Resenhas - Todas as cores do céu

Bookster Pedro Pacifico 26/02/2020

Todas as cores do céu, de Amita Trasi
#parceriabookster - O cenário desta história é a Índia do final da década de 90, retratando a sua estrutura social dividida em castas e a submissão do povo indiano às suas tradições.

Mukta, protagonista da obra, nasce em uma casta de mulheres que, em respeito aos deuses, devem colocar seus corpos à disposição dos homens. Seu destino, portanto, já está traçado desde sua infância e, inevitavelmente, ela trabalhará como uma prostituta. Sendo assim, com pouco mais de 10 anos, Mukta deve passar por seu ritual de iniciação: a perda da virgindade. A beleza da personagem se destaca e isso pode garantir um espaço nos prostíbulos das grandes cidades.

Entretanto, Mukta tem a sorte de ser salva por um homem desconhecido, que a leva para morar junto com sua família. Lá, ela conhece Tara, a filha única da casa. A partir disso, as diferenças de castas entre as garotas entra em conflito com uma possível relação de amizade que tenta se desenvolver. Quando a situação parece melhorar, Mukta é sequestrada e retorna à vida a que as mulheres de sua casta devem se submeter.

A obra é narrada por Mukta e Tara, por meio de capítulos que vão se alternando e revelando a triste vida de Mukta e a luta de Tara para reencontrar a “irmã” que nunca teve. A leitura é fluida e a autora consegue traçar um retrato muito interessante da Índia contemporânea, marcada pela exploração do sistema das castas e a pobreza das grandes cidades. Durante a leitura, cheguei a me questionar em alguns momentos: Como algo tão absurdo pode acontecer nos dias atuais? A obra ainda desperta reflexões sobre a condição da mulher, a força da amizade e a possibilidade de manter a esperança mesmo nas situações mais desafiadoras.

Confesso que em algumas passagens senti que a autora se perdeu no enredo, focando, desnecessariamente, em alguns fatos e criando situações não tão verossímeis. Mas isso não tira a qualidade e importância da obra, que impacta o leitor ao mesmo tempo em que ensina sobre cultura e crenças bem peculiares. ⠀⠀
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“A esperança é como um pássaro. Quer se manter em movimento, por mais que se tente aprisioná-la.”

site: https://www.instagram.com/book.ster/

Taina429 21/07/2020

Todas as cores do céu
ALERTA: GATILHO NÍVEL MÁXIMO!

Eu passei o livro inteiro em choque, e chorei tanto que estou realmente preocupada com desidratação.
Eu suportei 380 páginas através de dor, miséria,culpa, morte, corações quebrados, surto, choro, mais morte, separação, tristeza, depressão... Eu já falei morte? E o pior de tudo, eu sei que tudo isso é real, e que nem todas as histórias tem um final feliz.
Esse livro foi um choque de realidade, todos estamos acostumados a conhecer o melhor dos lugares, pontos turísticos, alta sociedade. Mas esse livro é oposto, ele te faz ver cada parte podre, e ainda ter aquela chama de esperança no final.
Sinceramente, é difícil ser mulher, ter medo de andar na rua, sempre ficar olhando para trás, por medo, não fazer contato visual, ter que obedecer os padrões da sociedade, ser vista apenas como um pedaço de carne... E no final do dia mais uma foi estuprada, mais uma foi morta, mais uma se suicidou, no final, outra de nós sofreu feminicídio.
No final do dia, para eles foi só MIMIMI.


Ps:EU SOU FENINISTA E NÃO TENHO MEDO DE FALAR.

cris.leal 16/06/2020

Desperta empatia...
Historicamente falando, a sociedade indiana é dividida em castas e a casta determina toda a vida de uma pessoa desde o momento do seu nascimento até a morte. No romance de Amita Trasi vamos conhecer Mukta, uma criança nascida numa pequena aldeia do sul do país, vinda de uma longa linhagem de devadasis. Uma devadasi não é dona do seu corpo, é uma serva da deusa hindu Yellamma, e tem como função servir de prostituta para os homens da sua comunidade.

