Um Corpo Negro

Um Corpo Negro Lubi Prates




Resenhas - Um Corpo Negro


10 encontrados | exibindo 1 a 10


maria @mariandonoslivros 13/05/2020

Uma obra poderosa.
Um livro extremamente importante. Uma obra que arranha a sociedade de modo poderoso. Lubi consegue tecer poemas que exaltam o corpo da mulher negra, ao recontar em um resgate lindo e rico a ancestralidade que muitos subjugam sem entender. É de sentir na alma. Suas palavras afetam, incomodam e ter o poder de modificar. É a representatividade em voz e foco.

"meu corpo é
meu lugar
de fala
e eu falo com meus cabelos e
meus olhos e
meu nariz.
meu corpo é
meu lugar
de fala
e eu falo
com a minha raça"

Beijos de luz, Maria ノ゚ο゚)ノミ★゜*。・+☆
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Fernanda.Silveira 25/08/2020minha estante
Olá! poderia citar aqui o poema que fala "um corpo negro esta completo quando...", não o encontrei em lugar algum e gostaria de cita-ló em um trabalho acadêmico, tentei comprar o livro mas também não encontro disponível. agradeço muito se pudesse fazer isto.




Laiza0 16/10/2021

Um corpo negro
Lubi Prates, nascida em São Paulo, 7 de novembro dde1o86, uma poeta, editora, tradutora, curadora e psicóloga brasileira.

Uma poeta, alguns poemas, muitas inquietações durante a leitura e um grito de liberdade de saber que o meu corpo negro é símbolo de resistência.

Obrigada Lubi Prates por essa partilha!
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Sandro 17/07/2022

Pesado
Um livro pesado e necessário na construção de uma empatia étnica. Muito bom... Prates vai ao ponto. Gostei.
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Dandara 26/08/2020

Um corpo negro
Poesias escritas a partir do lugar de fala de uma poetisa negra que passou pelo processo do reconhecimento, do tornar-se negra. A leitura nos penetra e rebuliça do título a página final. Quanta palavra cortante e necessária de ser escrita. Que livro!
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Thalita 17/04/2021

?Versos de raras contundências?
Literatura nacional e contemporânea, ?um corpo negro? fala poeticamente sobre ser uma pessoa negra, sobretudo, nesse país. Para quem tem a pele preta, o lugar de fala, o reconhecimento, para quem não tem, como eu, a escuta, respeito e reflexão.
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Gabi Buarque 20/01/2023

Um corpo negro
sou uma mulher branca de classe média que poderia fechar os olhos, como o poema sugere ou constata. mas encontros como esse, com a poesia de @lubiprates me silenciam num lugar; e suas imagens são território fértil de tanta reflexão, que eu jamais poderia voltar a mim. e é sob esse espanto de ordem poética, mas sobretudo de ordem política que escrevo.
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Renata (@renatac.arruda) 16/02/2019

Sem nenhum exagero, "Um corpo negro" já é um dos melhores livros que li esse ano. E a cada dia que passa se torna um dos mais importantes também, já que os poemas de @lubiprates, poemas de denúncia, na minha percepção, parecem sempre falar de algo que está acontecendo aqui e agora. Desde que li, todos os dias acontece uma situação horrível que me leva de volta ao livro. A primeira vez foi no dia seguinte: um navio que partiu do Brasil, levando para os EUA refugiados congoleses que estavam passando fome aqui, naufragou, matando dezenas de pessoas. Alguns desses congoleses trabalhavam aqui como ambulantes e tiveram sua mercadoria apreendida pela polícia. Na mesma hora, me lembrei dos versos de "condição: imigrante":
.
desde que cheguei
um cão me segue
&
não me deixa
frequentar os lugares badalados
não me deixa
usar um dialeto diferente do que há aqui
guardei minhas gírias no fundo da mala
ele rosna
.
(...)
.
um país que te rosna
uma cidade que te rosna
ruas que te rosnam:
como um cão selvagem"
.
Como já disse antes, e repito mais uma vez, "para este país" é o poema mais pungente e mais visceral da coletânea: a citação das últimas palavras ditas por Marcos Vinícius da Silva, "Ele não me viu com a roupa da escola, mãe?", assassinado por um policial militar na zona de guerra que é o Rio, funciona como uma estaca no coração e escancara, sem dó, a realidade do que é ser negro no Brasil.

E há muito mais. "Um corpo negro" é um livro necessário que, sem oferecer nenhum alívio, fala do desamparo, da violência, da inferioridade. Mas não há lamentação: o que os poemas de Lubi Prates propõem é que o negro resgate sua humanidade perdida e se levante dos escombros de cabeça erguida. Deveria estar sendo lido em escolas, sendo discutido em clubes de leitura, sendo espalhado por aí.

Em: https://www.instagram.com/p/Bt6kZ3Wg_CS/

site: https://www.instagram.com/p/Bt6kZ3Wg_CS/
França 17/02/2019minha estante
Ótima resenha!


Renata (@renatac.arruda) 20/02/2019minha estante
Muito obrigada!




