Paulo 30/12/2018
O natal é uma festividade voltada para a união e o carinho para aqueles a quem amamos. Apesar de ter tomado um rumo mais materialista de meio século para cá, essa continua a ser uma verdade. Nesse conto, Larissa Siriani nos coloca diante de uma família que precisa resolver algumas de suas questões internas e entender qual é o caminho a ser seguido.
Somos colocados diante de uma reunião de família onde um pai tenta encontrar um rumo à sua vida após perder sua esposa Amélia. Ângela, sua filha, é uma jovem menina que precisa dividir com o resto de sua família os momentos em que ela costumava passar com o pai. Estamos diante de um romance de época, com alguns detalhes retirados de fatos históricos. É bacana ver como a autora pegou esses elementos para criar uma história só sua a respeito do amor e do seguir em frente.
A escrita da autora é muito boa e bem tranquila para os leitores. É possível ler o conto inteirinho de uma só vez tamanha a velocidade que ele tem. O que eu gostei particularmente na narrativa é como ela é capaz de nos fazer importar com os personagens. A gente realmente sente uma empatia por eles. Vamos entendendo como cada personagem funciona, quais suas virtudes e defeitos. Isso dá uma tridimensionalidade a eles.
No fundo, a história é sobre o protagonista seguindo em frente. Aceitando a morte de Amélia, sua falecida esposa. Ele sequer é capaz de pronunciar o nome dela. Ou seja, ele ainda não foi capaz de entender que ela partiu e aqueles que ficaram precisam de sua força. Sua irmã Berta percebe o que está acontecendo com ele e tenta ajudá-lo da melhor forma possível. O curioso é que ele demora a entender que o processo pelo qual ele está passando é virtualmente o mesmo que sua filha também passa. Mas, ele está tão centrado em seus sentimentos que não consegue enxergar adiante.
Enfim, O Natal dos Brachmann é uma bela história e certamente vai entreter todos os fãs de romances de época, além daqueles que simplesmente buscam uma bela história natalina. Uma escrita dinâmica e personagens cativantes tornam tudo mais gostoso e a gente fica com aquela vontade de continuar a habitar a casa daquela família.
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