Aos 10 anos, Mukta é salva deste terrível destino por um homem de casta superior, que a leva para viver em Bombaim com a família dele. Na casa, Mukta passa a fazer tarefas domésticas e, apesar de não ser querida pela esposa do homem, consegue estabelecer um laço fraternal com Tara, a filha dele, que tem quase a mesma idade que ela. As duas meninas vivem como melhores amigas até 1993, quando dois acontecimentos abalam a família: a morte da mãe de Tara em um ataque terrorista e o sequestro de Mukta, que acontece logo depois.

Já adulta, e após uma longa temporada vivendo nos Estados Unidos, Tara retorna à Índia determinada a descobrir o paradeiro de Mukta, certa de que ela, muito provavelmente, foi obrigada a cumprir o destino de se prostituir. Através de relatos alternados, vamos conhecer a luta árdua de Tara para encontrar Mukta e a esperança desta de ser encontrada pela melhor amiga. A história é profunda e provoca empatia. Difícil não se compadecer com o sofrimento de Mukta ou não se envolver com o sentimento de redenção que impulsiona Tara.

Pesquisei e descobri que, em 1982, o sistema devadasi foi proibido pelo governo indiano, no entanto, a tradição das devadasis ainda existe no sul da Índia e em outros pontos do país de forma escondida. Várias ONGs trabalham para acabar com essa prática, vista pelas famílias como tradição. Este livro, com certeza, faz um alerta sobre as mazelas da prostituição infantil e do tráfico de mulheres. Leitura mais do que recomendável.


site: https://www.newsdacris.com.br/2020/06/resenha-todas-as-cores-do-ceu-de-amita.html

Fê 01/02/2021

?Os livros são melhores do que o mundo que que vivemos?
De fato! A história de Tara e Mukta mostra quão cruel pode ser a realidade para mulheres de castas inferiores. Mais uma ficção histórica necessária, para que possamos conhecer e lutar contra a escravidão sexual de meninas e mulheres. Bem escrito, fácil de ler, mas difícil de digerir!

Nanda.Santos 23/10/2020

Esse livro foi uma indicação de uma pessoa aqui do Skoob, apesar de ser uma leitora constante de Thriller, ele chamou muito minha atenção . Através do seu enredo bem desenvolvido, o livro trata do sistema de castas que ainda perdura na Índia, bem como as suas implicações na vida de mulheres que apesar de exploradas não deixam de ter esperança de dias melhores. A história comovente de Mukta causou em mim uma diversidade de sentimentos e senti que marcou a minha vida. Super indico!

brunarsou 11/07/2021

Todas as cores do céu
Que livro incrível! Apesar de abordar temas impactantes, a autora conseguiu escrever a história de uma forma muito fluida, de modo que ele não se tornou maçante nem em ser bastante descritivo. Devorei ele em menos de 48 horas, estava ansiosa para saber o que havia ocorrido entre Tara e Mukta e qual seria o desfecho delas, e apesar de esperar um pouco mais de desenvolvimento nos últimos capítulos, não foi o suficiente para me fazer baixar a minha nota. Esse livro escancara para nós uma realidade que muitas vezes não conhecemos ou preferimos ignorar, é, como vi em outra resenha: "fácil de ler, difícil de digerir", mas para além disso passa uma mensagem muito forte de esperança. Amei!

Adriana 08/06/2022

Todas As Cores do Céu - Esperança
Nossa, que livro, que leitura.
História de uma menina chamada Mukta, triste, sofrida. Mas ela tem esperança de ver um céu mais azul, mais brilhoso...
A Aldeia de Ganipur é fictícia, assim como os personagens, mas há na região aldeias parecidas q praticam a tradição devadasi e forçam meninas a se prostituir. A tradição do templo é muito comum nos extratos mais pobres da sociedade.
A idéia deste romance nasceu da própria experiência da autora de crescer com a filha de uma empregada q trabalhava para sua família em Mumbai, na Índia. Onde a autora nasceu e cresceu. A menina se chamava Shakuntala, que foi sua grande inspiração.

Por mais empatia; por mais Muktas...
Super recomendo esta leitura.

