Thainá - @osonharliterario 12/02/2019Uma história sobre se encontrar e se aceitar.Benjamin se vê como um fracassado. Trabalhando no caixa do Cine Fun e sem nunca ter conseguido passar em uma universidade, o garoto sente que não há um rumo certo para a sua vida. Somando a isso, tem a certeza de que é um desgosto para os pais, pois além do fracasso no ramo de trabalho também é gay. E, como se apenas isso não bastasse, andrógeno.
A sua maior paixão se encontra na pintura, porém, mesmo criando quadros incríveis, não consegue acreditar que tem talento para tal. Quando uma ideia compartilhada pelo Sr. Tino - o bibliotecário da cidade, amigo e conselheiro de Ben - sobre se inscrever para a melhor universidade de artes do mundo, fora do Brasil, atinge Benjamin, o garoto vê nisso uma oportunidade de provar para si mesmo que a pintura é algo maior do que um hobby.
Porém essa não será a única novidade na vida de Ben: ele conhece Conrado. Após ter sofrido diversas vezes por ter um semblante mais feminino, e isso ter afetado em possíveis relacionamentos que não chegaram nem a se iniciar, ao conversar pela primeira vez com o adorável desconhecido, Ben acaba por soltar uma pequena mentira, a qual tomará proporções grandes e o fará repensar sobre quem ele realmente é.
Através da narração em 1º pessoa temos uma conexão forte e mais profunda com Benjamin, já que há uma proximidade maior. Adentramos em sua mente e compartilhamos de seus pensamentos: a dificuldade em aceitar a si mesmo e conviver com as próprias diferenças; os problemas familiares e a falta de comunicação entre ele e os pais; a culpa e, ao mesmo tempo, o alívio em ser outra pessoa.
As conversas entre Benjamin e Conrado também tem muito a acrescentar na história e nas reflexões que a mesma traz. Ambos discutem sobre o amor, a vida e a morte, embasando-se em opiniões próprias e de filósofos renomados. E, claro, não podemos esquecer da presença importantíssima de Mônica, a melhor amiga de Ben. Uma garota rica que, mesmo tendo tudo ao seu alcance, almeja por algo maior: a sua liberdade.
Visões diferentes são cruzadas e discutidas, fazendo com que a história não seja massante, mas também nenhum pouco simples. Disserta muito sobre amor próprio, o ato do perdão e a violência por trás do preconceito. É um livro sobre ensinamentos e consequências.
O final deixou um "gostinho de quero mais", dando a impressão de que terá uma continuação, a qual já me sinto bem animada e curiosa para ter em mãos. O contato com a história me trouxe muitas sensações boas e ações que pretendo colocar em prática, como por exemplo não duvidar de mim. Codinome Sofia é uma bela história com grandes ensinamentos, principalmente para os mais jovens, mas também importantíssimo para os adultos.
Resenha completa no blog Sonhando Através de Palavras
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