O dossiê Iscariotes

O dossiê Iscariotes Marcos Losekann




Resenhas - O dossiê Iscariotes


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Daniel.Faria 20/03/2011

O Dossiê Iscariotes
O Dossiê Iscariotes inaugura a trilogia “Entrevista com Deus”, fruto de um sonho acalentado pelo autor há quinze anos, desde quando ainda era repórter da Rede Globo em Brasília. Marcos Losekann é um leitor voraz de thrillers que misturam realidade e ficção – inclusive é um dos meus temas favoritos também – e foi nisso que Losekann apostou: criar um projeto com enredos eletrizantes que pudessem agradar os leitores mais exigentes do gênero. O jornalista preferiu buscar na história e nas questões brasileiras o cenário ideal para a sua ficção, o que não seria nada complicado para um jornalista talentoso e que trabalhou como repórter em Brasília, cobriu o julgamento dos assassinos de Chico Mendes, foi correspondente da Rede Globo na Amazônia.

Para completar o enredo da trilogia, Losekan precisaria criar um personagem com quem ele teria de conviver por muito tempo. Alguem com quem ele pudesse dividir suas lembranças, suas dúvidas, seus sonhos....E eis que surge Anderlon Gonçalves Valderês, ou simplesmente AGV, um jornalista consagrado e que está sempre em busca da sua maior reportagem. Entre idas e vindas, AGV chega a um dilema na sua carreira profissional, trocar as glórias conquistadas em alguns dos maiores jornais brasileiros por um saboroso desafio: viver na Amazônia como repórter do jornal brasiliense O Capital.

A empolgação inicial de AGV, um ateu convicto, dá lugar à desilusão. O sonho parece ter se transformado em um horrível pesadelo. Ele experimenta o sabor da derrota e vive uma crise sem precedentes. Até que, sem que lhe fosse dado o poder da escolha, o jornalista é pautado para cobrir uma rebelião na penitenciária de Manaus, porém no mesmo momento na cidade de Xapuri o seringueiro Chico Mendes é assassinado. O que parece uma simples coincidência logo se transforma na chave para um terrível segredo. À medida que avança na apuração de uma chacina de presos durante a rebelião, ele monta um quebra-cabeça que revela uma rede sem precedentes de interesses que envolvem a pedofilia na Igreja, corrupção no governo e tráfico de drogas. É nesse momento de investigação e revelações bombásticas que AGV é levado a indagar sobre sua própria fé, ele que sempre diz ser um ateu convicto, passa a ter evidências da existência de Deus. O que o jornalista não imagina, é que a partir desse momento, sua vida tomaria um rumo extraordinário e surpreendente.

AGV teria conseguido sua maior reportagem ? Uma entrevista com Deus ? Ou será tudo fruto da sua imaginação ? Bom para descobrir é só seguir os passos do jornalista em suas aventuras.

A trilogia “Entrevista com Deus” é composta pelos livros: “O Dossiê Iscariotes”, “O Segredo do Salão Verde” e “Entre a Cruz e a Suástica”. Em uma entrevista, o jornalista Marcos Losekann, disse que escreveu os três livros praticamente ao mesmo tempo e que mesmo sendo lançados em épocas diferentes, não existe uma seqüência entre os livros, são enredos e fundos históricos diferentes, sendo que, você pode ler em qualquer ordem, só que o surpreendente disso tudo é que, os livros de alguma maneira estão interligados, uma ação em um livro certamente terá uma reação no outro.

Eu tive a oportunidade de ler os três volumes e recomendo sem medo de errar, por se tratar do mesmo personagem – AVG – no decorrer da história você passa a ser mais do que um leitor, e passa a ser um seguidor do AGV, o livro aguça seu instinto jornalístico de alguma maneira, mesmo que você não perceba, talvez essa tenha sido a grande sacada da trilogia.
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Michelle 19/09/2012

