Soares.Julio 21/06/2015
Somos a consequência do que aprendemos
Tenham em mente que farei a resenha do ultimo livro escrito por William Faulkner, vencedor do Nobel e de dois Pulitzer (um deles por esse livro), por isso peço que repensem em lê-lo agora sem conhecer suas obras anteriores. Digo isso não pela narrativa do livro ser mais difícil do quê das obras anteriores, o que não é, ou porque você precisa ter lido obras anteriores para entender esse livro, que não precisa, mas por ser um livro diferente dos demais que ele escreveu. Talvez você já deva ter ouvido que a leitura de O Som e a Fúria, Enquanto Agonizo e Absalão! Absalão! sejam difíceis, mas em sua ultima obra, sua narrativa é amenizada (mas sem se tornar padrão).
Os Invictos é um livro narrado por um avô, o Lucius Priest, que conta parte de sua infância onde várias descobertas são feitas e que o amadurecimento repentino fez-se necessário. Dois empregados, Boon e Ned, e Lucius, o neto do senhor da casa, partem em uma viagem com o carro do avô de Lucius sem o consentimento, e nessa viagem vão parar num bordel, vão conhecer pessoas com a moral decadente e se virão envolvidos em uma corrida de cavalos, tudo isso narrado pelos olhos de um agora velho no seu tempo de criança.
Com parágrafos esparsos, travessões e parênteses que auxiliam a narração de Lucius. O livro é uma história de causas e efeitos e conseqüências. Os personagens que transitam na história não possuem uma tonalidade preta ou branca, mas cinza; com causas e conseqüências; o modo como somos tratados é reflexo do modo de como tratamos as pessoas ou por meio de hierarquias.
A narrativa desse livro é uma das melhores que já li, ela flui de uma forma espetacular e as escolhas do modo narrativo escolhidas por Faulkner não podia ser melhor