The Memory Police

The Memory Police Yoko Ogawa




Resenhas - The Memory Police


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dani 26/09/2021

Delicadeza da memória
Quando eu tinha 11 anos, tive pneumonia e passei vários dias sem ir à escola. Entre um estado febril e acessos de tosse, ouvia incessantemente um CD com composições de Chopin. Uma faixa em especial me atraía e eu chegava a colocar no modo "repetir", ouvindo a mesma música várias vezes seguidas. Depois disso, para minha surpresa, não importa quanta vezes eu ouça esse álbum, não consigo mais identificar essa faixa, como se ela tivesse sumido do CD, desaparecido para sempre.

Acredito que essa sensação estranha é a mesma vivenciada pelos personagens desse curioso romance distópico. Tendo como cenário uma ilha onde as coisas "desaparecem", sejam materiais ou imateriais, a história gira em torno de uma escritora, seu editor e um senhor que mora na antiga balsa ancorada no cais. A misteriosa e temida Polícia da Memória representa uma opressão constante, ao realizar a função de certificar que tudo o que desaparece seja esquecido.

A narrativa, em si, não foi a parte mais marcante para mim. Surpreendentemente, enquanto lia esse livro sobre esquecimento, fui recuperando memórias que eu nem sabia que guardava. No fim das contas, a leitura se tornou uma experiência bastante emocional.

"A polícia da memória" é meu segundo livro da escritora japonesa Yoko Ogawa. No livro "O museu do silêncio", também temos lugares e personagens que não têm nome e uma sensação de isolamento e incomunicabilidade. Utilizando esses elementos, a autora constrói uma angustiante alegoria sobre memória, autoritarismo, resistência e desistência.
Joao 26/09/2021minha estante
Nossa, a premissa é muito interessante!!


joaoggur 26/09/2021minha estante
Grande resenha!


dani 26/09/2021minha estante
Esse livro foi uma das descobertas do ano! Valeu muito a leitura.


Isadora1232 15/03/2022minha estante
Excelente resenha, Dani!!


dani 15/03/2022minha estante
Obrigada, Isadora! Espero que goste do livro.




dmitrivileheart 28/05/2021

Esse livro foi uma experiência e tanto, apesar de ser uma história curta eu consegui me conectar bem com os personagens e com todos os problemas que enfrentavam, o principal sendo a polícia da memória.

Para algumas pessoas essa leitura pode ser monótona e cansativa, mas para mim valeu totalmente a pena pela escrita incrível e muito tocante da autora, e também como os minímos detalhes são os que mais impactam durante a trajetória do livro.

Na ambientação sempre tem um clima meio tenso e pesado, já que um dia vc pode acordar com a notícia que alguma coisa do seu dia a dia sumiu, ou melhor dizendo, a polícia diz que deve desaparecer, trazendo também algo distópico? pelo jeito que quase todos aceitam isso e seguem com a vida, até chegar num ponto onde é impossível ignorar.

Foi uma leitura incrível e memorável, eu só não dou uma nota mais alta pela falta de aprofundamento na questão que mais me intrigou, que foi justamente a polícia, e o final apesar de já termos alguma idéia do rumo acabou me deixando querendo mais, um final aberto até.

Mas no geral, valeu totalmente a pena, cada personagem tem um lugar no meu coração e não tem um dia que eu não me lembre de uma citação que me fez chorar horrores ou de uma relfexão que tenho por vezes por causa desse livro ???
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Isadora 09/04/2021

Fui tapeada!
Fui realmente tapeada por esse premissa! Imaginava que esse livro tinha tudo pra ser uma ótima ficção científica/distopia, mas ficou longe disso.

Fiquei muito interessada em conhecer a "memory police", como ela funcionava, quem estava por trás dela, os motivos etc... mas o livro acaba focando em outras coisas. Outras coisas que acabam sendo chatas, porque os personagens nem são bem desenvolvidos.

