A Marcha - Livro 2

A Marcha - Livro 2 John Lewis...




Resenhas -


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Kirla 30/01/2023

Seguimos acompanhando o congressista John Lewis, contando sobre sua vida na luta estudantil e nas organizações contra a segregação racial, suas vitórias e pesadelos.
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Thiago 06/12/2021

Muito bonito
A continuação da história se dá por meio de acontecimentos marcantes e a qualidade do desenho se mantém muito bonita, mas acredito que há alguns problemas de ritmo. Mesmo com fatos em si extremamente significativos, o ritmo não prende tanto o leitor. Martin Luther King poderia ter um papel mais destacado, especialmente nos acontecimentos da Marcha sobre Washington.
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Paulo 11/08/2020

Este segundo volume retoma a narrativa do volume anterior mostrando o desenvolvimento de John Lewis nos grupos de defesa dos direitos civis dos negros. Em um momento como esse mês de maio e junho de 2020 em que novamente se volta a discutir como o Estado persegue a população afrodescendente, uma HQ como A Marcha se torna ainda mais essencial para nós como sociedade. Parece providencial e premonitório o quanto a trajetória de John Lewis espelha os problemas vividos ainda hoje. O Brasil aparece como um expoente negativo nessa luta étnica já que o preconceito que era sutil, porém latente nas entranhas formadoras do país ganharam vulto após um recuo conservador nos últimos anos, colocando o lado elitista e patriarcal na frente de ações nitidamente antidemocráticas.

Artisticamente falando esse é um volume bem mais carregado do que o anterior e isso está claro em um emprego maior do preto e das sombras. Powell nos mostra toda a sua habilidade em dar poder às cenas, seja através do emprego de uma quadrinização não habitual, ou pelo simples posicionamento dos personagens em cena. Uma simbologia legal empregada ao longo de toda a HQ é que personagem está na frente ou no fundo. Por exemplo, todas as vezes em que Martin Luther King está presente, a arte o mostra proeminente e no centro. Já John Lewis ora está centralizado nos quadros quando se trata de uma reunião de seu grupo ou mais ao fundo quando em cerimônias oficiais. Só vou reclamar um pouco que esta HQ ficou muito carregada de palavras. Entendo a necessidade de apresentar melhor os fatos históricos, já que esse é um momento-chave para a luta pelos direitos civis nos EUA, mas o primeiro volume foi altamente elogiado justamente pelo fato de o artista não ter empregado tanto o letreiramento.

Só recomendo aos leitores que forem mais sensíveis que esse segundo volume tem algumas cenas de violência bem pesadas. Isso porque ela representa o acirramento das tensões entre os negros em luta e os brancos conservadores. Os momentos tensos das viagens pela liberdade e quando eles ficaram presos no Alabama são terríveis. Recomendo bastante calma nessa leitura, e caso necessário, respire um pouco e depois retome. Por ser baseado em fatos reais, julgo essencial a manutenção dos fatos assim como eles se deram. Portanto, não dá para aliviar nesse sentido.

A narrativa segue um ritmo frenético do início ao fim. É importante destacar a transformação de John Lewis ao longo de sua jornada. De alguém que acabou se interessando pelos problemas dos negros a um líder de um movimento organizado. Em vários momentos ele teve a oportunidade de simplesmente desistir e tomar um rumo diferente. Mas, o seu chamado foi importante. Era algo que vinha de seu coração. Momentos em que sua vida foi colocada em perigo, quando ele foi preso, quando ele sofreu ataques físicos de brancos do sul. Uma cena emblemática que diz muito sobre como Lewis teve importância para esse momento transformador é o quanto ele tocou o coração de Robert Kennedy. A confissão do procurador-geral para ele foi algo surreal. E essa é a recompensa por uma luta justa: provocar o diálogo, promover a mudança.

Esse segundo volume é muito carregado. E aí dá para perceber o quanto da colonização e do escravismo sulista afetou a forma de ver o mundo das pessoas. Para quem acha que existe algum tipo de exagero no roteiro de Aydin, está muito enganado. É ali que está a base conservadora dos EUA, os defensores do porte de armas, aqueles que não entendem um mundo com igualdade social. Em determinado momento da narrativa somos colocados diante de pessoas que enxergam os manifestantes como menos do que seres humanos. É revoltante mesmo. Houve um lobby pesado para tratar os manifestantes como criminosos, porque somente dessa forma atos de violência policial seriam minimizados. É algo semelhante ao que acontece neste mês de maio e junho de 2020 nos EUA. Lewis teve problemas sérios nos estados de Minnesota e Alabama, sendo que no primeiro foi onde George Floyd foi morto pelo policial. A gente vê as cenas das agressões contra os membros do grupo de Lewis e eu consigo imaginar o mesmo se repetindo hoje. Por forças institucionais que deveriam preservar a lei e a ordem.

