Andre.Pithon 20/09/2022
Ok é hora de começar o bingo
O /rFantasy faz anualmente um bingo no qual são dados diversos temas para tentar empurrar os leitores para temas ou leituras que normalmente não seriam escolhidas, e eu estava ansiosamente esperando o desse ano começar para eu mergulhar no meu primeiro. Fica o link pros curiosos: https://www.reddit.com/r/Fantasy/comments/ttrev1/official_rfantasy_2022_book_bingo_challenge/
Casa 1.1: Livro da lista LGBTQIA (Modo difícil: livro com menos de dez votos na lista do /rFantasy)
Eu passei um bom tempo sem ler, to 3 semanas atrasado no meu Goodreads, outras coisas foram surgindo, então não quis mergulhar na coisa mais aleatória de cara. Voltar em algo leve me pareceu saudável. Fuçando a lista de opções que eu tinha, me deparei com um nome conhecido, Robert Jackson Bennet, o mesmo escritor da trilogia das Cidades Divinas, que são livros Oks. Nada espetacular oh meu deus mudou minha vida, mas oks, rápidos de ler, e suficiente agradáveis.
Olha só, esse é um livro Ok, rápido de ler e suficiente agradável. Que surpreendente.
Foundryside é um cenário novo, na fronteira entre um medieval e uma revolução industrial, que de cara parece muito mais comum que o mundo anterior do mesmo autor, mas logo começa a se desdobrar e revelar suas facetas mais interessantes quando o sistema arcano vai se revelando, que baseia-se na inserção de um código quase computacional em objetos, que permitem eles reescreverem preceitos básicos da realidade. Programe uma arma para ele não entender a gravidade, e portanto desobedecê-la, programe portas para só abrirem em situações específicas, e por aí vai. As coisas se desenvolvem bem além disso, chegando perto da fronteira entre Divindade/Inteligência Artificial, além de alguns outros conceitos sobre os quais seria spoiler eu discutir, e começa a ficar razoavelmente interessantes, quanto mais e mais de linguagem e conceitos computacionais sangram para a definição da realidade. Nunca fascinantes, mas curiosos, entretem.
O ritmo é bom, e devo admitir que as figuras de antagonistas são extremamente superiores às péssimas encontradas em Cidades Divinas. Não excelente, nem perto disso, mas é uma evolução. Muitas das reviravoltas ainda podem ser vistas vindas de quilomêtros de distância, e existem momentos de burrice obrigatória para que plot aconteça, mas nada ofensivo. Alguns diálogos são meio ruins. Raro, mas tem casos.
O LGBT+ taí. Não é importante, tem um papel mínimo na trama, mas existe creio eu. Ambos Gideon e Baru Cormorant são obras que amo e trabalharam o tema e o lado romântico de formas muito superiores, mas não vou discordar do Reddit em colocar isso aqui em suas opções que teoricamente deveriam ser com tal foco, todos sabemos que o Reddit é onisciente, e ninguém nunca mente naquele site. Nunca. Confiem em tudo :)
Acho que o 3 é merecido. Não é um livro que me chocou ou apaixonou, mas traz ideias interessantes o suficiente para passar o tempo, a leitura é fluída, extremamente fácil e rápido, e os pontos fracos tendem a ser mais ignoráveis que ofensivos.