Nádia C. 03/10/2019

ainda viva
Eu estou escrevendo esse texto, mas eu sei que é pouco o que eu posso dizer, eu só queria registrar como esse livro é importante para que outras pessoas um dia possam lê-lo porque é preciso, ele precisa estar nas escolas, nas ruas, precisa dançar pelo mundo inteiro.

Ao ler Um corpo Negro, dentre as inúmeras sensasções e reflexões uma que me surge é de que o corpo deste livro, é muito mais do o corpo de um livro. Poesia é voar fora da asa, diz Manoel de Barros. A de Lubi Prates além de voar fora da asa, cria as próprias asas e decola, rasgando o céu, buscando cicatrizar os rasgos de outros tempos...

"é nas minhas costas
que o rasgo abe e sangra cicatriza
mas permanece"

.... deixando um rastro impossível de esquecer com versos que são feitos de tantos rastros marcados nela de um passado mais antigo que seus anos, é assim que Lubi escreve. Mas não escreve só com mãos:

"meu corpo
é meu lugar
de fala

e eu falo
com meus cabelos e
meus olhos e
meu nariz. [...]
e eu falo
com minha raça."

E como ela bem diz "aos que vieram antes, aos que virão, aos que caminham juntos". Dizem que ser escritor é um ato solitário. Quando se trata da escrita negra, não se faz poesia que não seja o eco dos cantos de todos aqueles que cantaram antes e os que não puderam cantar também, não puderam gritar.
"é nas minhas costas
que eu guardo a história
do antes silenciado
do depois traçado no agora"

Clarice diz assim "se á o direito de gritar, então eu grito"; ai Clarice, e quando esse direito foi negado por séculos por gente da nossa cor? É quando Lubi me diz

"você nunca sentiu uma arma
apontada para sua cabeça
enquanto repetia: é um engano
você não é negro, você sempre
esteve em segurança"

Ao fechar o livro, ecoa a pergunta "quando um corpo negro está completo?". Um corpo negro é um livro baque, chora pela dor acenstral, "onde os mares são feitos de lágrimas", falamos em palavras, mas são números que gritam: 75% das vítimas de homícidio no Brasil são negros; a poesia de Lubi Prates se ergue carregando o luto estatístico para criar a força de permanecer viva como um corpo negro junto a outros AINDA VIVAS**, que se fazem continente, imensos:

"nos tornamos maiores
que um continente

apenas como nossos corpos
um sobre o outro"

** "AINDA VIVAS" é o nome do mais recente espetáculo do grupo Nóis de Teatro, daqui de Fortaleza, grupo ourindo da periferia da cidade que tem este e outros trabalhos artísticos lindos e fortes sobre denuncia social e racial.
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Lethycia Dias 22/11/2019

Um livro poderoso
Alguns livros causam um impacto muito grande. Isso aconteceu comigo lendo "um corpo negro", esse livro tão pequeno, mas que diz tantas coisas. O trecho exposto em sua quarta-capa nos dá uma amostra de como a pele escura define pessoas negras sob o olhar de pessoas brancas. Não por coincidência, a autora afirma "só veriam meu corpo", porque a pessoa negra é frequentemente desumanizada.
Esse livro fala sobre essas dinâmicas de desumanização que são estruturantes da sociedade em países racistas, e no nosso país, em particular. As páginas podem ser poucas, e os poemas podem curtos, mas os significados são muitos. E quando o eu-lírico dos poemas fala de si mesmo, não é de si, como pessoa, que a autora fala, mas de todo um grupo de pessoas. É assim, por exemplo, ao falar da estética, cultura e religião afrobrasileira que ainda são demonizadas ou consideradas exóticas.
Um elemento muito presente no livro é a violência estrutural - especialmente a violência policial - que atinge pessoas negras. Uma violência que vem de forma verbal, pelas palavras que estigmatizam e que levam à negação da negritude; que cresce em uma série de falas e comportamentos comuns e cotidianos e que explode, atinge seu ápice, na violência urbana, física, palpável. Por isso as palavras "eu sei que / balas / perdidas / atingirão meu corpo / este eterno alvo". A referência ao corpo desumanizado retorna: o corpo negro é alvo constante de violências.
Esse livro fala também do não-lugar. O não-lugar de não conhecer a História de seu próprio grupo étnico, pois esta foi interrompida pelos processos de colonização e escravização; o não-lugar de estar tão distante da "mátria", da enorme distância entre a América Latina, de onde a autora escreve, e do Continente Africano. O não-lugar da mulher negra, para quem não se estende a ideia de feminilidade delicada e necessitada de proteção que se espera da mulher branca.
Esse é um livro poderoso, que eu li em pouco tempo, mas cujas palavras vão ficar na minha mente. É um livro que, a despeito de seguir um estilo poético um tanto subestimado hoje em dia, de versos curtos e sem rima, foi escrito com muita bagagem de conhecimento anterior, e apresenta na escolha de cada palavra uma escolha também estética, política e de significado. É um livro único, que me desperta a vontade de acompanhar novas publicações de sua autora.
Deixo aqui a recomendação dessa leitura rápida mas que com certeza tem muito potencial.

site: https://www.instagram.com/p/B5JTjM-jwAM/
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