BASE DA QUIMICA DOS OLEOS ESSENCIAIS E AROMATERAPIA: ABORD. TEC. E CIENT

BASE DA QUIMICA DOS OLEOS ESSENCIAIS E AROMATERAPIA: ABORD. TEC. E CIENT WOLFFENBUTTEL




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Davi 24/06/2020

Uma oportunidade de ouro perdida
O livro apresenta uma explicação sobre a base química de óleos essenciais. A primeira parte do livro trata de uma introdução básica dos métodos de obtenção, nomenclatura e informações iniciais sobre composição. Também discute sobre processos terapêuticos e finaliza com comparativos de composição de óleos e alguns critérios da IFRA.

O problema aqui começa pelos erros. Há tantos erros nos 7 capítulos iniciais que parei de anotá-los. Mas ainda irei submetê-los à Editora Laszlo. Chega ao ponto de incomodar a leitura. Figuras que não são explicadas, sem fonte ou referência; referências bibliográficas não citadas ou citadas e não existentes ao fim do capítulo; muitos (muitos mesmo) erros tipográficos; erros de espaçamento tabulação; imagens com baixa resolução; erros de padronização de fonte; ortográficos graves (seção ao invés de sessão); nomes botânicos sem itálico, referências a número de tabelas que não existem; tabelas todas em inglês, já outras em português (tudo deveria estar traduzido, qualquer banca de defesa de trabalho acadêmico o diria); uso de ^ ao invés de ~; falta de acentos agudos, dentre outros. Há incorreções em informações também, quando se fala que produtores de OE que usam vidro transparente não são de confiança, o que é uma generalização perigosa. Os frascos em vidro TRANSPARENTE da produtora Thalia ou do Hermitage Oils, ambos respeitáveis e confiáveis, são contra-exemplo. Há vidros com tratamento anti-UV.

Fora isso, falta uma coesão textual, de forma que os capítulos estejam entrelaçados, especialmente do meio ao fim do livro. Os capítulos parecem soltos. A parte central do livro é abordada brevemente e as explicações centrais sobre comparativos, por exemplo são escassas. Mais de 150 de páginas são gastas para resultados de cromatografias, sem nenhuma explicação. As tabelas simplesmente estão lá, nos anexos.

As referências centrais estão desatualizadas, como quando se fala de segurança e toxicidade (que está escrito errado no livro, por sinal) e se utiliza o Guia de Segurança de Tisserand, de 1995!

As tabelas que falam em favor do óleo essencial como material terapêutico/medicamentoso são extremamente desprezadas. Primeiramente porque não tratam da questão fundamental, que é a dificuldade em medir eficácia ao extrapolar-se dados e estudos in vitro para in vivo. Ou de outras espécies para humanos. Tisserand utiliza extenso material para tais comparações. Isso sem falar na tabela exibindo os resultados de experimentos com OE em humanos, classificando-os como positivos ou não. Positivos como? Não há meta-análises para citar? Qual o peso estatístico dos ensaios abordados? Há estudos citados feitos com com 8, 20, 30 pessoas, com metodologias diferentes, para doenças diferentes, sem nenhuma análise qualitativa de tal fato. Isso precisaria ser melhor abordado.

Por fim, o capítulo fatídico (o 12, se não me engano) que fala sobre óleos essenciais e holismo. Olha só, esse movimento New Age que havia sumido desde os anos 90 e agora reaperece faz esse capítulos destoar completamente não só da abordagem técnico-científica dos outros capítulos para apostar numa vertente "vibracional", "holística" dos óleos essenciais. Fiquei com medo de encontrar o termo "quântico". Até Einstein é citado e sua famosa equação exposta e explorada de forma incorreta. O revisor de tal capítulo deveria ser um físico ou pelo menos um corpo de pesquisadores de física/eletrônica. Nesse mesmo capítulo, ao acaso, passa-se a falar sobre frequência de ondas e usa-se uma foto de um medidor de frequências humanas (sic). Parecia que eu estava lendo um livro sobre algum aparelho de cientologia. Mede quais frequências? Com base em qual circuito? Mede que tipo de onda? Quais sensores? Meu palpite é: é medido ruído ambiente ou qualquer coisa, através de um LDR, por exemplo. Porque há afirmações grotescas do tipo "se o aparelho apontar que sua frequência corporal está abaixo de tantos GHz, você está propenso a câncer". Isso é pseudo-ciência. Em seguida, parte-se para fotos de óleos congelados e sua similaridade da forma de sua estrutura cristalina com as plantas de origem. Duas figuras são usadas para "corroborar" isso. A primeira lembra um floco de neve, e para daí afirmar que veio de uma flor X porque tem formato de flor é um achismo de grande tamanho. Olha, como alguém da área de Engenharia Elétrica/Eletrônica tive vergonha ao ler esse capítulo que pega várias informações soltas a respeito de eletromagnetismo, ondas, teoria da relatividade, circuitos elétricos e faz uma salada de frutas que não tem nenhum sentido.

Os apêndices são em grande medida um desperdício de páginas. Qual a utilidade de eu colocar uma lista, em dezenas de páginas, com componentes químicos e seu CAS? Já há sites com essa lista completa.

Ao fim, temos um livro que não foi devidamente revisado, que não apresenta coesão, nem se aprofunda nas questões químicas ou terapêuticas. Não recomendo a compra dessa 2ª edição. Para perfumistas botânicos ou aromaterapeutas acho dispensável, isso sem falar no preço. Não vale.
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