Drácula

Drácula Bram Stoker




Resenhas - Drácula


3846 encontrados | exibindo 76 a 91
6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 |


BaronVonJohn 19/03/2024

Drácula, de Bram Stoker | crítica
Histórias de vampiro não são algo novo e tampouco encontram-se em escassez nas artes. Na verdade, se analisarmos com cuidado, desde que Drácula, de Bram Stoker, foi escrito já existira obras que abordam a criatura hematófaga. O Vampiro, de John Polidori, em 1819. A Família Vurdalak, de Alexei Tolstói, de 1847. E Carmilla, de Sheridan Le Fanu, de 1872. Inúmeras personagens, cenários, prosas, e, claro, vários vampiros. Então, fazemos uma pergunta, por que o romance de Stoker alcançou o status absoluto de dar consciência a forma do mito literário do vampiro que conhecemos hoje em dia? E como até hoje influencia no terror? Em verdade, não estou aqui para dar um veredito, porém, após a leitura do livro, reconheço não somente a importância de Drácula do modo como reflete o mundo da época, em especial a sociedade vitoriana, mas também do porque ele é tão aclamado. Enfim, vamos ao texto.

Publicado em 1897, 'Drácula' de Bram Stoker é um romance epistolar — a obra ora traz depoimentos dos personagens, ora recortes de jornais e outros gêneros textuais — de ficção gótica aonde acompanhamos o conde vampiro homônimo e sua ida a cidade-joia do império britânico, Londres, a fim de se banquetear com o pulsante sangue dos pescoços das nobres mulheres da metrópole, enquanto é perseguido por um grupo de nobres cavalheiros, vítimas de suas artimanhas, que buscam destruí-lo antes que ele destrua a própria sociedade. Nesse sentido, um dos maiores méritos do romance é a capacidade de tratar de certas ansiedades sociais que permeavam a Inglaterra vitoriana, como imigração, as novas doenças, mudanças tecnológicas, papéis de gênero e o medo coletivo da degeneração da nação. Tudo isso é trabalhado de modo implícito na prosa de Stoker, afinal, se formos meramente numa perspectiva diegética, é apenas um romance gótico do embate entre amor e morte de perseguição à um vampiro. Porém, embora essa visão também é funcional e válida, creio que o valor mimético é algo tão enriquecedor quanto.

Desse modo, Conde Drácula é a personificação dos maiores medos vitorianos. É um estrangeiro, que regozija-se em honradez de suas origens "primitivas", aos olhos britânicos, sendo uma herança de uma época medieval há muito superada pela marcha da mudança, afinal, o período que Stoker escreve sua personagem é uma época de mudanças fulcrais na configuração política, social, tecnológica, habitacional e artística na Europa e no mundo. Raramente vemos Drácula executando 'de facto' suas ações, na verdade, só temos contato direto com sua figura no início da obra, em seu castelo na Transilvânia, e em esparsas aparições, como no zoológico ou no quarto de Mina, até o seu final. Pouco sabemos do personagem para além daquilo que escutamos em seu castelo no início, e se não houver uma pesquisa fora do livro sobre a inspiração de Bram Stoker no voivoda da Valáquia, Vlad, o Empalador, pouco dá para se abstrair de sua personagem. Porém, isso pouco importa. Afinal, o próprio Stoker sequer visitou a Transilvânia para escrever seu livro, pois, passou a maior parte do tempo em Whitby — que também se faz presente na trama quando Mina, Lucy e a mãe de Lucy vão para lá — estudando as superstições dos povos do leste europeu e a própria história para criar o cenário, mas pouco se ateve à um destrinchamento minucioso dos locais, porque Drácula é um mito criado através de mitos. Assim, ele é um personagem mais importante que o próprio livro que o divulgou. Não que a narrativa epistolar de Bram Stoker não possua brilho ou valor — irei comentá-la em breve —, mas é fato que a figura do Conde é tão monstruosamente sedutora e bem escrita que nem mesmo as páginas conseguem contê-lo. Ele é onipresente na narrativa, não como personagem, mas como símbolo. Ele é a névoa, o morcego, os lobos, ele controla a mente de Renfield, perverte as mulheres espalhando veneno em seu sangue — o que serve de representação para doenças como sífilis que estavam em surto na época — e causa terror em todos. É por isso que não há como negar que é uma personagem fantástica.