Uma tentativa
O Dossiê Iscariotes é um daqueles livros que a gente lê e pensa... "isso poderia ter ficado melhor". Tem um enredo óbvio, uma condução simples que chega a se confundir com amadorismo (e não é?) e uma tentativa de surpreender que não se sustenta por muito tempo. A história se passa na década de 80 e conta um período da vida de um jovem e brilhante jornalista, A.G.V, que é transferido para a sucursal de um grande jornal no Amazonas. Lá ele se destaca pelo excelente trabalho, mas esbarra na inoperância e manipulação do chefe castrador, um ex colunista social frustrado cuja jovem esposa Rita, também jornalista, frequentemente compete com A.G.V. pelas melhores reportagens. A.G.V. é um notívago beberrão nato, bate ponto diariamente no baro do Éric e parece querer afogar as mágoas de uma recente e terrível descoberta: é portador do vírus HIV. Mergulha de cabeça em suas reportagens, sem medo de arriscar a própria vida para isso, e acaba sempre tendo uma "ajudinha do destino" para excelentes e elogiadas matérias. Sorte? O jornalista parece estar sempre no lugar certo, na hora certa, o que não deixa de causar no leitor uma certa incredulidade acerca dessa sorte tão avantajada que o faz, ainda tão jovem, colecionar vários prêmios Esso, e a inveja/admiração de inúmeros colegas. E é numa dessas artimanhas do destino que ele é colocado diante de um acontecimento local, mas que por sua perspicácia e investigação, acaba ganhando o noticiário nacional e inúmeros desdobramentos. Uma rebelião em massa no presídio de Manaus que tem como desfecho uma intervenção brutal da polícia com a morte do todos os rebelados, e também de uma jovem freira que fazia visita aos detentos neste dia. A.G.V. conseguiu chegar antes dos demais colegas ao local e também conseguiu ver a freira minutos antes de ser morta, cena que, a partir de então, o perseguiria em visões sobrenaturais e conversas com o além. O nosso herói, um ateu convicto, começa a sofrer de uma maneira pouco clara e menos claara ainda fica sua gradual conversão ao cristianismo com base nos diálogos rápidos e superficiais que mantém com a freira defunta. Ou seja, uma salada de acontecimentos sem solidez, explicações não fundamentadas, "sortes", e por aí vai o barco se desgovernando em direção ao cume de uma experiência religiosa(?) de A.G.V. com Deus. No meio disso tudo o rapaz ainda consegue cobrir uma das matérias mais importantes da história do Acre, o assassinato do seringueiro Chico Mendes, obtendo informações que nem mesmo a colega encarregada da matéria, Rita, havia conseguido. Mais uma vez, um herói. Não bastasse, isso tudo, o jornalista sobe ao cume de uma montanha onde se encontra com o divino para uma entrevista. Sim, A.G.V. entrevista Deus e de lá volta mais crente do que nunca, embora nada tenha sido descrito de instigante ou mesmo interessante acerca dessa conversa. Com a carreira já devastada pelas perseguições que passou a sofrer depois que desvendou "milagrosamente" a rede mafiosa que se instalava no poder no estado do Amazonas, A.G.V. se entrega ao ofício de relatar sua experiência mística, enquanto, novamente, a vida lhe coloca diante das provas materiais dos crimes que investigava, dando-lhe a oportunidade de dar a volta por cima em grande estilo, como sempre. E é o que acaba acontecendo. Debilitado pela doença, as últimas cenas do livro trazem um herói frágil, mais amável e condescendente com o mundo, bem diferente do jornalista encrenqueiro e brigão que abria fronteiras onde não havia. Já com a sentença de morte em mãos, dado pelo seu médico em seus últimos exames, o livro não para de testar a credulidade do leitor quando A.G.V. recebe do próprio médico a notícia de que não tem mais a doença, sugerindo muito abertamente uma cura sobrenatural. Bem, crenças à parte, como eu disse, as ideias propostas não se sustentam, não se justificam, nem se explicam de forma convincente e satisfatória. Não é como se ficassem no ar, para o leitor tirar suas próprias convicções. Ficam sem ar mesmo, sem chão, sem concretude. É tudo muito óbvio e os diálogos não ajudam na fundamentação das ideias, pois são, em sua maioria, igualmente frágeis. Muito embora todos esses pontos negativos sejam claramente perceptíveis, o livro ainda merece algum louvor, e neste ponto, acho que a tentativa de criar uma trama interessante, permeada de personagens diversos e muito conteúdo historicamente real, são seu destaque. Marcos Losekann é um jornalista de credibilidade e destaque nacionais que, na minha opinião, fez uma tentativa de romancear fatos históricos. Faltou-lhe apenas o primor da literatura propriamente dita. Ah, tem uns erros de português/revisão imperdoáveis. Boa leitura a quem se aventurar!
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Mgsantos 15/03/2013

