Pós-extrativismo e decrescimento

Pós-extrativismo e decrescimento Alberto Acosta...




Resenhas - PÓS-EXTRATIVISMO E DECRESCIMENTO


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Ana 23/12/2019

Alternativas do Norte e Sul globais ao Capitalismo
Escrito em um momento de queda dos governos progressistas na América Latina e de fortalecimento de governos de ultra-direita ao redor do mundo, este livro busca analisar dois conceitos complementares que se apresentam como alternativas ao sistema capitalista: o decrescimento e o pós-extrativismo. Para os autores, é ineficaz esperar soluções realmente transformadoras dos velhos modelos políticos e econômicos que têm sido mantidos por governos tanto de direita quanto de esquerda, os quais nunca se abstiveram realmente de ceder ao neoliberalismo mais destrutivo.
Assim, as noções de decrescimento e de pós-extrativismo são criticamente analisadas como duas faces ainda fragmentárias de uma mesma força de ruptura. Ambas pretendem desmascarar a fantasia do progresso e do crescimento econômico como horizontes finais da sociedade, mudando o foco para a construção de uma vida plena, através do fim da subordinação da Natureza e do trabalho humanos; para um mundo centrado na autossuficiência e autogestão das comunidades. Porém, as discussões do conceito de decrescimento têm estado muito restritas ao Norte global, enquanto as do pós-extrativismos têm se concentrado no Sul.
A proposta deste livro é que essas duas forças se encontrem num terceiro conceito, mais adequado e radical, o de Bem-Viver. O crescimento e a exploração maciça dos recursos naturais, tanto no Norte quanto no Sul, precisam ser vistos como processos entrelaçados e historicamente codependentes. Ambos são aspectos de uma mesma estrutura de poder e dominação.
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Jess.Carmo 08/01/2022

O crescimento econômico permanente é impossível
Os autores entendem que o extrativismo é um dos principais conceitos que ajudam a explicar a origem do capitalismo moderno. O extrativismo é a prática de explorar grandes volumes de recursos naturais. Essa prática promove grandes impactos econômicos, sociais e ambientais nos territórios em que esses recursos são retirados.

Um conceito chave da obra é o de modo de vida imperial. Trata-se de ter automóveis, comer carne quase diariamente, possuir imóveis etc. Para os autores, esse modo existe desde a época colonial, porém era restrito às classes mais abastardas. Apenas e meados do século XX esse modo de vida se popularizou no cotidiano das pessoas do Norte global e mais tarde no Sul global.

O problema é que esse modo de vida implica também o aumento de exploração de recursos naturais para financiá-las. Ou seja, implica o aumento de exploração de territórios, exploração de mão de obra barata e descarte de objetos, criando oceanos de lixo. Além disso, existe uma série de incentivos desse modo de vida, já que é ele que passa a sustentar a acumulação do capital.

Entretanto, não se trata de uma crítica ingênua ao aumento do consumo. Não é uma obra que pretende mudar o estilo de vida das pessoas individualmente, até porque esse modo de vida imperial não é uma escolha individual, mas uma imposição do capitalismo. Dessa forma, não estamos falando apenas de um problema ambiental, mas de um problema econômico-social.

Assim, a economia verde não é uma solução, já que continua a reproduzir os padrões de mercado do capital. Portanto, não poderemos resolver a crise ecológica se não questionarmos os padrões produtivos que a provocou. Segundo os autores, "pode parecer paradoxal, mas os rejeitos e o lixo são também objetos de acumulação do capital. Os negócios possibilitados pela reciclagem e pelo reuso de matérias-primas [...] são enormes. Tais negócios se multiplicam, e pouco têm a ver com o aproveitamento sustentável do desperdício. Além disso, frequentemente submetem os seres humanos e os territórios a condições de extremas precariedade" (p. 86).

Os autores entendem que o mundo não é um reservatório inesgotável de recursos naturais e que sem justiça social nunca haverá justiça ecológica, já que não é a natureza que está em crise, mas as formas sociais que organizam como as pessoas se apropriam da natureza. Precisamos entender que a natureza não é externa à sociedade.

Um dos principais motivos que levam a essa crise social é o entendimento de crescimento econômico. Só seria possível crescer gradualmente todo ano se os recursos naturais fossem, de fato, ilimitados. Como não são, para que um país possa crescer é necessário subjugar outro e disputar os recursos naturais. A pressão pela redução dos direitos trabalhistas também se torna fundamental para a sustentação de crescimento econômico.

Precisamos, portanto, reestruturar nossa organização social-econômica. Os autores apostam na ideia de decrescimento, a saber, "um projeto multifacetado que pretende mobilizar apoio para uma mudança de rumos, tanto no nível macro das instituições econômicas e políticas, quanto no nível micro dos valores e das aspirações individuais. Neste caminho, muitas pessoas verão sua renda e suas comodidades materiais diminuírem, mas o objetivo é que não encarem esta redução como uma perda de bem-estar" (p. 117). Para isso, é necessário apostar também em novos "princípios normativos como a cooperação, a reciprocidade, a solidariedade e a justiça social" (ibid). Além disso, também é necessário colocar em xeque o próprio capitalismo.


site: https://www.instagram.com/carmojess/
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Lendo no mato 13/04/2021

Subvertendo ideias
Comprei esse livro para saber mais sobre esse tal 'decrescimento' que tanto tenho ouvido falar nos últimos tempos, e aí o 'pós-extrativismo' veio de lambuja (esse eu desconhecia). Afinal, uma ideia que prevê a paralização total do modelo econômico que rege nosso 'amado' cotidiano capitalista de destruição ambiental é no mínimo utópica (como deve ser!).

E como diz Eduardo Galeano, 'A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.?

Primeiro é bom falar um pouco sobre esses nomes difíceis, pós-extrativismo e decrescimento. A grande diferença entre eles, pelo que entendi, está na sua origem, enquanto um vem do sul global (nós, colonizados), outro vem do norte global (colonizadores). Cada um com suas respectivas motivações. Mas que basicamente tem o mesmo objetivo, o de sensibilizar e mostrar as pessoas que devemos parar de destruir o meio ambiente por dinheiro. ???? Que ideia absurda, não?! Isso caso desejemos continuar a existir e a coexistir com nosso planeta, claro. Caso contrário deixa tudo como está que tá de boa.

São ideias que de tão simples se tornam inconcebíveis para o nosso imaginário. Mas no entanto falam muito de justiça ambiental e social, além de criticar, e muito, governos progressistas (esquerda ou direita) que se elegem com discurso pró meio ambiente e na prática destroem o meio ambiente como governos desenvolvimentistas.

O livro vem para trazer justificativas e discutir esses modelos de vida. É bem interessante mesmo. A única parte chata do livro para mim foi o início onde ele fala muito sobre economia de maneira geral. ?

Ele também pincela um pouco sobre os ideais do 'bem viver' , que tenho minhas críticas, outro modelo de pensamento que tem sido cada vez mais discutido pelos sonhadores de plantão.
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mat 05/10/2021

Muito bom
Essa foi minha segunda leitura política, gostei muito, linguagem acessível, o livro mostra com muita clareza como algumas coisas acontecem dentro do sistema capitalista, como a superexploracao é feita nos países do Sul global, também cita outras formas de organização social, não necessariamente econômicas, mas a relação com o o todo.
com certeza vou ler outros livros dele
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Juliana 12/05/2022

Decrescimento
O livro traz reflexões sobre os dois conceitos do título: decrescimento e pós -extrativismo, apontando algumas saídas para a atual crise capitalista.
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