Hélio 10/11/2022Sermões sobre Eleição e Reprovação - João CalvinoNeste volume estão reunidos treze sermões do reformador João Calvino sobre a eleição divina de Jacó e a reprovação de Esaú. Foram extraídos de uma série de sermões pregados por Calvino sobre o livro de Gênesis, iniciado em setembro de 1559, já no final de seu ministério.
Quase todos sabem que a doutrina da eleição ou predestinação é um dos temas mais controversos da teologia cristã. Durante a sua vida Calvino teve que enfrentar ferrenha oposição aos seus ensinamentos sobre a doutrina da eleição, por parte daqueles que não compreendiam os seus escritos. Nos dias atuais, não é diferente, ainda há muitos que não compreendem a doutrina predestinação, e também, há os que nunca leram as obras de Calvino e mesmo assim odeiam os seus ensinamentos.
Calvino sempre repudiou a noção de que a predestinação divina dependia do esforço humano, ou que a eleição dependesse da presciência no sentido de Deus conhecer antecipadamente aquele que irá crê. De acordo com Rev. David J. Engelsma que escreveu o prefácio deste volume, diz: "Os que se opõem à predestinação, apelando para a presciência como se a eleição dependesse de fé prevista, disse Calvino: 'quem assim raciocina não possui um pingo do temor de Deus'. Calvino provou, a partir de diversas passagens da Escritura, que a fé provém da eleição."
Trechos:
"Mas, pelo presente, somos admoestados que, embora nossa salvação proceda unicamente da graça de Deus, e que nela está segura até ao fim. Não obstante, não se segue que, a cuja sombra, podemos soltar nossas rédeas para o mal e entregar-nos a ele. Mas há canalhas e cães que ladram contra Deus, e há também porcos que subvertem esta doutrina da eleição por meio de sua vida devassa e indecente. Pois há duas sortes de pessoas que são inimigas desta doutrina: uma age como cães, e a outra, como porcos." (Segundo Sermão)
"Nisto percebemos tanto mais que nossos desejos, por mais naturais e lícitos sejam eles, não obstante devem ser reprimidos quando houver alguma dúvida acerca da vida eterna;" (Quinto Sermão)
"Mantenhamos, pois, este meio termo, a saber, ouvir somente aquilo que Deus nos propôs; e, tão logo ele feche sua boca, tenhamos todas as nossas intuições fechadas e cativas, e não empreendamos saber mais do que ele tiver-nos pronunciado. (...) Pois não há ímpeto tão profundo e ultrajante do que quando queremos saber mais do que Deus quer mostrar-nos." ( Segundo Sermão)