O Dossiê Iscariotes - Marcos Losekann
O Livro nos narra a história de AGV, um renomado jornalista que aceitou o desafio de viver na Amazônia como repórter do jornal Brasiliense O Capital. Desiludido com a vida, nosso ATEU(Não tão convicto!) se vê envolvido em meio a uma conspiração politica (e religiosa!), e como bom repórter que é, vai em busca de respostas, porém isto pode lhe custar muito caro.

A Grande sacada do livro é situar nosso personagem em meio a acontecimentos reais, e isso nos desperta a curiosidade de ir atrás de respostas além do livro, para saber até onde que lemos ali é real ou inventado, realmente o autor soube criar uma trama até certo ponto muito interessante e que nos faz querer acompanhar nosso protagonista até o final.

Mas nem tudo são rosas, infelizmente a apelação religiosa contida no livro acaba cortando um pouco do clímax, e acaba nos proporcionando momentos enfadonhos, e que realmente poderiam ser melhor aproveitados ou quem sabe até mesmo evitados, pois transformar tudo em desígnio de Deus não foi um boa escolha.

Ainda sim é um bom livro que merece a atenção daqueles que se interessam pelo estilo, mas dependendo do ponto de vista de certas pessoas pode ser ótimo, vai mesmo do gosto e do que cada um crê!

Boa Leitura!
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edilfonsp 19/01/2009

Ótima trama
Um livro surpreendente, ensina a nunca desistir de viver e também um pouco da história de personagens do nosso grande Brasil.
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Gi 31/03/2009

Mudança de conceitos
Uma história que mexe com alguns conceitos bem polêmicos. Sobre Deus, a igreja, a essência do ser humando e a capacidade de crer no sobrenatural. Muito bom.
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Egídio Pizarro 13/09/2010

É uma história muito boa, empolgante, mas que parece perder ritmo no final. Fiquei com a impressão que podia ser mais "lapidada", digamos.
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Tarcisio Cunha 29/09/2010

Um livro levado em banho-Maria
O livro é bom, mas é levado muito em banho-Maria. O texto não prende, o autor faz capítulos muito pequenos (alguns com apenas 1 página) e a história só ganha um gás interessante lá perto do final do livro. Começou mais ou menos, ficou bom e teve um final bem legal. Acredito que a sequência deve ser mais interessante.
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doc leão 10/07/2012

A grande dúvida: onde era verdade e onde era ficção?
Este é o primeiro livro da trilogia "Entrevista com Deus". A história desenrola-se na época do assassinato de Chico Mendes (final da década de 80). O autor Marcos Losekann (repórter da Rede Globo, hoje correspondente internacional em Londres), mescla fatos reais com ficção em uma trama envolvente que obriga o leitor a mal esperar a próxima página a cada nova revelação das muitas que surgem no decorrer da narrativa. O personagem principal é um repórter investigativo que começa por cobrir uma rebelião de presos que foi debalada de forma extremamente violenta. A medida que vai se aprofundando na história, percebe que algumas pessoas que conheceram Chico Mendes também estavam envolvidas no caso da Rebelião. O Repórter se vê então em uma tempestade de acontecimentos estranhos que o farão questionar a vida, a profissão e a existência de Deus. Não há entretanto uma forte relação entre o caso da rebelião e o caso Chico Mendes, que serve apenas de pano de fundo para a trama fictícia de que trata o livro: padres, políticos e jornalistas corruptos envolvidos em rebelião de presos, tráfico de drogas e pedofilia. Mas durante a leitura, mesmo sabendo ser uma obra fictícia, por vezes tem-se a sensação de que algumas das situações vividas pelos personagens, confundem-se com histórias reais do cotidiano brasileiro. Vá lá saber que mensagem subliminar o autor repórter não quis deixar registrada no livro. Leia e observe. Nota de 0 a 10= 8,0
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douglasroma 15/04/2012

Cópia do meu histórico de leitura:
O Dossiê Iscariotes é uma parada quase obrigatória para os jovens ávidos por jornalismo investigativocriminal, nos assuntos corrupção política e os absurdos eclesiásticos, envolvidos em adicional ao contexto histórico da rebelião na penitenciária de Manaus e o assassinato do seringueiro Chico Mendes.