O que salvou 1 estrela aqui, na minha opinião, foi que tem uma história dentro da história. A personagem principal escreve romances, e as duas narrativas parecem dialogar uma com a outra. Mas fora isso, decepção.
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leticia 20/01/2020

"even if paper itself disappears, words will remain"
escolhi ler esse livro depois de assistir um vídeo dessa booktuber canadense que eu gosto muito. foi basicamente uma leitura "às cegas", já que não pesquisei nada sobre a história antes de começar. fui achando que seria uma coisa e acabou sendo o completo oposto. o fato de que o livro é dos anos 90 e de uma autora japonesa explica muito. se você procura uma história cheia de acontecimentos e reviravoltas, pode escolher outra. "the memory police" é sutil e contemplativo, não encontramos nenhuma explicação para as centenas de dúvidas que surgem durante a leitura. o desaparecimento de objetos, animais e até partes do corpo é uma grande alegoria e nos faz refletir sobre como governos autoritários nos roubam do nosso sentido de individualidade e como, muitas vezes, por mais que as pessoas se esforcem para se adaptar às novas situações, sempre há um limite para o que se pode suportar. esse livro nos mostra a importância de ser (e de se sentir) inteiro e o perigo que a perda de nossa própria voz representa.
pauloetc 20/09/2020minha estante
Concordo com você que a história é uma alegoria, mas discordo que tenha qualquer coisa a ver com governos autoritários. A "policia da memória" é simplesmente uma alusão ao caráter temporário de todas as coisas, tudo deixa de existir quando não existe mais ninguém para lembrar delas, inclusive as pessoas. A ideia de incorporar uma força policial a história nada tem de política e sim como uma forma de demonstrar que a força do esquecimento vai além das nossas vontades. A "perda da voz" dela, exemplificado pela história da torre do relógio não é um risco e sim uma constatação. Nós desapareceremos. E não adianta tentar se agarrar as memórias coletando-as como objetos como fez o R. ou o professor de datilografia, pois pode se tornar uma obsessão doentia e sem frutos.




Daniel Andrade 02/05/2021

Possivelmente uma das maiores decepções literárias que já tive.
Desde o dia em que li a sinopse achei que este seria um livro 5 estrelas, favoritado etc etc. Aconteceu o oposto. A história tem momentos bem bacanas, mas tem muita coisa que pra mim não fez sentido. Não é dado, em nenhum momento, a explicação de como as coisas desaparecem. Não faz sentido! A única coisa boa mesmo foi a relação com o R e com o Old Man, de resto...
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heitor 18/09/2022

Estou devastado
Colocar em palavras o que esse livro me causou, os sentimentos que ele me trouxe e a imensidão de espaços que ele abriu em mim, é uma missão IMPOSSÍVEL!

Essa leitura é uma experiência única e foge completamente de tudo que eu tenho hábito de ler! O livro despertou tantas coisas em mim, me fez questionar a mim mesmo e as coisas ao meu redor. Conseguiu me tocar de maneiras que nenhum livro fez antes. O luto que ele deixa, o vazio existencial que ele abre, é tão forte e concreto que dói fisicamente!

Mesmo sem ter um objetivo aparente no enredo em si, a trajetória faz você mergulhar num emaranhado de pensamentos que nem sempre tem como pôr em palavras: na maioria das vezes eu me pegava sentindo e compreendendo o que a autora queria passar, mas sem conseguir expressar de fato o que era!

As analogias são inúmeras e as interpretações sem fim, deixam um espaço para preencher com aquilo que mais te toca.

Pensei em parentes que morreram, um amigo meu que faleceu esse ano e em todas as memórias grandes e pequenas que tive com eles. Me fez olhar para os que ainda permanecem com uma visão tão íntima, de que o fim é a única certeza e aproveitar o instante, enquanto tudo se esvai, é o único modo de aproveitar o trajeto.
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Ricardo 14/08/2023

Muito difícil não ir com uma expectativa diferente, sendo esse livro uma espécie de variante de 1984. Mas apesar da premissa semelhante, a dinâmica é totalmente diferente, algo mais contemplativo. É belíssimo, o livro vai se tornando puro conceito jkkkk. Mas definitivamente não é o que eu esperava, se tratando de uma história de um estado autoritário.
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morozovastag 20/10/2023

A persistência (ou não) da memória
Conheci esse livro através da indicação de uma gringa no tico teco. Uma capa com um ar misterioso (e um design cativante) me fizeram ir de cabeça num livro que eu nem sabia bem da história.
?A Polícia da Memória? é um livro de uma sutileza maravilhosa, com um decaimento gradual da humanidade dos personagens. Talvez, o mais curioso dessa narrativa seja o fato de que o único personagem nomeado nesse livro é ?R?, o único capaz de fazer o impossível: reter memórias.

E, sim, esse tem tudo. Uma pitada cativante de romance trágico, dor existencial, humanidade, sociedade e totalitarismo, tudo abordado com uma precisão que faz da leitura um acalento (ainda que doa um monte.)

