazendo comparações com o livro anterior ou deveria simplesmente escrever algo fresco, sem influências externas? Por fim, a segunda opção me pareceu mais apropriada ? até mesmo para não soar repetitivo, cookie-cutter, já que há uma profusão de textos por aí que analisam o livro na base da comparação.

Assim, sem mais rodeios, posso te dizer que O Construtor de Pontes é um livro bonito, bem apanhado, jovial e gostoso de ler. Talvez não traga nada de muito relevante para a literatura, mas desperta algumas necessidades bacanas no leitor, como a propensão ao perdão e a um estado mental reflexivo sobre as suas próprias atitudes.

O livro começa bem e alça voo com o apoio de uma linha do tempo extremamente elástica, deveras fragmentada, daquelas que avançam e retrocedem sem aviso prévio, de maneira que o leitor leva alguns segundos a cada início de capítulo para se situar na história. Os capítulos, a propósito, são curtinhos, sempre anunciados por títulos exóticos, mais poéticos do que narrativos. Em todos eles, um narrador onisciente descreve, talvez com algum exagero de detalhes e com bastante metáforas, cenas da vida de 5 irmãos em uma cidadezinha do interior da Austrália.

São eles os protagonistas do livro e são eles que te levam para uma viagem interessante onde o autor parece se preocupar em mostrar ao leitor o quão importante é o papel do tempo na formação do indivíduo. Diz que a nossa história não começa no nosso nascimento, mas muito, muito antes, como resultado de outras histórias. Os personagens são bem desenvolvidos, incluindo os secundários, e deixam saudades quando você termina o livro.

Esses são, basicamente, os pontos altos da obra.

Não obstante, já que nem tudo são flores, do outro lado da corda está a previsibilidade. É fácil antever que o livro se apoiará em tragédias da metade em diante. E é exatamente aí que o brilho começa a embaçar e a temperatura cai. Você não perde a curiosidade, mas algo incomoda. Você percebe que uma série de capítulos poderiam simplesmente desaparecer sem prejuízo algum ao enredo. Há um certo excesso que, embora seja difícil de definir, certamente arrefece o ânimo. Então você avança e o autor te recupera lançando mão de mais metáforas e de um final cheio de emoção.

Fecha bem, fecha bonito, mas fecha deixando a impressão de que poderia ter ido além da previsibilidade, da bazuca de melancolia, e explorado mais o concreto do que o abstrato.

Poético e bem escrito, ele vai te encantar e talvez você tenha uma reação totalmente diferente da minha. Ainda assim, espero sinceramente que você capte a mensagem principal e decida criar várias e várias pontes com o seu eu interior.

De muros,afinal, já estamos todos fartos, não é mesmo?

Boa leitura!

Leva 3 de 5 estrelas.
edu basílio 08/06/2019minha estante
que resenha linda, poética, elegante e luminosa! :-)


Rodrigo1001 06/07/2019minha estante
Obrigado, Edu! Vindo de ti, tem ainda mais valor.




Luhran 10/01/2019

Um 11 de setembro humano. Ou uma mulher se tornando um país, e é possível vê-la indo embora de si mesma
Certa vez, na maré do passado Dunbar, cinco irmãos foram fragilizados pela perda e assistiram a um assassinato dentro do próprio lar.

Hoje, Matthew o irmão mais velho, contará a história de Clay, o 4ª filho que Penélope Dunbar, sua mãe, deu à luz antes de deixar sua casa numa escuridão enorme.

Onze anos antes, na Rua Archer e sem seus pais, os garotos Dunbar viviam entre os animais de Thommy, as brigas de Roy, o silêncio de Clay, as barganhas de Henry e a responsabilidade de ter uma família não planejada de Matthew. Mas o que eles não imaginavam, é que o assassino teria a audácia de entrar na mesma casa novamente.

Mas bem antes disso, conheceremos a história da refugiada que tocava piano e do aspirante a artista Michael Dunbar. Que começaram essa dinastia toda.

Num drama familiar que contará a fragilidade e a importância de amar os seus laços de sangue, os irmãos Dunbar precisarão se unir para construir uma ponte em direção a cicatrização de suas dores.

O construtor de Pontes vai fazer você se apaixonar por cada membro desta família mesmo sabendo que essa família acaba. O amor de Penélope e a dor de Michael moeu cada parte de mim. A necessidade do amor familiar está em cada página deste livro. E quem sabe, no fim das contas, você sinta vontade de correr como Clay.

Talvez tudo pareça muito confuso. Porque são várias passagens de tempo. E eu sei que muita gente vai abandonar este livro por achar que não tem um foco. Mas a direção desta estória está em conhecer a verdade sobre um lar que foi destruído muito tempo atrás e que ainda permanece sem respostas. Eu amo a escrita poética e não melosa de Markus Zusak. A sua transparência diante dos sentimentos expostos deixa tudo tão lindo de se ler.

Doloroso, familiar e sem dúvidas, um futuro clássico da literatura.

site: https://www.instagram.com/preconceitoliterario/
selma.martins.146 05/04/2019minha estante
Apaixonante sua resenha !
Me lembrou do penúltimo livro que li este ano ,que também me moeu a alma...
Fuga do campo 14. História real que se passou na Coreia do Norte .


Rita 22/04/2019minha estante
Perfeita resenha. estou no meio para o fim do livro e cada dia mais envolvida pela estória. S2




Joyce 18/05/2020

Encantador!
Sem dúvidas é um dos melhores livros da minha vida! A estória dos irmãos Dunbar é narrada por um dos irmãos durante todo o livro... me encatei com a narrativa da vida dos pais dos garotos Dunbar e de como se conheceram e se apaixonaram e formaram uma linda família. Me emocionei com as dificuldades efrentadas pelos irmãos quando diversos acontecimentos catastróficos ocorrem e eles, da maneira torta deles, se ajudam a enfrentá-las. É um livro que fala de amor, amizade, companherismo, brigas, paixão, superação, conflitos familiares... tudo colocado de uma forma única... Estou apaixonada por esse livro e com saudades já...
Clarissa 18/05/2020minha estante
Amei esse livro livro também!


Joyce 18/05/2020minha estante
?




Hibrael.Araujo 19/02/2020

Um livro que não tem pressa em passar sua mensagem, ele te pega pela mão e diz "Confie em mim", traz um início um pouco lento, mas quando a história entra no seu ritmo de verdade, toma proporções incríveis com um final que eu considero bem único...
O ponto que mais me conquistou foi definitivamente a construção dos personagens, todos eles são extremamente carismáticos e fazem você sentir como se fossem uma pessoa que você realmente conhece à tempos!
Um livro que definitivamente vale a leitura!!!
Tangerina 27/12/2020minha estante
Será que vem aí?


Hibrael.Araujo 27/12/2020minha estante
Espero que sim, já dá pra começar 2021 daquele jeito kkkkkkk




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