Cley 06/07/2019Na década de 80 Debra Carter foi estuprada e assassinada numa cidadezinha chamada Ada, Oklahoma. O crime ficou anos sem solução, até que novas pistas apontaram para Ron Williamson, um ex-jogador de beisebol. Depois de passar por uma série de problemas Ron será julgado e condenado à morte por um crime que não cometeu.
Ao iniciar o livro sabemos que Ron não é culpado, isso não é nenhum spoiler, pois o próprio título e a sinopse passam essa informação. John Grisham não se preocupou em deixar o leitor curioso para saber se Ron era ou não inocente, mas, expor que o sistema pode errar e condenar inocentes à morte.
“O homem inocente” é uma obra de não-ficção que aponta inúmeras irregularidades em processos judiciais. Uma cidade como Ada, onde os policiais desprezavam fatos importantes, os peritos que tendiam a errar muitas vezes, testemunhas mentirosas, a defesa incapaz de comprovar a inocência de Ron, etc., tudo isso nos faz questionar sobre a quão precária foi o processo ao qual Ron foi submetido.
O livro ostenta detalhes de como ocorreu o assassinato de Debra; como foi a vida de Ron; sua infância; sua vida como atleta e como ser acusado por algo que não fez mudou drasticamente sua vida.
John também narra com precisão os julgamentos e nos deixa a par de todo o processo.
É uma leitura densa, cheia de informação, detalhes e é preciso que fiquemos atentos a tudo.
Há reviravoltas no caso e isso deixou a leitura mais incitante.
Torci para que o Ron fosse inocentado, mas devido a tantas falhas e negligências, esse desejo foi se esvaindo. Ron foi condenado e o verdadeiro assassino de Debra ficou impune.
Quando se está no corredor da morte você espera, espera e espera, às vezes, por um milagre (ou não) o culpado é considerado inocente, mas que vida um ex-condenado pode ter quando a maior parte dela foi massacrada e não resta mais um resquício de perspectiva?
Há uma série documentária na Netflix contando mais sobre essa história, chama-se “Inocente: uma história real de crime e injustiça”, com 6 episódios.
"Quando você não tem dinheiro para se defender, fica à mercê do sistema judicial. E, uma vez que entra no sistema, é quase impossível sair, mesmo se você for inocente."