baunilha 16/09/2010De todos os livros que li até hoje, esse é o que eu estou tendo maior dificuldade em escrever a respeito. Não por questões de ter gostado ou não. De antemão, já aviso que gostei. Gostei muito. Minha dificuldade reside em falar do livro sem ficar recontando a história ou mesmo analisar a personagem principal, que está longe de ser simples.
Como já falei, Mila não é nada simples. E não pensem nela como boa ou má. Apenas aceitem que aquela ali é ela. Uma “ela” que parece não ter sido sempre assim, muito menos que será assim para sempre.
Ao tentar resolver seus problemas, e a falta que sente do namorado, Mila faz e acontece. Desde passar a noite com caras aleatórios, buscando neles algo do ex, até chegar ao ponto de colocar sua própria vida em risco.
Mila não precisa de nenhuma “vilã” em sua vida, não precisa de alguém que tente arruinar seu futuro. Ela faz isso sozinha. Como cantaria Rita Lee, “pra pedir silêncio berro, pra fazer barulho eu mesma faço”. Acho que esse é meio que o lema de Mila.
Narrada em primeira pessoa, a história de Mila é daquelas que você vai lendo rápido, porque o ritmo que a Tammy colocou no livro é bem o ritmo da cabeça da protagonista: ligada em 220v. A leitura te provoca sentimentos conflitantes, desde raiva, passando pela indiferença e a vontade que ela se ferre mesmo, até a vontade sentar do lado dela e dizer “conseguir seu namorado de volta: você está fazendo isso errado!”
De tudo o que fica, ao final da leitura, é que, apesar de ficção, esse livro é completamente real. Quem não tem uma amiga (amiga, né… sei) que já não tenha feito uma loucura para reconquistar um namorado? Um fake no Orkut para stalkear a vida dele? Ou colocou uma foto com o novo namorado para o ex ficar com ciúmes? Pois então… O livro é repleto de situações que conhecemos bem e, olhando de fora, elas simplesmente nos parecem idiotas. Mas todo mundo fica um pouco idiota quando gosta de alguém (ou acha que gosta, whatever)…
E o final, bem… Eu não vou contar, obviamente, mas preciso dizer que adorei. Simplesmente porque me surpreendeu. Daqueles finais que eu gostaria que fosse, mas não imaginava que acontecesse. Adorei. Achei fantástico.
Por último, mas não menos importante, é preciso que se diga que a Tammy tem uma tremenda coragem de criar uma protagonista tão diferente, uma anti-heroína tão carismática, autossuficiente e movida pela paixão (s.f. movimento violento, impetuoso, do ser para o que ele deseja.).