Vale destacar também como a narrativa é honesta e mostra que o movimento tinha suas diferenças. De um lado encontramos pessoas como Lewis que tinham regras de conduta pacifista e não desejavam a violência em seus protestos, apenas marcar seu ponto. De outro, homens com Malcolm X e tantos outros que não ficavam calados diante da violência e tinham seus momentos de revide. Mas, o diálogo e a opinião majoritária vencia no final. Havia também a necessidade de estudar a legalidade das ações e até onde eles poderiam ir em determinado lugar dos EUA. O nível de organização do movimento negro era incrível e os contatos com homens como Kennedy se tornou constantes. Se tornou essencial cobrar das autoridades uma mudança de postura. Para chegar até o ponto da marcha foi essencial todos esses passos anteriores.

A marcha em si foi um momento emocionante da HQ. Tudo culminava para aquele momento. Quando corações e mentes se tornariam um só, onde interesses precisavam ser deixados de lado em prol da igualdade. Os bastidores da marcha foram bem examinados pelo roteiro e nesse ponto é que eu digo que a HQ é uma narrativa muito honesta sobre esses momentos transformadores. Nenhuma pedra é deixada virada. Os grupos de interesse do movimento são apresentados e cada um deles tinha sua agenda. Fica o meu destaque para como a figura de Bayard recebeu seu mérito, um negro gay e que foi o homem por trás de toda a organização da marcha. Foi as mãos da construção daquilo que culminaria no final. |Conhecemos o famoso discurso de King sobre o sonho, mas eu gostei de ver um outro lado, o de Lewis e suas revindicações e cobranças sobre a luta do negro no sul dos EUA.

A Marcha é uma HQ fenomenal. Não à toa recebeu prêmios por onde passou. O roteiro arrepia a nossa pele. Sempre temos algum momento emblemático que serve como estopim para que Lewis continue sua narrativa. No primeiro volume foi o de uma criança entrando em sua sala e querendo saber um pouco mais sobre o senador; neste segundo volume é o momento da posse de Barack Obama em que ele faz o seu juramento à nação. A maneira como as cenas do discurso de Lewis se mesclam à da posse de Obama é sensacional. Só tenho a elogiar essa HQ, a dar 5 estrelas sem pensar muito.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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Alexandre 16/08/2022

Maldade humana que impressiona
Esse livro me mostrou como foram corajosos todos aqueles que lutaram contra o segregacionismo nos Estados Unidos.

É impressionante a maldade do pensamento supremacista branco. Uma série de crimes são perpetrados reiteradamente, e seus autores não demonstram um pingo de remorso e arrependimento. As autoridades - muitas delas - lavam as mãos ou simplesmente estão à frente das arbitrariedades todas.

O final deste segundo livro tem um pouco de catarse no discurso de John Lewis. Achei um pouco apagada a participação de Martin Luther King neste livro. Mas é melhor que seja assim, respeitando a história, do que "fabricando" um personagem que não existiu.

Talvez no livro 3 ele tome maior protagonismo. Neste livro, Malcom X também aparece, de forma lateral. Achei muito interessante mostrar como esse movimento era diverso.

Essa série de HQs vale muito a pena. O mais legal é que a estou lendo enquanto ouço episódios do podcast "Malcom & Martin", produzido pelo História Preta. Uma coisa complementa a outra. Um grande aprendizado com a História.
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Gramatura Alta 02/07/2019

http://gettub.com.br/2019/07/02/a-marcha-volume-1-e-2/
John Lewis fez parte do grupo dos Seis Grandes, que era composto por: Martin Luther King, James Farmer, A. Phillip Randolph, Roy Wilkins e Whitney Young. Todos eram presidentes ou fundadores de organizações de direitos civis e ações para terminar com a segregação racial nos Estados Unidos. Foram eles quem organizaram a Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade, de 1963, que reuniu mais de 250.000 pessoas para discursar e cantar pela justiça social e pelo racismo contra a população negra do país.