Erica Gomes 12/11/2021

Ainda estou processando essa leitura.
Me tirou totalmente da minha zona de conforto, é uma cultura totalmente diferente.
A escrita da autora é incrível e esse livro me prendeu do início ao fim.
Esse livro é triste, emocionante, pesado, cheio de esperanças.
A Mukta sofreu demais, por ser mulher e por ser uma casta inferior. A avó dela foi uma pessoa horrível e fez com que ela passasse por tudo isso, a parte da Mukta logo após a cerimônia de casamento com a deusa é do cortar o coração. Triste as meninas serem iniciadas na prostituição tão novas.
Emocionante o momento em que a Tara descobriu que a Asha era filha da Mukta.

Aline 06/09/2020

As cores do céu
A autora mostra o retrato da Índia da década de 90, como seu sistema de castas e as suas tradições funcionam ao longo das gerações. Mukta é uma menina nascida na Índia, pertencente à uma casta que seguindo um ritual antigo entrega meninas de aproximadamente 10 anos a iniciar uma vida na prostituição. A tradição diz que elas devem servir a qualquer homem, e que nunca poderão se casar. Após sua avó colocar Mukta para fazer o ritual, ela é salva e levada para a casa de Tara, filha do homem responsàvel por ajudá-la. As duas estabelecem uma amizade que após uma grande tragédia fica estremecida. Quando tudo não parece piorar Mukta é sequestrada e Tara permanece sem notícias por muitos anos, tentando restabelecer sua vida nos Estados Unidos com seu pai. Após anos Tara decide retornar para a Índia e retomar a busca para encontrar a amiga. A história é contada em primeira pessoa com capítulos alternados entre Tara e Mukta. Assim, a autora mostra como passado e presente vão se encontrando ao longo da história até que conseguimos completá-la e compreendê-la. A busca por Mukta e a descoberta sobre o passado, torna o livro totalmente viciante e, apesar das cenas que acabaram comigo, chorei em muitos momentos, acabei me pegando sem conseguir largar a leitura. Amo livros que contam um pouco sobre outras culturas, mesmo que me causem um desconforto e um choque cultural como em Todas as cores do céu.

Márlon 24/06/2021

Mais uma história de violência e dor contra mulheres a partir do reforço de uma cultura arcaica, machista e extremamente tóxica. O romance é envolvente e muito bem construído.

Lara 30/01/2022

?
Uma narrativa pesada para lidar, não somente pelo peso emocional da história como a realidade das mulheres na Índia.

skuser02844 15/01/2021

Uau
Uau! É isso que tenho a dizer sobre esse livro.

De uma sensibilidade impressionante, o livro nos cativa ao narrar uma realidade tão diferente da nossa, retratando as diferenças na Índia em razão das castas e os bordeis.

Recomendo de olhos fechados.

Geórgia 14/09/2020

Sobre ser menina na Índia
Todas as cores do céu conta a história de duas meninas indianas, de estratos sociais distintos, cujas vidas se cruzam e nasce uma amizade. A autora consegue transportar o leitor para a Índia dos anos 90 com o sistema de castas e a pouca mobilidade social. A narrativa prende muito, cada parte deixa uma curiosidade para a seguinte.

Diferente da maioria dos livros com mais de um ponto de vista, nesse, ambas as narradoras são igualmente interessantes. Senti que as coisas demoraram a se desenrolar e o clímax se resolveu muito fácil, apesar de gostar de finais felizes e ter lido toda a história esperando por um, esse não me convenceu muito.Também achei que a autora exagerou um pouco nas frases de efeito em todo o livro. Gostei de como os personagens foram construídos, não há um bom samaritano, todos tem seus pecados e os ?bons? são os que vivem tentando ser melhores apesar de suas contradições. A única personagem realmente inocente tem o destino selado por ter nascido menina... é triste.

Apesar dos momentos mais densos de violência, pobreza e prostituição o romance tem um cenário rico, personagens que geram apego e uma mensagem de esperança e amizade.

Thayna Cursino 18/01/2024

Uma leitura muito difícil e impactante. O final me deixou sem palavras. Demorei para ler e em alguns momentos tinha dificuldade em dar continuidade, a vida foi tão cruel com os personagens que a leitura era pesada. Mas vale a pena, foi uma experiência que me trouxe muitas reflexões.

@larimours 16/09/2021

Emocionante
Ótimo livro pra sair da zona de conforto e adentrar em outra cultura, que é tão diferente da ocidental pt-br.
Emocionante e envolvente na medida certa, nos faz entrar dentro da história e criar laços com as personagens, maravilhoso.