Nessa caminhada no mundo da literatura, O Dossiê Iscariotes, de Marcos Losekann - atual jornalista e correspondente internacional da Rede Globo -, foi minha aposta da editora Planeta. O livro, lançado em 2006, cujos exemplares estão em liquidação nas prateleiras das melhores livrarias do país, não deixa de ser uma relevante leitura aos que apreciam boas produções brasileiras.

O trabalho se desenvolve praticamente sobre a vida de AGV, o sulista aidético e ateu Anderlon Gonçalves Valderês, a partir do ano 1987, que passara por diversas cidades antes de se transferido ao Amazonas para cobrir dois eventos político-sociais que envolvera o governo, sociedade e o clero, numa excitante máfia de interesses e segredos.

Contudo, além seu exemplar e reconhecido trabalho profissional como jornalista, AGV se depara com as incógnitas da vida, os acasos que deixavam de ser somente coincidências e se tornavam claros milagres. Ele, desde então, revia conceitos, buscava entender aquilo que estava além do tangível, e passava a perceber que havia algo que talvez se movesse ao seu favor: um poder divino que por muitos é chamado de Deus.

Apesar do caráter espiritual, o autor não se ateve a convicções religiosas específicas “saudáveis”, no que concerne ao encontro de um único deus por uma única religião. Isso é perceptível quando entramos no período pagão de sua aventura, ao buscar ter uma entrevista com Deus no lugar mais místico que poderia ir.

Em suma, é um intrigante quebra-cabeça que te levará aos mais incríveis lugares, nas mais imprevisíveis situações e te revelará o dossiê que até então era um mistério.

Ps.: percebo que milagres acontecem. Mas, a afirmação final do livro não condiz com todo o mártir enfrentado por sua condição patológica, racionalmente falando.
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Haryadne.Moreto 12/02/2015

Surpreendente
Comprei o livro para dar de presente para meu marido mas quem acabou lendo fui eu, e sem interesse nenhum. Ja estava na estante ha uns 06 anos sem que eu tivesse coragem de ler. Ate que um dia sem livros e com vontade o peguei. E nao e que nao consegue parar de ler. Um estoria que se entrelaca com uma outra, que se mistura com fatos reais, que quando paramos de ler ficamos uns minutos meio perdidos no tempo, sem saber se estavamos na realidade ou no livro. Poucos os livros me fizeram pensar que estava vivendo aquilo. Acho que pelo fato de falar de conspiracao politica, de assuntos que vivemos e que as vezes parece so ter em filmes e livros.
o livro sobre AGV, um jornalista, que cobra uma chacina do presidio de Manaus, e uma outra estoria paralela sobre o assinato do seringueiro Chico Mendes. O jornalista como um investigacao sobre a chacina e se depara com suas verdades, com manobras politicas e religiosas, e principalmente, sobre a fe e a existencia de um Deus que ele nao acreditava.
Um belissimo livro e narrativa.
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gxavier0 15/09/2016

Primeiro livro da trilogia Entrevista com Deus, O Dossiê Iscariotes conta as aventuras do repórter AGV na Amazônia. Losekann mescla eventos e pessoas fictícias com fatos reais ocorridos na época, como a morte de Chico Mendes. Leitura fácil é interessante.
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Sandro Borges - @Experiencia_Leitor 12/03/2018

Trata-se do primeiro livro de uma trilogia que a julgar pelo livro inaugural promete bastante.
A vida de um conceituado repórter serve de enredo para a história, que tem como atrativo utilizar fatos reais e como pano de fundo da ficção, o que tornou a trama muito mais interessante. Aliás essa estratégia também foi muito bem usada no livro "A Controvérsia" de Carriere, o qual também recomendo.
Por fim, uma boa leitura que conta com a habilidade do autor para tornar o texto de fácil digestão.
Como destaque negativo os sotaques que o autor utilizou não são naturais da região retratada no texto.
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