Um outro ponto que é excelente em Drácula é a escrita. A prosa de Stoker é um deleite, sendo realmente surpreendente o quanto, em um romance tão longo, consegue manter o leitor cativado e angustiado com tudo aquilo. Embora não haja uma linguagem característica ou um texto com elementos denotativos que explicitem a personagem que acompanhamos, o autor trabalha tão bem em sua licença poética de colocar os diálogos e informações extras em documentos que eram para ser 'curtos' ou pessoais, como as anotações do Dr. Seward ou o Diário de Mina, respectivamente, que conseguimos enxergar as personagens no próprio texto. As primeiras cenas estão entre as coisas mais marcantes que já li. O cárcere de Jonathan Harker oprime e é decadente. Definhamos junto à personagem, mesmo que ainda carregue uma esperança cristã em seu peito, afinal, esse também é um embate do bem contra o mal. O que segue após isso é uma espécie de interlúdio na narrativa, aonde conhecemos mais das personagens, como Mina, Lucy, Quincey, Seward e Arthur até o momento que Drácula desembarca do Deméter e morde o pescoço de Lucy. O ritmo fica mais lento e menos interessante nesse período, mas em compensação, com a chegada de Van Helsing para auxiliar Lucy, a trama retorna aos eixos. O que se segue até o fim é exploração do mais profundo decadentismo e cansaço do ser humano. Para caçar Drácula eles quebram instituições, como a propriedade privada, assim como ele também as quebra, como a pureza da mulher inglesa. Eles lutam contra o desejo carnal e a perversão para não cair na morbidez das musas do Conde. Cansam-se à cada página, em especial Jonathan, mas nunca perdem a esperança, em especial por causa de Mina, que assume a figura de uma mulher mariana e nunca permite que os homens se deixem por abater, ela lhes dá força mesmo que a sua já esteja esgotada. É quase como um embate entre a dita castidade cristão e erudição da sociedade britânica contra a devassidão pagã e obscurantismo do Conde, aonde o elo entre esses mundos são, justamente, as mulheres que tanto podem purificar, quanto condenar o homem que fraqueja em seus desejos, não é à toa que as principais figuras do elenco são masculinos. Nesse aspecto, são personagens interessantes, assim como a narrativa, gosto do desfecho, embora ache apressado, mas é inegável que os dois 'interlúdios' da trama — um durante a estadia Whitby e o outro após a morte de Lucy — deixam a desejar no que se refere à envolvimento. No mais, Drácula é um romance fantástico, envolvente e hipnótico do início ao fim e mesmo com uma conclusão anticlimática e com esses truncamentos na narrativa, ainda desenvolve-se como uma obra extraordinária.

Considerações por fora...
Personagens: em sua maioria ótimos e interessantes de se acompanhar, mesmo que mantenham-se bem definidos e com poucas nuances. Jonathan Harker é um ótimo protagonista, com um desenvolvimento tímido, mas visível ao final, sendo ele essencial para o desenrolar da trama, mesmo que perca seu protagonismo no meio do livro. Mina Harker dispensa comentários, é meiga, gentil, e de coração imenso, mas, como Van Helsing disse, é também alguém esperta, corajosa e inspira não somente as personagens, mas também o leitor pela sua dedicação com a missão e de sua resiliência ao suportar sua 'mácula'. Arthur Goldaming não possui muita relevância além de seu romance com Lucy, então não me cativou muito, o mesmo se assemelha com Quincey Morris que faz o papel do 'cara durão' preparado para tudo, mas, diferentemente do Lorde Goldaming, ele possui mais relevância e mais participação ativa devido sua personalidade combativa e, querendo ou não, seu desfecho torna-o mais marcante. Abraham Van Helsing e John Seward são os meus personagens favoritos aqui. Atuam como herói e ajudante, sempre a disposição do grupo, sendo Van Helsing a voz da sabedoria e sensatez — mesmo com seu jeito estranho e seu humor tragicômico — e Dr. Seward aquele que sempre oferece uma resposta às indagações de seu mestre. Adorava as partes dos dois conversando ou de Seward descrevendo Renfield.