As memórias são nossa matriz. São delas que somos feitos, e, sem elas, simplesmente desaparecemos. Quando as palavras, a vida, os arredores e os traços humanos da vida desaparecem (no caso da narrativa, com o auxílio de um Estado opressor), nós, por conseguinte, ainda que a forma orgânica permaneça, sumimos;

Sumimos pois a alma é feita de memórias.

Eu não sei vocês, mas esse talvez seja meu tipo favorito de livro:
Os que nos ressuscitam em meio à monotonia do dia a dia, como esse fez comigo.
Quando tudo parecia ter deixado de ser real, quando sequer me sentia, essa história me fez sentir.

E esse é o ato mais humanos que existe.

Um merecidíssimo 5/5.
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Carolina.Lausmann 24/02/2024

Quando peguei o livro para ler, fiquei bem interessada pela premissa: um mundo onde as memórias são sistematicamente apagadas e objetos desaparecem conforme são esquecidos.
A ideia prometia uma reflexão profunda sobre a natureza da memória e da identidade. No entanto, à medida que avancei na leitura, a empolgação inicial deu lugar à decepção. A boa ideia é mal executada, resultando em diálogos fracos e uma narrativa rasa. No geral, para mim o livro não funcionou.
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Mel Rodrigues 30/01/2021

Esses livro nunca vai dessaparecer da minha mente
Possivelmente o livro mais sensível que eu já li, é impressionante que ele tenha sido escrito nos anos noventa quando parece tão atual - a ficção simulando as sensações da realidade moderna com tanta clareza.

Ler esse livro foi uma grande experiência, afinal eu nunca havia tido contato com nenhum autor japonês anteriormente. É a sensação de ler um vídeo um ASMR, de estar em uma sala de estar e ser uma criança ouvindo uma história direto da boca de alguém.

Não é um livro cheio de emoção - mas é um livro cheio de emoções que levam você a confrontar a si mesmo.
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Kauane 26/08/2021

Quando li a sinopse parecia ser tão promissor, nem tinha completado metade do livro e eu já sabia que não aconteceria nada e antes mesmo de qualquer desaparecimento eu já sabia como iria se desenvolver o diálogo, não gostei.
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Luisa 07/06/2022

Não é pra todo mundo
Esperava outra coisa pela sinopse, mas me surpreendi positivamente. Uma história sobre resignação, luto, rebeldia, amor, política... A interpretação é você, leitor, que escolhe, mas tenha certeza que essa obra vai te tocar. Bem construída, bem explorada e bem escrita. Um livro profundo que não é pra todo mundo.

A sensação que eu tive é que era uma história dentro do universo de Saramago. Parece que um personagem vivendo dentro de uma ficção de Saramago decidiu contar sua história, do seu ponto de vista; de dentro do universo, vivendo os eventos de cataclisma criados pelo célèbre autor.

Vale a leitura e reserve um tempo pra digerir. Daqueles livros que deixam uma baguncinha gostosa dentro da gente.
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Sara 19/01/2023

Mistura de 1984, Fahrenheit 451, e outras coisas
Sinopse: Acompanhamos uma história em primeira pessoa, esse mulher vive em uma ilha que tem uma lei peculiar: de tempos em tempos as coisas deverão ser esquecidas. Pra manter elas esquecidas, a polícia da memória mantém a ordem do lugar, averiguando se todos os resquícios e as memórias foram extintos da ilha.

Inicialmente eu pensei que era somente sobre a existência de objetos físicos, mas se considerarmos a existência de um objeto somente pela materialidade em si, nós perderíamos toda a sua existência em relação ao outro tbm, por assim dizer. E com o decorrer do livro, nós percebemos que vai muito alem disso.

Ele é um texto fluído, a leitura é rápida, mas com pouca ação dos personagens, e talvez essa passividade diante do cenário (um governo ditatorial ) tenha me incomodado ao ponto de não apreciar a obra.
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alymscofield 03/02/2024

Memória é tudo
Um livro repleto de dualidade, mostrando os problemas da opressão do governo enquanto alguns se adaptam as loucuras e outros são apagados por nunca esquecerem
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carolnepm 03/05/2023

Realmente a resenha engana um pouco, mas vendo as referências da autora (kafka) fica fácil de entender o conceito do livro. foi um pouco difícil pra mim, não esperava que oblívio fosse denso do jeito que foi, mas ao mesmo tempo era tudo tão bonito que não consegui ficar brava, só um pouco entediada. é um estilo de livro novo pra mim, mas conheço mtos que gostam, então não foi de todo mal talvez eu leia outros da autora.
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