Regina.Luiza 09/05/2021
Marcus Suzak sabe contar uma história
Uma coisa é certa, Markus Suzak realmente sabe contar uma história. Nesse livro que ele começou a escrever antes mesmo de A menina que roubava livros, e que não tinha certeza sobre se um dia conseguiria terminá-lo, ele conseguiu dar algum sentido a uma história que contém inúmeras pequenas histórias e que aparentemente não tem nenhuma lógica cronológica. Vinte anos foi o tempo que o autor levou para se decidir sobre a história de uma família com cinco irmãos, um pai assassino e uma mãe com muitos nomes. Espero conseguir transmitir nessa resenha, um pouquinho da beleza desse livro.
Uma história pode começar de diversas maneiras, era uma vez é uma delas; mas hoje vou começar com uma mais peculiar e se um dia você leu ou vai ler esse livro, vai entender do que estou falando, vou começar com:
Na maré do passado Dumbar haviam cinco rapazes e cinco bichos. Matthew, Rory, Henry, Clay e Tommy e uma mula, um peixinho dourado, um pombo, uma cadela e um gato. Cinco irmãos que tinham cada qual sua personalidade, que muito embora fossem muito diferentes um do outro, compartilhavam entre si o amor, ainda que demonstrado da forma mais violenta as vezes.
Mas antes dos meninos, haviam um casal, que traziam consigo, cada um a sua história, que pelas mãos caprichosas do destino se encontraram e formaram uma vida juntos, vida que gerou mais vidas, as vidas dos cinco meninos que tiveram sua infância roubada no momento em que souberam que sua mãe morreria. A morte habitou a casa deles por muito tempo, só a teimosia de uma mãe mesmo para fazer a morte esperar.
Cinco meninos em uma casa sem mãe e sem pai, isso mesmo, meses após a mãe morrer o pai sumiu. Os meninos tiverem então que se virar, pelo menos o mais velho tinha 18, mas o mais novo era ainda só uma criança. E é pelo caçula em que os bichos entram em cena, para preencher, ainda que só um pouquinho, o vazio que existia ali.
Aos trancos e barrancos, se agarrando uns nos outros, os irmãos vão crescendo e quem narra tudo é o irmão mais velho, é ele quem conta a história deles, mas principalmente de Clay.
Anos após o pai ter sumido, ele reaparece na vida dos rapazes e está ali para pedir ajuda, ele quer construir uma ponte na cidade onde ele vive agora. Você pode imaginar com que frieza ele foi tratado, todos os filhos disseram não, mas um deles mentiu, um deles foi embora para ajudar o pai, um deles ajudou a construir uma ponte, um deles fez uma ponte que todos precisavam
Talvez você se pergunte agora, o que há de tão especial nesse livro e eu te respondo que são as histórias, a vida, os personagens e a ponte. Se pensarmos muito a fundo, dá para fazer um paralelo entre os irmãos e os bichos, dá para achar um sentido por trás de cada palavra do autor, dá para tirar o significado de cada história, que é muito maior do que a da história em si.