Nota: 90/100
comentários(0)comente



Isabelly.Mariano 18/03/2024

Vampiro de terror é melhor que vampiro romantizado
Eu sempre detestei qualquer história que tivesse vampiro, que coisa mais chata, não sei qual a tara que as pessoas tem nisso. Mas ai eu li o verdadeiro vampiro, Dracula, e amei.
O desenvolver da história é muito bom e te cativa, os arcos da Lucy te dão muita curiosidade e os do Ranfield faz você querer chegar logo ao final para descobrir qual a ligação.
A falta de uma estrela é porque no final começa a ficar repetitivo, é uma busca incessante para pouco embate.
De qualquer forma, entendo porque é uma febre e merece todo o reconhecimento.
comentários(0)comente



livv ! 18/03/2024

Amei
A história é super interessante, e não é chata como pensei já que é escrito por cartas

A história vai ficando mais legal aos poucos mas mesmo assim ela é super legal de ler ! Um dos únicos clássicos que gostei.
comentários(0)comente



siathy 18/03/2024

Não era o que imaginei
Confesso que coloquei expectativas demais nesse livro por ele ter influenciado muitas mídias sobre vampiros e me decepcionei um pouco. A história ser contada através de cartas, diários, jornais, etc é algo muito interessante e parece que você tá ali acompanhando uma grande fofoca. Os personagens são muito legais, você passa a gostar de acompanhar os registros deles. Mas depois de um certo ponto da história achei chato e repetitivo. Era só eles indo atrás do Conde, o grande confronto do livro tem só umas 4 página de duração depois de muito tempo nessa perseguição. Acho os arcos da Lucy e do Renfield os mais interessantes. Fora que imaginei que o livro, por carregar o nome dele, teria maior foco no Drácula, mas ele mal aparece. Acho que minha resenha e nota se dão mais por expectativas que criei sobre o livro, mas ele em si é uma leitura boa e muito interessante.
comentários(0)comente



Vity 18/03/2024

Drácula
Eu quis ler por ser um clássico, porém, fiquei com sentimento misto de gostar e não gostar

É uma escrita maçante, mas acredito que seja por ser um livro antigo, pois a história é ótima, mas o livro demora muito para desenvolver e com frases um pouco complicadas

No geral, não gosto de livros grandes, talvez seja por isso tenha achado o desenvolver lento
comentários(0)comente



Paulo Henrique 18/03/2024

A história esconde as fraquezas do livro.
Particularmente achei o livro sem graça, a escrita não é das melhores, porém a história criada permitiu esconder as fraquezas de escrita do autor, tanto assim que não se pode falar de histórias de terror sem falar de Drácula. O que chama a atenção é a quantidade de histórias que virão desse personagem.
comentários(0)comente



JanainaRC 18/03/2024

Sempre tive curiosidade para ler o livro, no início foi muito fácil me envolver com a leitura, mas depois foi ficando muito cansativo, abandonei algumas vezes antes de finalmente conseguir terminar.
comentários(0)comente



Bianca1771 17/03/2024

Este é com certeza um dos melhores livros que já li, me surpreendeu de todas as formas possíveis, é um suspense sinistro que consegue te envolver... você consegue sentir a brisa fria e úmida do cenário literário do livro..
Recomendo ler ele em um dia nublado e frio.
Ana 17/03/2024minha estante
Basicamente leia em um dia qualquer de inverno do sul ksks




Yasmin.Anilue 16/03/2024

Seduzente e encantador
Icrível, a habilidade que Bram Stoker teve em escrever um vampiro humano, sendo traduzido muito mais que sua imortalidade e "frio" como os esteriótipos atuais. Mesmo sendo um livro que eu tive uma certa dificuldade, pela linguagem/escritura da época, foi encantador abrir os meus olhos como uma pequena menina que não sabia de nada, para um livro tão maduro e bem escrito. Eu tinha só 9 anos e estava lendo o livro que minha tia ganhou de presente, acabei me seduzindo por uma história inédita que eu nunca li, algo além de livros infantis e de infanto juvenis que eu lia.
comentários(0)comente