Atualmente, John Lewis é deputado federal dos EUA e um ícone no movimento pelos direitos civis. Durante sua vida, ele sofreu diversas agressões físicas, algumas graves, e foi preso mais de quarenta vezes por causa de seu ativismo para a igualdade racial. Um dos momentos mais dramáticos que viveu, ocorreu em 1965, quando ele tinha 25 anos e comandou 600 pessoas em um ato pacífico para a aprovação da Lei do Direito ao Voto para a população negra, e que mais tarde ficou conhecido como o Domingo Sangrento. Quando eles chegaram à ponte Edmund Pettus, sobre o rio Alabama, foram violentamente atacados pela polícia. A repressão brutal e covarde foi transmitida ao vivo pela televisão, comovendo todo o país e sendo responsável pelo início da queda das leis que sustentavam a segregação racial nos EUA.

É exatamente nesse ataque sobre a ponte que se inicia A MARCHA – LIVRO 1, uma HQ que foi idealizada pelo próprio John Lewis, com desenhos de Nate Powell, cujos traços e cores em preto e branco, com acréscimo de muitas tonalidades em cinza, entregam a dramaticidade necessária para compor a história, mas sem qualquer exagero. Além de conseguir destacar, da mesma maneira comedida, o que cada personagem transmite pelos olhos: desde compaixão, até ódio.

No primeiro de três volumes, acompanhamos o ano de 2009, poucos momentos antes da posse de Barack Obama como presidente, quando Lewis recebe duas crianças em seu escritório, e conta um pouco da sua infância na fazenda do pai, quando começou a compreender as leis racistas que impediam negros de andar nos bancos da frente de ônibus, ou de se sentarem em lanchonetes, ou de votar, ou mesmo de frequentar escolas e universidades de brancos.

Um dos momentos mais tensos da narrativa, acontece quando Lewis, ainda moleque, viaja com seu tio para uma cidade grande. No trajeto, eles atravessam dois estados conhecidos pela intolerância racista, e ele narra o medo de serem abordados no meio da viagem e sofrerem algum tipo de agressão. Eles precisam, até, planejar em quais postos de combustível poderiam parar, ou onde comer e dormir. A descrição de Lewis de como seu tio estava tenso, o ranger dos dentes, as mãos trêmulas e presas ao volante, os músculos que só relaxaram quando eles chegaram em segurança ao destino.

Outro ponto tenso da HQ, é a forte mensagem dos atos pacíficos. Nas escolas, quando eles planejaram as primeiras manifestações, fizeram treinamentos onde uns provocavam fisicamente e agrediam verbalmente aos outros, como treino para manterem a calma, para serem pacientes quando fossem realmente provocados. Eles praticavam para se manterem frios diante daquilo que iriam enfrentar. E nos primeiros atos, quando eles se sentavam nos balcões das lanchonetes para comer, onde só podiam se sentar pessoas brancas, eles se comportavam de forma irrepreensível, apesar de serem empurrados e ofendidos.

Em A MARCHA – LIVRO 2, cuja narrativa continua sendo intercalada entre a posse de Obama e o passado de John Lewis, as manifestações atingem um patamar mais dramático. O centro da história é sobre os ativistas que viajaram em ônibus interestaduais, na década de 1960, em direção ao sul dos Estados Unidos, a região que até hoje é conhecida e temida por sua segregação racial, e que ficaram conhecidos como os Viajantes da Liberdade.

Esse movimento tinha o objetivo de garantir que a população negra tivesse a liberdade de sentar em qualquer lugar nos ônibus, além de chamar a atenção para a ilegalidade dessa segregação, uma vez que a Suprema Corte dos Estados Unidos, em 1946, havia garantido que a segregação dos negros em ônibus públicos era inconstitucional. Entretanto, os estados da região sul ignoravam essas decisões e o governo não fazia nada para garantir o direito da população negra.

Os Viajantes da Liberdade iniciaram o movimento em 4 de maio de 1961, com uma viagem de Washington a Nova Orleans composta por um grupo misto de sete negros e seis brancos. A tática era de uma pessoa negra deveria estar acompanhada de outra branca no assento ao seu lado e pelo menos um viajante negro deveria estar nos assentos mais à frente, onde de acordo com os costumes dos estados da região sul, tais assentos deveriam ser usados preferencialmente por pessoas brancas. Os demais membros do grupo deveriam estar sentados de forma aleatória nos demais assentos do ônibus. Mas eles foram interceptados no sul pela polícia estadual e foram presos por diversas supostas infrações, todas contraditórias e absurdas, apenas para que não conseguissem chegar ao destino programado.

Algumas das viagens foram interrompidas de forma violenta pela polícia do sul, inclusive com a participação da Ku Klux Klan, que chegaram a atear fogo em ônibus e seguravam as portas fechadas, impedindo a saída dos ocupantes, esperando que eles morressem queimados. Felizmente, um investigador armado intercedeu, atirou para o alto e afugentou os agressores antes que a tragédia se concluísse.

Apesar de todas as agressões e dos riscos de morte, os Viajantes da Liberdade decidiram continuar, desta vez com uma escolta cedida por Kennedy, mas os motoristas das companhias de ônibus se recusaram. Os manifestantes foram convencidos de que já haviam chamado a atenção nacional para a causa dos direitos civis, resolveram abandonar o resto do trajeto e prosseguiram para Nova Orleans com passagens aéreas. Mas outros movimentos iguais começaram a surgir em outros estados, John Lewis participou de um deles, e acompanhamos tudo isso na HQ.

A MARCHA é uma obra que demonstra como se manifestar diante das injustiças, como ser ativo sem ser agressivo, como suportar os ataques e manter a cabeça erguida. E é curioso fazer um paralelo com outra HQ resenha no blog, JEREMIAS: PELE, que também trata do racismo (pode ler aqui). Na obra da turma de Maurício de Souza, acompanhamos o jovem Jeremias tendo a mesmas descobertas de John Lewis, mas de uma forma passiva, o que não quer dizer conformada. Nossa geração, ao contrário da geração do deputado americano, não aprendeu a lutar pelos seus direitos, a enfrentar os problemas de frente. Ela está mais interessada em usufruir aquilo que já tem, acha que é suficiente, mas esquece que ainda tem muito para conseguir. Nossa gração luta pelo que a atende de forma direta e individual, não está interessada na coletividade maior.

E é esse muito que falta, que você irá encontrar na luta de John Lewis nas duas HQs de A MARCHA, e no terceiro que ainda será lançado. Foi, e é, uma luta nos EUA, mas nem por isso é uma luta só deles. É uma luta de todos, brancos e negros, até que se deixe de dizer brancos e negros, e passe a se dizer pessoas. Sem diferenciar a cor da pele.

site: http://gettub.com.br/2019/07/02/a-marcha-volume-1-e-2/
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Alanna Aguiar 27/04/2020

Uma leitura indispensável!
Esse segundo volume nos apresenta uma história mais "pesada", porém igualmente inspiradora.
É uma leitura que toca na alma, te apresenta pessoas que foram tão corajosas que conseguiram marcar o mundo de uma forma tão positiva e inspiradora.
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Rafa 14/02/2023

Uma aula
Livro muito bom, uma verdadeira aula! Serve de inspiração, sem dúvida. Jovens guerreiros que nunca desistiram da luta e foram até o fim de maneira pacífica.
Amei e aplaudi muito o discurso do John Lewis para a marcha, foi bem cirúrgico e direto ao ponto sem rodeios, fico imaginando o quão emocionante foi ser representado por esses guerreiros: John Lewis e Martin Luther King Jr., dentre outros tão importantes para o movimento.
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03/05/2023

A Marcha - 2
Continuação da Luta pela liberdade mantém o ritmo e o aumenta, se possível. Conquista que veio com muita luta, sangue, suor, lágrimas e persistência. HQ maravilhosa, rica em detalhes e desenhos bem executados.
Aula de história para nunca ser esquecida.
Segue a luta.
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Armando.Edra 12/03/2024

O discurso que marcou a história
Confesso que, entre o primeiro e o segundo volume de "A Marcha", eu gostei mais do segundo, mas isso não tira o mérito e o primor do primeiro.

O que me fez gostar mais desse foi o aprofundamento que os autores dão para os movimentos sociais por igualdade racial no EUA, desde as caravanas e marchas até o famoso discurso do Dr. Marthin Luther King.

Reafirmo com uma convicção ainda maior que está obra deveria ser mais divulgada e também implementada nas escolas brasileiras e mundo afora.
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