Alligoth_ 16/03/2024

Back to Skoob guys ;)
? Oii gente, entãoo, voltei p essa rede social dps de 4 anos.. mds, já vou começar com o meu livro favorito DA VIDA, Drácula é um clássico da literatura gótica e um clássico em geral, com a temática medieval e que navega de forma magnífica no mundo do horror, não é atoa que permanece como um livro renomado e frequentemente adaptado por editoras. Quando publicado em 1897, Bram Stoker deveria ter olhado em seu espelho e dito "realmente, eu sei o que eu faço". Li essa obra com 8 anos de idade e terminei em 1 semana, lembro de ficar imaginando a minha vida como uma vampira e contando para a minha mãe como eu queria ser uma espécie de filha de Drácula. Os vampiros são contados com uma obscuridade e sentimento absurdo, podendo ser tudo e nada na história, a ansiedade presente em Drácula consegue deixar qualquer um perplexo e no âmago da obra.

(Repost - 14/05/21)
comentários(0)comente



Athena.Kido 15/03/2024

Assisti ao filme antes de ler o livro, mas isso não me afetou tanto porque assisti quando era pequeno, mas mesmo assim teve uma parte que eu sabia o que iria acontecer. Achei muito boa a tensão que ele passa, principalmente quando você está no castelo, quando o cara está andando por ele, dando uma noção de espaço e deixando você mais tenso. Os personagens principais foram bem desenvolvidos com momentos de protagonismo para cada um. Infelizmente me decepcionei um pouco com o final, pois esperava mais, mas isso não afetou nem um pouco na minha opinião sobre o livro. O modo com que ele é escrito é legal, pois a escrita é separada em diários, cartas e notícias, sendo os diários de cada um dos personagem, pode ser um pouco confuso no começo por conta dos nomes dos personagens e etc, mas depois você se acostuma com isso. Ele é um ótimo livro para você que gosta de vampiros, pois ele mostra um pouco de como é um vampiro clássico, ou se você gosta de fantasia e terror. Drácula de Bram Stoker é um ótimo livro, sendo um clássico da literatura de terror.
comentários(0)comente



Joana498 15/03/2024

Só faltou sentir o medo?
Um clássico do terror, Drácula cria a imagem de vampiro que temos hoje em dia.
Por meio de diários e experiências anormais vamos descobrindo a imagem do Conde Drácula.
Dizem ser um livro aterrorizante, mas em nenhum momento senti medo. Acho uma história lenta, que poderia ser um pouco mais rápida.
Gosto da narrativa, mas no quesito terror falha um pouco.
comentários(0)comente



igorganso 15/03/2024

Agora entendi pq histórias de vampiros são assim
Todos os personagens masculinos de Bram Stoker:

NA MINHA CASA
???? EU E MINHA FAMÍLIA
????? SERVIMOS
?????? A BELAS MULHERES
??????
????????????
?????????? ??
????????????
comentários(0)comente



Vivian.Jensen 14/03/2024

Muita enrolação
QUE SUPLÍCIO!
Comecei a leitura desse clássico por ter grande interesse em ler obras clássicas e por gostar muito de livros com temas góticos, mas foi TÃO FRUSTRANTE essa leitura. O início é super cativante e os diários do Jonathan são super misteriosos e intrigantes, mas assim que a narrativa passa para a Mina é uma enrolação sem fim. Entretanto devo admitir que as últimas 100 páginas prenderam minha atenção de novo quando a caçada começou e todas as narrativas se entrelaçavam para contar a história. Com todo respeito ao Bram Stoker, mas podia ter sido um livro de 300 páginas e já seria mais que o suficiente para contar a história.
comentários(0)comente



Renata Bopsin 14/03/2024

Um clássico, mas...
Realmente é um clássico da literatura e que deve ser lido pra quem gosta de fantasia, ficção e terror. Mas é um livro de seu tempo, que fique claro.
Sem spoiler, mas o livro começa MUITO bom, e vai ficando um pouco monótono.
Li um pouco na base do ódio, mas definitivamente não me arrependo de ler.
comentários(0)comente



3846 encontrados | exibindo 76 a 91
6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR